Novo radiotelescópio brasileiro abre em 2023 para pesquisar matéria escura

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Imagem: Portal BINGO

Com início de operações previstas para o primeiro semestre de 2023, o radiotelescópio brasileiro Bingo irá investigar um dos maiores mistérios do universo: a matéria escura. Como qualquer matéria, ela possui gravidade e força de atração, mas não pode ser detectada em nenhuma faixa do espectro eletromagnético.

Para focar o chamado “setor escuro do Universo”, o novo radiotelescópio foi construído na cidade de Aguiar, na Paraíba, mas em pleno sertão. Segundo o coordenador do projeto, o físico Élcio Abdalla, que é professor na USP (Universidade de São Paulo), apenas longe da poluição eletromagnética das grandes cidades, será possível saber mais sobre as estruturas ainda desconhecidas da galáxia.

De acordo com Abdalla, esse conhecimento poderá eventualmente levar à descoberta de novas fontes de energia. Com isso, a aplicabilidade das pesquisas poderá ser imensa, desde o planejamento de viagens interplanetárias, até previsão de quedas de asteroides e busca de formas de vida extraterrestre.

Ilustração mostra como vai ficar o radiotelescópio depois de pronto. (Portal BINGO/Divulgação)Ilustração mostra como vai ficar o radiotelescópio depois de pronto. (Portal BINGO/Divulgação)Fonte:  Portal BiNGO 

Como irá funcionar o radiotelescópio Bingo?

O Projeto Bingo funciona por enquanto com um radiotelescópio menor – o Uirapuru – com apenas uma corneta, que funciona na cidade de Campina Grande, também na Paraíba. Já o novo Bingo terá 28 antenas-cornetas para observar, assim como já acontece com o Uirapuru, as chamadas “rajadas rápidas de rádio” (FRB na sigla em inglês).

Esses fenômenos – detectados pela primeira vez em 2007 – são explosões cósmicas resultantes de emissões de ondas de rádio com duração de um milésimo de segundo que produzem, a cada ocorrência, uma carga energética equivalente à que o Sol leva um ano para produzir.  Dessa forma, o objetivo da pesquisa é que o novo Bingo trabalhe em fase com o Uirapuru e outros dois radiotelescópios para imprimir maior acurácia às observações.

Como essa tecnologia é muito recente – explica o professor Abdalla em comunicado –, "utilizaremos ferramentas no chamado Estado da Arte, ou seja, o melhor a ser construído no planeta, com não apenas consequências maiúsculas do ponto de vista científico, mas também com técnicas de observação que poderão ser aplicadas em outras áreas do sensoriamento remoto. O avanço tecnológico será muito grande para o país", conclui.

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