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Ciência

Poluição mata 9 milhões de pessoas por ano no mundo, diz estudo

O novo estudo é a atualização de uma análise feita em 2017, que já apontava a poluição como responsável pelos mesmos 9 milhões de mortes anuais

Avatar do(a) autor(a): Jorge Marin

schedule21/05/2022, às 08:30

Poluição mata 9 milhões de pessoas por ano no mundo, diz estudo Fonte:  Shutterstock 

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Um estudo global realizado antes da eclosão da pandemia da covid-19 estima que a poluição foi responsável pela morte de 9 milhões de pessoas em 2019, o que equivale a uma em cada seis mortes ocorridas em todo o mundo. Os dados constam em um novo relatório da Comissão Lancet de Poluição e Saúde publicado na terça-feira (17), na revista The Lancet Planetary Health.

O que é preocupante, dizem os autores, é que esse número permanece o mesmo desde a análise anterior, feita pelo grupo em 2017, que indicava a poluição como responsável por 9 milhões de mortes prematuras em 2015. A atualização, feita com dados do Estudo Carga Global de Doenças, Lesões e Fatores de Risco (GBD 2019), mostra que poucas ações foram tomadas pelos governos para conter essa grave crise de saúde pública.

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Mudança no perfil da poluição

Sao PauloVista panorâmica do centro da cidade de São Paulo; cidade é um das que mais sofre com a poluição no Brasil (Shutterstock)

Se, por um lado, ocorreram reduções no número de mortes relacionadas à poluição do ar doméstico e da água – geralmente associadas à pobreza extrema –, por outro, esses pequenos progressos foram "compensados" por um crescente número de óbitos ligados à poluição atmosférica ambiental e à poluição química tóxica, leia-se chumbo

A poluição prevalente inclui a contaminação do ar por material particulado, e constitui uma ameaça para a saúde humana e planetária. Isso faz com que o fenômeno não possa mais ser tratado como questão nacional ou regional, pois envolve todos os tipos de resíduos indesejados de origem humana lançados no ar, terra, água e oceano.

Conclusões e alertas

Desde o relatório de 2017, a Comissão Lancet tem comprovado que o controle da poluição deve ser realizado em conjunto com igual atenção às mudanças climáticas e à perda da biodiversidade. Esse triunvirato ser deve trabalhado por planejadores públicos e privados na elaboração de políticas públicas de investimento, com foco na saúde.  

Os autores pedem que organizações internacionais e governos utilizem protocolos de amostragem uniformes para coletar evidências sobre a exposição a produtos químicos perigosos. O alerta se torna mais importante para países de baixa e média renda, nos quais elementos tóxicos – como chumbo, mercúrio e cromo – são vendidos livremente sem nenhum tipo de controle.

ARTIGO - The Lancet - DOI: 10.1016/S2542-5196(22)00090-0.