Campo magnético mais distante é medido por astrônomos; veja
Um novo estudo publicado na revista científica Nature afirma que uma equipe de cientistas realizou medições do campo magnético mais distante encontrado até o momento

11/09/2023, às 07:00

Fonte: ALMA/ESO/NAOJ/NRAO)/J. Geach
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De acordo com um estudo recente publicado na revista científica Nature, uma equipe de astrônomos conseguiu utilizar dados da luz emitida por um objeto cósmico para identificar o campo magnético mais distante encontrado pela humanidade. A luz foi emitida pela galáxia conhecida como 9io9 e, possivelmente, foi emitida apenas 2,5 bilhões de anos após a grande 'explosão' causada pelo Big Bang.
De acordo com o estudo, trata-se da observação do campo magnético mais distante que os cientistas conseguiram medir até o momento. Os pesquisadores afirmam que o mapeamento do campo pode auxiliar os astrônomos na busca de respostas sobre o funcionamento do universo.
Até o momento, os cientistas não compreenderam como é o funcionamento dos campos galácticos, apenas que a galáxia e o gás dentro dela também giram — esse movimento pode ser responsável por manter o campo magnético em funcionamento. De qualquer forma, eles afirmam que é um campo muito mais fraco, por exemplo, em comparação ao campo da Via Láctea, que possui entre 25 e 60 microgauss.
Os cientistas conseguiram observar o campo magnético (imagem) mais distante por meio de uma massa em primeiro plano, responsável por criar uma espécie de 'lupa de ampliação'.
“Muitas pessoas podem não estar cientes de que toda a nossa galáxia e outras galáxias estão repletas de campos magnéticos, abrangendo dezenas de milhares de anos-luz. Esta descoberta nos dá novas pistas sobre como os campos magnéticos à escala galáctica são formados”, disse um dos autores do estudo e astrofísico, James Geach, da Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido.
Campo magnético mais antigo
O campo magnético da Terra foi registrado entre 0,22 e 0,67 gauss na superfície e é gerado pelo fluido que circula no interior do planeta. Apesar de ser algo comum no universo, normalmente alimentados pelo material eletricamente condutor de um objeto cósmico, a ciência ainda não sabe como os campos magnéticos galácticos começaram ou como são os processos necessários para seu 'funcionamento'.
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É possível que os campos magnéticos de galáxias surjam como o campo magnético da Terra, ou seja, a galáxia gira e o gás dentro dela também gira. Provavelmente, é este movimento que mantém ativo o campo magnético de 9io9. O estudo acrescenta que o campo de 9io9 é semelhante a de outras galáxias próximas, contudo, ele é cerca de mil vezes mais fraco que o campo da Terra.
Outra possibilidade é que a formação de estrelas seja um dos fatores responsáveis pelo desenvolvimento dos campos magnéticos de galáxias e que, subsequentemente, eles podem influenciar na formação estelar.
“Os campos magnéticos são fundamentais para a evolução das galáxias, desempenhando um papel fundamental na astrofísica do meio interestelar e na formação estelar. Campos magnéticos ordenados em grande escala foram mapeados na Via Láctea e em galáxias próximas, mas não se sabe quando essas estruturas se formaram no Universo”, é descrito no estudo.
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Especialista em Redator
Lucas Guimarães escreve sobre ciência e tecnologia há mais de dez anos.