COP26: Brasil decide assinar acordo para acabar com desmatamento até 2030

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Imagem: PARALAXIS/Shutterstock

No dia 2 de novembro, o Brasil se juntou aos mais de 100 países que, em conjunto, assinaram um acordo para deter e reverter o desmatamento até 2030, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26), que está sendo realizada em Glasgow, no Reino Unido.

No domingo (7), a Folha de S. Paulo revelou que a mudança de posição do Brasil foi condição para que o presidente brasileiro pudesse discursar no evento.

Segundo o jornal, os 30 segundos do discurso do presidente Jair Bolsonaro durante a Cúpula dos Líderes Mundiais sobre Florestas e Uso do Solo foram cedidos pelos anfitriões ao Brasil em troca da assinatura na Declaração de Florestas. A barganha foi apurada junto aos integrantes da delegação brasileira e confirmada pela diplomacia britânica que defendeu a tese de que um país que não se comprometesse não teria palco.

Fonte: Presidência da República (captura de imagem de vídeo)/ReproduçãoFonte: Presidência da República (captura de imagem de vídeo)/ReproduçãoFonte:  Presidência da República 

Por que o Brasil resolveu assinar a Declaração de Florestas?

A decisão do Itamaraty de acatar a condição imposta pelos britânicos teve o objetivo de "controlar danos", segundo a Folha. O pequeno vídeo de Bolsonaro e sua assinatura foram um gesto positivo para tentar reverter o crescente desgaste do Brasil frente à comunidade internacional nos últimos três anos, motivado pelo desmonte de políticas ambientais e reiterados recuos em compromissos assumidos anteriormente em negociações de clima.

O governo brasileiro também avaliou que a assinatura de um acordo cujo texto já estava pronto não implica em custos ao país, não tem força de lei e trata apenas de enunciação de princípios. O acordo prevê US$ 19,2 bilhões (cerca de R$ 107 bilhões no câmbio de hoje) para ações ligadas à preservação das florestas, combate a incêndios, reflorestamento e proteção de territórios indígenas. Doze países disponibilizarão US$ 12 bilhões (mais de R$ 65 bilhões) até 2025, e o restante virá do setor privado.

Embora alguns ativistas expressem sua desconfiança em relação ao compromisso formalizado pelo Brasil, argumentando que a iniciativa deve ser fiscalizada com rigor, conseguir a assinatura de um presidente considerado pela Climate Action como “Fóssil da Semana” foi considerado a primeira grande vitória da COP. A conferência se estende até sexta-feira (12), com outros temas polêmicos, como corte do uso do carvão e transição para carros elétricos.

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