Óvnis no Brasil? Descubra o que foi a Operação Prato

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Imagem: GettyImages

OVNIs no Brasil? A resposta é sim, e eles começaram a aparecer há algumas décadas. Um dos casos mais bem documentados é conhecido como Operação Prato, uma operação da Força Aérea Brasileira (FAB) que foi realizada para investigar a suposta aparição de OVNIs (objetos voadores não identificados) em uma região próxima de Belém, no Pará.

A operação recebeu o nome de "Prato" porque muitos dos avistamentos descreviam os OVNIs como objetos em forma de prato — nome também é uma referência ao termo "flying saucer", traduzido como "pires voador", "prato voador" e "disco voador". Centenas de pessoas relataram que luzes misteriosas estavam aparecendo na região, e algumas dessas luzes causaram queimaduras nos moradores da região.

Os primeiros relatos começaram a surgir no Maranhão, mas logo moradores do Pará e de regiões ribeirinhas da Amazônia também relataram situações semelhantes. As luzes estranhas começaram a aparecer em 1976, e os relatos continuaram até 1979, quando a operação já havia sido finalizada.

Reportagem da época, publicada no jornal O Estado do Pará.Reportagem da época, publicada no jornal O Estado do Pará.Fonte:  Reprodução/Acervo de Carlos Mendes/BBC 

O início da Operação Prato

Tudo começou em meados do ano de 1976, quando moradores das pequenas cidades de Colares, Mosqueiro, Ananindeua, entre outros municípios no Pará, avistaram luzes e OVNIs sobrevoando a região. Em dado momento, esses objetos voadores começaram a lançar luzes e ferir algumas pessoas. De acordo com relatos e registros da época, essas luzes se pareciam com 'lasers' ou 'raios luminosos' e atingiram homens e mulheres, causando um tipo de lesão na pele. Algumas pessoas até desmaiavam ao receberem o 'laser'. Pouco a pouco, a notícia começou a se espalhar pela cidade e mais pessoas relataram situações semelhantes. Relatórios médicos da época confirmam essa informação.

O fenômeno também ficou conhecido como "chupa-chupa", pois as pessoas da região acreditavam que esse 'laser' sugava o sangue das vítimas. Após diversos relatos, uma equipe de militares do Primeiro Comando Aéreo Regional (I COMAR), da Força Aérea Brasileira (FAB), foi chamada para investigar o mistério que assustava os moradores das cidades. Eles permaneceram na região por quatro meses.

Na ocasião, o capitão da Aeronáutica Uyrangê de Hollanda Lima foi nomeado para liderar a operação. Ele também era comandante do Par-Sar, um esquadrão de elite da FAB. Além do capitão, um grupo de especialistas, incluindo médicos e psiquiatras, também participou da missão.

"Olha, eu queria mesmo era tirar a prova dessa coisa toda. Queria botar isso às claras. Porque todo mundo falava nas luzes e objetos e até os apelidavam com nomes populares, como chupa-chupa. E a FAB precisava saber o que estava realmente acontecendo, já que isso se dava no espaço aéreo brasileiro. Era nossa a responsabilidade de averiguar", disse o capitão Hollanda em entrevista a Revista UFO.

Documentos oficiais da Operação Prato

Durante os quatro meses de observação, Hollanda e sua equipe documentaram diversos fenômenos, como fotos, vídeos e relatórios sobre luzes luminosas no céu. A FAB disponibilizou seis relatórios e fotos dos supostos OVNIs no Arquivo Nacional.

"O material disponível para consulta pública é apenas a ponta do iceberg", disse o ufólogo Edison Boaventura Júnior, do canal Enigmas e Mistérios. Há alguns meses, Boaventura foi entrevistado pelo TecMundo em uma edição especial do TecVerso.

Hollanda diz ter avistado um OVNI gigante sobrevoando o rio Guajará-Mirim, descrito como um "troço enorme" com cerca de 100 metros de comprimento. Esse avistamento também foi presenciado pelo sargento João Flávio Costa. Segundo os relatos, o objeto gigante tinha a aparência de uma bola de futebol americano e estava a 70 metros de distância da embarcação onde estavam.

Em 1997, o militar concedeu uma entrevista à revista UFO e disse que o OVNI gigante foi fotografado e filmado. Para ele, tratava-se de um disco voador. O capitão também revela que viu uma suposta criatura extraterrestre no interior dessa nave em formato arredondado e pontiagudo. Poucos meses após a entrevista, Uyrangê faleceu.

"Fizemos mais de 500. Eram dezenas de rolos de filmes, uma caixa de papelão cheia deles. Em quase todos os fotogramas havia UFOs ou sondas. E veja você: todos aqueles negativos ficaram na minha frente, por quase dois meses de trabalho, e não conseguíamos nada. Não saía luz alguma nas fotos… Aí, depois do que descobri, fomos olhá-los novamente, e havia imagens fantásticas. Depois foi só mandar ao laboratório do Comar para ampliar e ver lindas sondas e UFOs nas fotografias. Dezenas deles", disse Hollanda.

Imagem de um suposto OVNI fotografada durante a Operação Prato.Imagem de um suposto OVNI fotografada durante a Operação Prato.Fonte:  Reprodução/Wikipedia 

Após Hollanda apresentar os resultados da pesquisa, pronto para estudar mais sobre o fenômeno, a FAB cancelou a Operação Prato e disse que a missão foi inconclusiva. Na época, um psiquiatra definiu o caso como "histeria coletiva".

OVNIs no Brasil: relatórios e vídeos não divulgados

De acordo com relatos da comunidade ufológica brasileira, uma ação tentou requisitar os vídeos filmados em Super-8 (8 e 16 milímetros) e documentos restantes com base na Lei de Liberdade de Informação (LAI). Contudo, uma sentença do Juizado Especial Cível da Justiça Federal (JEC) de Florianópolis (SC) negou o pedido.

Conforme os relatos explicam, o autor do processo é o advogado brasileiro Rafael Pederneiras, que fez o pedido com a assessoria do ufólogo Edison Boaventura Júnior. A comunidade ufológica acredita que o resultado do processo é um grande retrocesso para a divulgação da "realidade do fenômeno" no Brasil.

Em um vídeo no canal Enigmas e Mistérios, Boaventura explica e diz que a decisão usou uma brecha na lei para não divulgar os vídeos, já que a Lei de Acesso à Informação afirma que projetos ultrassecretos podem ser divulgados livremente após 25 anos.

"§ 1º O acesso à informação previsto no caput não compreende as informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado", diz a suposta brecha com base no art.7, §1 da Lei de Acesso à Informação.

Trecho do processo que nega o pedido dos vídeos da Operação Prato.Trecho do processo que nega o pedido dos vídeos da Operação Prato.Fonte:  Reprodução/Enigmas e Mistérios 

De qualquer forma, a Operação Prato continua sendo uma das operações militares sobre OVNIs mais bem documentadas em todo o mundo, com fotos, relatos e documentos divulgados no Arquivo Nacional. E você, acredita que os alienígenas já visitaram o Brasil?

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