Qual é a vacina mais eficaz contra o coronavírus?

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Atualização em 06/07/2021 às 07h40

Atenção: a eficácia diz respeito ao estudo realizado entre um número selecionado de voluntários da pesquisa, mas o que indica o verdadeiro impacto da vacina na população é a efetividade, uma vez que ela leva em consideração todas as adversidades do mundo real.

Além disso, Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), reforça que "todas as vacinas em uso no Brasil são semelhantes em segurança e proteção para casos moderados a graves de Covid-19. E isso é o que importa".

Notícia publicada originalmente em 11/5/2021 às 08h00

Um artigo publicado pelo jornal científico The Lancet indica que existem ao menos 96 vacinas contra covid-19 em desenvolvimento ao redor do globo. Oito delas já estão em uso. A pergunta de 1 milhão de dólares é: qual é a mais eficaz? A resposta é: depende.

Fatores como a população influenciam nos resultados. Por enquanto, em números absolutos, a maior taxa de eficácia é da Pfizer, criada em parceria com a BioNtech, que atingiu 95% de eficácia, sem efeitos colaterais significativos.

Diversos fatores influenciam na eficácia das vacinas contra covid-19.Diversos fatores influenciam na eficácia das vacinas contra covid-19.Fonte:  Pixabay 

A vacina da Pfizer já está disponível para uso emergencial no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, todos os estados e o Distrito Federal receberão as doses de maneira proporcional. No entanto, a vacina deve ser utilizada somente nas capitais devido às particularidades de seu armazenamento, que deve ser feito entre -25 °C e -15 °C por, no máximo, 14 dias.

Eficácia das vacinas disponíveis no Brasil

Além da vacina da Pfizer, o Brasil está aplicando doses das vacinas CoronaVac, produzida em parceria com a chinesa Sinovac e Astrazeneca, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, no Reino Unido. A vacina da Johnson & Johnson (J&J) também deve começar a ser aplicada em julho no país.

Astrazeneca

A vacina mostrou eficácia de 82,4% com um intervalo de três meses entre as duas aplicações. Ela também pode reduzir em 67% a transmissão do vírus após a administração da primeira dose, segundo ensaios realizados pela Universidade de Oxford. O imunizante demonstrou 76% de proteção após a primeira dose – nível alcançado após 22 dias da imunização.

CoronaVac

A CoronaVac, vacina contra o novo coronavírus produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, tem eficácia geral de 50,38%. Esse percentual, segundo dados do governo brasileiro, refere-se a estudos feitos no país. A eficácia em casos leves de covid-19 foi de 77,96%.

Johnson & Johnson

A vacina de uma só dose da norte-americana J&J tem 72% de efetividade global, evitando 66% dos casos moderados a graves de covid-19, segundo declaração da empresa. Também previne 85% das infecções graves e 100% das hospitalizações e mortes decorrentes da infecção.

Vacinas disponíveis pelo mundo

Moderna

A vacina da farmacêutica americana Moderna é a segunda mais eficaz em termos absolutos, atingindo 94,1% de eficácia na prevenção da covid-19. A vacina também aparenta conseguir evitar que os voluntários fiquem gravemente doentes.

Novavax

A vacina da norte-americana Novavax atingiu 89,3% de eficácia nos ensaios clínicos. Apesar de ter atingido eficácia de 100% contra casos graves da doença causados pela cepa original do novo coronavírus, o imunizante se mostrou pouco eficaz contra a variante sul-africana – um reforço está sendo produzido pelo laboratório.

Sinopharm

A vacina do laboratório chinês Sinopharm, recém-aprovada pela OMS para uso emergencial, tem 86% de eficácia comprovada. Também tem 79% de eficácia na prevenção de casos sintomáticos graves e hospitalizações.

Sputnik V

O imunizante russo Sputnik V, produzido pelo Instituto Gamaleya, tem eficácia geral de 91,6%, de acordo com resultados da fase três de ensaios clínicos publicados na revista The Lancet.

Eficácia é relativa

Segundo o artigo citado no início desta notícia, o entendimento completo da eficácia das vacinas é menos simples do que pode parecer. A eficácia da vacina é geralmente relatada como uma redução do risco relativo (RRR). No entanto, o RRR deve ser visto no contexto do risco de infecção e adoecimento, que varia entre as populações e ao longo do tempo.

Enquanto o RRR considera apenas os participantes que poderiam se beneficiar da vacina, a redução do risco absoluto (ARR) – que é a diferença entre as taxas de ataque com e sem vacina – considera toda a população. Os ARRs tendem a ser ignorados porque fornecem um tamanho de efeito muito menos impressionante do que os RRRs.

Gráfico representa taxas de RRR e NNV de cinco vacinas contra covid-19.Gráfico representa taxas de RRR e NNV de cinco vacinas contra covid-19.Fonte:  The Lancet/Reprodução 

O ARR também é utilizado para obter uma estimativa da eficácia da vacina, que é o número necessário para vacinar (NNV). A vacina mais eficaz então, segundo o artigo, seria o imunizante com maior RRR e menor NNV – que, no caso das vacinas analisadas, seria a da Moderna.

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