Gorilas são os primeiros não-humanos a se vacinar contra a covid

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Imagem: The New York Times

Na quarta-feira passada (3), o Zoológico de San Diego nos EUA se tornou a primeira instituição no mundo a vacinar não-humanos contra a covid-19. Segundo a National Geographic, nove grandes símios receberam duas doses de uma vacina experimental, sendo quatro orangotangos e cinco bonobos.

Mas esses imunizantes não são, de forma alguma, variações das vacinas que estamos tomando ou uma dose diferenciada das mesmas. Essa medicação foi desenvolvida especificamente para animais pela empresa farmacêutica veterinária Zoetis, que tem pesquisado formas de imunização desde que um cachorro testou positivo para o coronavírus em fevereiro de 2020.

Em janeiro deste ano, após o gorila Winston, de 49 anos, adoecer com uma doença cardíaca e pneumonia, os oito grandes macacos do Zoológico de San Diego fizeram testes para a covid-19, e todos deram positivo. Após um tratamento experimental com anticorpos, eles se recuperaram, mas a chefe da conservação e oficial de saúde Nadine Lamberski decidiu encomendar a vacina da Zoetis.

Animais com covid no mundo

O cão que contraiu coronavírus em Hong Kong morreu em março de 2020 (Fonte: Yvonne Chow Hau Yee/Reprodução)O cão que contraiu coronavírus em Hong Kong morreu em março de 2020 (Fonte: Yvonne Chow Hau Yee/Reprodução)Fonte:  Yvonne Chow Hau Yee 

Em vários lugares do mundo, veterinários confirmaram infecções em tigres, leões, visons, leopardos das neves, pumas, furões, cães e gatos domésticos. Mas a informação de que os grandes símios eram suscetíveis ao vírus SARS-CoV-2 preocupou sobremaneira os cientistas.

Como a população global de gorilas é hoje inferior a 5 mil indivíduos, que vivem em grupos familiares próximos, o que os pesquisadores mais temem é que, se um deles contrair o vírus, a infecção se espalhe rapidamente e ponha em risco toda a espécie. Como ainda são pouco conhecidos os efeitos do vírus sobre os animais, dados como o do Zoológico de San Diego são importantes para a comunidade científica.

Depois que o cão de Hong Kong testou positivo para o vírus, quando a pandemia começava a dar sinais de sua amplitude, a farmacêutica norte-americana Zoetis começou a desenvolver uma vacina da covid-19 específica para cães e gatos. Em outubro, a empresa declarou que a nova vacina era segura para as duas espécies.

A vacina e o Zoológico de San Diego

Fonte: Brent Stirton/Zoológico de San Diego/ReproduçãoFonte: Brent Stirton/Zoológico de San Diego/ReproduçãoFonte:  Brent Stirton/Zoológico de San Diego 

Na época, Lamberski já estava acompanhando o desenvolvimento da vacina da Zoetis. Quando a turma de gorilas testou positivo para a covid-19 em janeiro, a oficial de saúde do zoológico decidiu vacinar todos, mesmo sabendo que o imunizante havia sido testado apenas em cães e gatos.

A ansiedade  dos administradores do zoológico centrava-se principalmente na segurança da população de 14 gorilas, oito bonobos e quatro orangotangos que, além de potencialmente vulneráveis ao vírus, dividem espaço em alojamentos fechados, propícios à propagação de doenças.

Em fevereiro, enquanto se deliciavam com suas comidinhas preferidas, os nove grandes macacos receberam sem notar a espetada da agulha da vacina e, segundo a National Geographic, não apresentaram reações adversas e encontram-se atualmente em ótimo estado de saúde.

O sangue da orangotango Karen e de um bonobo foi colhido para verificar se eles desenvolveram anticorpos, sinal de que a vacina é eficaz. Os oito símios restantes, que vivem em outro setor do zoológico, no parque safári, e não contraíram o vírus, receberão as doses 60 a 90 dias após a infecção, como recomenda o protocolo.

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