'Assinatura molecular' auxilia tratamento da depressão em idosos

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Pesquisadores brasileiros, em colaboração com cientistas estrangeiros, descobriram um grupo de proteínas que, juntas, fornecem uma assinatura molecular para a depressão em idosos. No total, são 75 moléculas que podem ajudar na sua identificação.

Segundo estimativas, a depressão atinge cerca de 10% da população mundial, mas muitos dos pacientes não sabem que convivem com o problema, por falta de acesso ao diagnóstico adequado. O problema é particularmente preocupante em idosos, parcela que ainda ignora, em grande parte, a doença.

Estudo mostra que com algumas proteínas do sangue é possível identificar idosos que sofrem de depressão (Fonte: Shutterstock)Estudo mostra que com algumas proteínas do sangue é possível identificar idosos que sofrem de depressão (Fonte: Shutterstock)Fonte:  Shutterstock 

Durante o estudo, o plasma sanguíneo de 50 pessoas com idades entre 65 e 74 anos foi coletado e analisado. Entre os voluntários da pesquisa, 19 sofriam de depressão tardia, identificada em uma avaliação psiquiátrica prévia.

As proteínas presentes no sangue, tanto de pacientes da doença quanto de pessoas saudáveis, foram todas identificadas com bases em bancos de dados e softwares computacionais.

No total, os pesquisadores conseguiram apontar 75 moléculas, entre 96, que se mostraram boas candidatas para diagnosticar com bastante segurança os quadros de depressão. Seis delas, em particular, estão relacionadas com a piora dos sintomas.

Moléculas facilitam o diagnóstico

Diagnosticar com precisão é o primeiro passo para o paciente chegar ao tratamento dessa doença, que atinge 6 em cada 100 pessoas com idades entre 65 e 74 anos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

O professor Daniel Martins-de-Souza, coordenador do estudo, acrescenta que o conhecimento das bases biológicas da doença traz outros benefícios. Ele pode ser usado, por exemplo, pela indústria farmacêutica na produção de novas medicações.

Mas uma das autoras do estudo, a pesquisadora Lícia Silva-Costa, faz uma ressalva. Ela aponta que ainda é necessário validar os resultados encontrados em um grupo maior de pessoas.

O estudo foi feito através de uma parceria, liderada por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que contou com o apoio da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e das Universidades de Connecticut (Estados Unidos) e de Toronto (Canadá).

O artigo com os resultados foi publicado na revista científica Journal of Proteomics.

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