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Ciência

Novo radiotelescópio brasileiro abre em 2023 para pesquisar matéria escura

Ao trabalhar na detecção da chamada matéria escura, o radiotelescópio Bingo usará uma tecnologia recente que representará um grande salto tecnológico para o Brasil

Avatar do(a) autor(a): Jorge Marin

schedule14/12/2022, às 14:30

Novo radiotelescópio brasileiro abre em 2023 para pesquisar matéria escuraFonte:  Portal BiNGO 

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Com início de operações previstas para o primeiro semestre de 2023, o radiotelescópio brasileiro Bingo irá investigar um dos maiores mistérios do universo: a matéria escura. Como qualquer matéria, ela possui gravidade e força de atração, mas não pode ser detectada em nenhuma faixa do espectro eletromagnético.

Para focar o chamado “setor escuro do Universo”, o novo radiotelescópio foi construído na cidade de Aguiar, na Paraíba, mas em pleno sertão. Segundo o coordenador do projeto, o físico Élcio Abdalla, que é professor na USP (Universidade de São Paulo), apenas longe da poluição eletromagnética das grandes cidades, será possível saber mais sobre as estruturas ainda desconhecidas da galáxia.

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De acordo com Abdalla, esse conhecimento poderá eventualmente levar à descoberta de novas fontes de energia. Com isso, a aplicabilidade das pesquisas poderá ser imensa, desde o planejamento de viagens interplanetárias, até previsão de quedas de asteroides e busca de formas de vida extraterrestre.

Ilustração mostra como vai ficar o radiotelescópio depois de pronto. (Portal BINGO/Divulgação)Ilustração mostra como vai ficar o radiotelescópio depois de pronto. (Portal BINGO/Divulgação)

Como irá funcionar o radiotelescópio Bingo?

O Projeto Bingo funciona por enquanto com um radiotelescópio menor – o Uirapuru – com apenas uma corneta, que funciona na cidade de Campina Grande, também na Paraíba. Já o novo Bingo terá 28 antenas-cornetas para observar, assim como já acontece com o Uirapuru, as chamadas “rajadas rápidas de rádio” (FRB na sigla em inglês).

Esses fenômenos – detectados pela primeira vez em 2007 – são explosões cósmicas resultantes de emissões de ondas de rádio com duração de um milésimo de segundo que produzem, a cada ocorrência, uma carga energética equivalente à que o Sol leva um ano para produzir.  Dessa forma, o objetivo da pesquisa é que o novo Bingo trabalhe em fase com o Uirapuru e outros dois radiotelescópios para imprimir maior acurácia às observações.

Como essa tecnologia é muito recente – explica o professor Abdalla em comunicado –, "utilizaremos ferramentas no chamado Estado da Arte, ou seja, o melhor a ser construído no planeta, com não apenas consequências maiúsculas do ponto de vista científico, mas também com técnicas de observação que poderão ser aplicadas em outras áreas do sensoriamento remoto. O avanço tecnológico será muito grande para o país", conclui.