Ondas de calor são mais intensas e ficam mais tempo no fundo do oceano

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Diversos especialistas e pesquisadores sugerem que o planeta Terra passará por fortes ondas de calor nos próximos dias; inclusive, parece que são ainda mais quentes no fundo do oceano. Segundo um novo estudo publicado na revista Nature Climate Change, os oceanos absorvem boa parte do excesso de calor produzido pela poluição, por isso, são ondas mais intensas e que ficam por mais tempo nas profundezas marítimas.

Conforme os pesquisadores explicam, é a primeira tentativa de um estudo compreender as ondas de calor abaixo da superfície do oceano. A elevação da temperatura é um efeito causado pela produção de carbono, uma ação humana que pode acabar afetando a vida de diferentes espécies, como corais da Grande Barreira de Corais e algas, na Austrália.

A partir da análise do impacto da alta elevação das temperaturas no fundo do oceano, os resultados sugerem que as ondas de calor marinhas se tornaram mais frequentes nos últimos anos. Segundo a principal autora da pesquisa, Eliza Fragkopoulou, até o momento, os cientistas estudavam apenas o calor na superfície dos oceanos, por isso, sabia-se pouco sobre as temperaturas ‘escondidas’ nas profundezas marinhas.

O estudo sugere que são necessários mais estudos para compreender como as ondas de calor podem afetar o turismo e a pesca.O estudo sugere que são necessários mais estudos para compreender como as ondas de calor podem afetar o turismo e a pesca.Fonte: Getty Images

“Ondas de calor marinhas (OCMs) estão se tornando cada vez mais comuns, com impactos devastadores nos ecossistemas. No entanto, a compreensão das OCMs tem quase que exclusivamente se baseado na temperatura da superfície do mar, com conhecimento limitado sobre suas características em profundidades mais baixas”, o estudo explica.

Ondas de calor no fundo do oceano

Os cientistas detectaram que a intensidade da temperatura era mais alta entre 50 e 200 metros abaixo da superfície e chega a ser até 19% mais quente que o valor detectado na parte de cima do oceano. 

A duração também parece ser um problema, pois as partes mais profundas do oceano continuam quentes por até dois anos após o esfriamento na superfície. Ao todo, foram investigados dados de ondas de calor registradas a até 2 mil metros de profundidade, coletadas entre 1993 e 2019. 

A pesquisa sugere que as OCMs podem influenciar nos padrões de biodiversidade da Terra, com consequências que afetam diretamente as interações e processos de ecossistemas do nosso planeta. Os oceanos Atlântico Norte e Índico foram consideradas as áreas mais afetadas pela temperatura, em profundidades entre mil e dois mil metros.

"Isso pode ser particularmente preocupante para até 22% dos oceanos, onde a intensidade cumulativa alta coincidiu com a borda quente das distribuições das espécies, tornando essas áreas mais sensíveis ao estresse térmico. As OHMs subsuperficiais podem, portanto, influenciar padrões de biodiversidade, com consequentes efeitos nas interações e processos ecossistêmicos", os autores acrescentam na introdução do estudo.

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