Entenda porque a NASA não usa lápis no espaço

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Durante a história da corrida espacial entre os Estados Unidos e a União Soviética, circulou uma lenda intrigante sobre a maneira como os astronautas escreviam no espaço com a gravidade reduzida.

Diziam que os americanos investiram seis meses desenvolvendo uma tecnologia revolucionária para poder escrever no espaço, enquanto os russos teriam resolvido esse problema de forma simples, utilizando um lápis.

A NASA utilizou um lápis nas primeiras missões espaciais, mas não um comum. Era, na verdade, uma lapiseira especial fabricada pela empresa Tycam Engineering Manufacturing Inc.

Infelizmente, o acessório era extremamente caro, o que fez com que a agência espacial encontrasse empecilhos e achasse um gasto desnecessário. Mas, consciente da importância de encontrar uma solução mais econômica e seguro, a NASA iniciou pesquisas para desenvolver uma alternativa viável.

O astronauta Walter Cunningham, escreve com uma Fisher Space Pen durante o voo da Apollo 7, o primeiro voo tripulado da Apollo e a primeira viagem da Space Pen ao espaço. (Créditos: NASA)O astronauta Walter Cunningham, escreve com uma Fisher Space Pen durante o voo da Apollo 7, o primeiro voo tripulado da Apollo e a primeira viagem da Space Pen ao espaço. (Créditos: NASA)Fonte:  NASA 

Os lápis comuns poderiam simplesmente quebrar e flutuar no espaço, criando um ambiente perigoso para os astronautas e componentes eletrônicos sensíveis da espaçonave. Para a agência, era crucial evitar o uso de materiais potencialmente perigosos a bordo. Materiais como grafite, por exemplo, são inflamáveis e conduzem eletricidade.

Na década de 1950, o inventor norte-americano Paul Fisher criou uma caneta esferográfica que funcionava tanto no espaço como debaixo d'água, graças a uma carga pressurizada. A NASA, no entanto, hesitou em adotar esse projeto no início dos anos 1960.

Equipadas com cartuchos de tinta pressurizados, as Fisher Space Pens desafiaram as limitações das canetas esferográficas tradicionais. Elas podem funcionar perfeitamente em várias condições, incluindo temperaturas extremas e até mesmo em superfícies gordurosas. Impressionada com suas capacidades, a agência submeteu a Fisher Space Pen a testes rigorosos e posteriormente a adotou para futuras missões Apollo. A caneta estreou durante a missão Apollo 7 em 1968.

Com o avanço da era digital, o problema da escrita no espaço foi solucionado com a utilização de "escrita digital" em tablets especiais desenvolvidos para suportar o ambiente espacial. Hoje, os astronautas desfrutam de uma ampla variedade de instrumentos de escrita. Além da Fisher Space Pen, eles também utilizam canetas Sharpie de cores diferentes e, surpreendentemente, algumas lapiseiras.

Assim, o mito espacial sobre caneta vs lápis é desvendado, revelando uma história mais complexa e cheia de desafios enfrentados pela agência na busca por soluções inovadoras para a exploração espacial.

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