Lagarto pré-histórico do Brasil ganha nome em homenagem a Senhor dos Anéis

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Imagem: Márcio L. Castro

Quando se fala em extinção em massa, todo mundo lembra do asteroide que dizimou os dinossauros, há 66 milhões de anos. Porém, o planeta Terra já passou por 5 grandes extinções: a primeira delas, por volta de 250 milhões de anos atrás, no final da era do Permiano, foi a mais mortal e acabou com 95% da vida marinha e 70% das espécies terrestres. Ainda não se sabe exatamente o que causou esse evento, mas acredita-se que intensas atividades vulcânicas e altas temperaturas terrestres tenham levado à extinção.

Normalmente, entre uma extinção e outra, ressurgem grupos de animais. Os arcossauros foram alguns dos que voltaram à tona após o primeiro evento cataclísmico e incluíam grandes predadores (mas alguns herbívoros), pterossauros, dinossauros primitivos e animais semelhantes a crocodilos de hoje em dia – vale dizer que os crocodilianos e as aves descendem dessa espécie.

Encontrar registro fóssil anterior à Primeira Extinção é bastante raro. Porém, recentemente cientistas acharam um fóssil na Formação Sanga do Cabral, no Rio Grande do Sul, que é um parente distante dos primeiros arcossauros: o Elessaurus gondwanoccidens.

Representação artística do lagartoRepresentação artística do lagartoFonte:  Márcio L. Castro/Plos One 

Seu nome é uma homenagem ao Aragorn, de O Senhor dos Anéis, que, em outras línguas criadas por Tolkien, é chamado de Passolargo ou de Elessar. Como o fóssil aponta que o animal tinha pernas compridas, nada mais apropriado. Já o nome da espécie é derivado do supercontinente Gondwana e do latim “occidens”, que significa “do oeste”.

O Elessaurus pertencia ao gênero dos Tanytropheus, um grupo de répteis com pescoços longos e hábitos principalmente terrestres. O fóssil encontrado tinha um membro posterior articulado, com partes da pélvis e de vértebras da cauda. Acredita-se que tenha pertencido ao Triássico Inferior, por volta de 247 milhões de anos atrás.

A maioria dos fósseis de tanstrofeídos foi encontrada na América do Norte, na Europa e na Ásia. A descoberta no Sul do Brasil mostra que esse gênero se espalhou muito mais do que se imaginava anteriormente. As longas pernas sugerem os hábitos terrestres, diferentes de transtrofeídos posteriores, que se adaptaram a uma vida mais aquática. A descoberta do fóssil ainda pode trazer mais pistas sobre essa curiosa espécie de réptil.

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