Lesão por esforço repetitivo: saiba o que é e como tratar

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A lesão por esforço repetitivo é um problema de saúde cujo principal sintoma é caracterizado pela dor nos dedos e nos membros superiores. Além disso, também pode provocar formigamento, fadiga muscular e limitação do movimento.

Apesar disso, a LER não é uma doença, e sim um conjunto delas. Tendinite, tenossinovite, bursite, epicondilite, dedo em gatilho, mialgias, síndromes do túnel do carpo, do desfiladeiro toráccico e do pronador redondo. Todas elas podem caracterizar o problema.

A LER, lesão por esforço repetitivo, é considerada uma doença ocupacional (Fonte: Shutterstock)A LER, lesão por esforço repetitivo, é considerada uma doença ocupacional (Fonte: Shutterstock)Fonte:  Shutterstock 

A lesão por esforço repetitivo também é chamada de DORT (distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho), LTC (lesão por trauma cumulativo), AMERT (afecções musculares relacionadas ao trabalho) ou síndrome dos movimentos repetitivos.

As doenças que abrange são aquelas que afetam músculos, nervos e tendões e sobrecarregam o sistema musculoesquelético. Esse distúrbio provoca dor e inflamação e pode alterar a capacidade de funcionamento da região.

No Brasil, assim como em outros países, ela é considerada uma doença ocupacional e é, portanto, equivalente a um acidente de trabalho.

Causas do problema

O surgimento de LER está diretamente relacionado com a execução de movimentos repetitivos e contínuos. Ela também é favorecida pela postura incorreta e pelo excesso de peso em bolsas e mochilas.

Essa lesão se manifesta principalmente através da dor, que irradia do local afetado para toda a musculatura ao redor. Com o movimento, ela pode piorar, e gradativamente pode ocasionar a perda de força e até atrofia.

Pessoas que não fortalecem os músculos estão mais propícias ao surgimento dos sintomas. As causas mais comuns são falta de alongamento e pouca força muscular. Sem isso, nosso corpo não é capaz de aliviar a tensão criada pelo trabalho.

A síndrome é favorecida pela postura incorreta (Fonte: Shutterstock)A síndrome é favorecida pela postura incorreta (Fonte: Shutterstock)Fonte:  Shutterstock 

Algumas ocupações estão associadas ao problema, por conta da maior exposição ao risco. Trabalhadores de linhas de montagem, operação de britadeiras, digitadores, músicos, esportistas e artesãos são algumas delas.

Os sintomas da LER

O diagnóstico dessa síndrome é clínico e pode ser dado por qualquer médico especialista. Mais importante que ele é identificar a origem do problema, para que o tratamento seja conduzido da maneira mais adequada possível.

Para isso é necessária uma análise multidisciplinar, que pode incluir a avaliação médica e passar consultas a fisioterapeutas ou terapeutas ocupacionais.

Dores nos membros superiores e nos dedos, dificuldade no movimento, formigamento, fadiga muscular, aumento da sensibilidade, redução na amplitude do movimento e inflamação da região afetada são os principais sintomas da lesão.

Dores nos músculos, tendões e articulações são sintomas do problema (Fonte: Shutterstock)Dores nos músculos, tendões e articulações são sintomas do problema (Fonte: Shutterstock)Fonte:  Shutterstock 

Entretanto, é importante ressaltar que eles podem estar associados com todo o nosso corpo, e não só aos membros superiores. Isso porque quando há muita compressão mecânica ou esforço repetitivo, o organismo inteiro sofre o impacto.

Tratamento

Para se livrar da LER, o tendão ou musculatura afetado precisa aliviar a tensão que sofre. Isso pode ser feito com manutenção adequada do órgão. Para tanto, alongamentos, exercícios de mobilidade, atividade física e ganho de massa muscular são excelentes.

Os estímulos que essas práticas promovem aumentam a elasticidade e fortalecem as regiões necessárias. Dessa forma, a cura para o problema é mais rápida e eficiente.

Em alguns casos, o paciente sofre de dores muito agudas. Nessas situações é feito o uso de medicamentos alívio dos sintomas e são indicados anti-inflamatórios e analgésicos. Além disso, é importante que haja repouso da musculatura afetada.

O diagnóstico e tratamento de LER deve ser feito por um médico qualificado (Fonte: Shutterstock)O diagnóstico e tratamento de LER deve ser feito por um médico qualificado (Fonte: Shutterstock)Fonte:  Shutterstock 

Em quadros mais avançados os especialistas podem receitar a aplicação de corticoides, tanto por via oral quanto diretamente na área da lesão. O tratamento também pode ser feito pela prática de fisioterapia, uso de órteses - talas, coletes e cintas - ou até mesmo cirurgias.

Como evitar

Para evitar o desenvolvimento de LER, é importante estar atento a boas práticas de ergonomia. Essa ciência estuda a melhor maneira de preservar o equilíbrio no ambiente de trabalho, com o objetivo de assegurar o bem-estar.

Sempre que trabalhar sentado por muitas horas, procure manter a coluna ereta, mantendo a boa postura. Sente-se em cadeiras confortáveis, com um encosto adequado e mantenha os ombros relaxados.

Cuide também para que os punhos não estejam dobrados. Pelo menos a cada hora é importante se levantar e fazer alguma atividade ativa, como andar um pouco. Se possível, o ideal é fazer alguns alongamentos.

O conhecimento de ergonomia ajuda a evitar as lesões (Fonte: Shutterstock)O conhecimento de ergonomia ajuda a evitar as lesões (Fonte: Shutterstock)Fonte:  Shutterstock 

Apesar da LER ser considerada um problema funcional, ela não aflige apenas trabalhadores. Alunos estudam por muito tempo no computador ou até quem use a máquina para lazer estão sujeitos à síndrome.

Como a lesão atinge outras partes do corpo, não é só sentado que precisamos estar atentos. Evite carregar muito peso nas costas para não sobrecarregar a lombar e dê preferência para mochilas de duas alças, e não para bolsas de ombro.

Ao caminhar ou correr longas distâncias, procure usar sapatos confortáveis - e, se possível, tênis adequados. O excesso de atividade pode afetar também o tendão do calcanhar.

A LER é um problema de saúde que podemos prevenir. Modificar e se adaptar ao ambiente de trabalho é o primeiro passo. Com essa medida importante, já é possível reduzir grande parte dos riscos associados a lesões musculares. Caso venha a sentir os sintomas, como dores, o paciente deve buscar imediatamente um médico.

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