Local de pouso da Apollo 15 é fotografado por sinal de radar

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Imagem: NASA/Divulgação

Um projeto tocado há 2 anos pelo Observatório Green Bank (GBO), pelo Observatório Nacional de Radioastronomia (NRAO) e pela empresa Raytheon Intelligence & Space resultou em uma imagem incrivelmente clara e nítida do local onde a missão Apollo 15 pousou na Lua, em 1971, obtida via sinal de radar enviado da Terra e refletido na superfície do satélite.

O sinal partiu de um transmissor desenvolvido pela Raytheon e instalado no GBT, maior radiotelescópio orientável do mundo, em direção a Hadley-Apennine, região próxima aos Montes Apenninus, onde os astronautas David Scott e James Irwin pousaram o módulo Falcon em 30 de julho de 1971.

.  NRAO/GBO/Raytheon/AUI/NSF/USGS/Sophia Dagnello 

Refletida no vale, a onda voltou à Terra e foi capturada pelas antenas do Very Long Baseline Array (VLBA), um sistema de dez radiotelescópios operados a partir do Novo México pelo NRAO e espalhados pelo continente. Foi esse eco do sinal de radar, emitido em direção ao espaço em meados de novembro como teste de prova de conceito, que resultou na imagem divulgada agora.

“Esse projeto abre uma gama totalmente nova de recursos. Já participamos de importantes estudos de radar do Sistema Solar, mas transformar o GBT em um transmissor de radar planetário dirigível expandirá muito nossa capacidade de buscar novas linhas de pesquisa intrigantes”, disse o diretor do NRAO, o astrofísico Tony Beasley.

Imagens de Netuno

O sucesso do acordo de cooperação abre caminho para um projeto que pretende equipar o Green Bank com um transmissor ainda mais poderoso, usando a potência de 500 quilowatts para registrar com uma alta sensibilidade ainda não alcançada imagens mais aprimoradas de pequenos objetos que passam pela Terra, luas orbitando em torno de outros planetas e mesmo corpos espalhados pelo Sistema Solar, além de planetas distantes, como Netuno, a 4,3 bilhões de quilômetros da Terra.

“O sistema planejado será um salto à frente na ciência do radar, permitindo acesso a recursos nunca antes vistos do Sistema Solar aqui mesmo na Terra”, disse em comunicado a diretora do Observatório Green Bank, a astrofísica Karen O'Neil.

A técnica vai permitir, agora, capturar imagens de até 5 metros de diâmetro a quase 385 mil quilômetros de distância. A que foi divulgada agora mostra o Hadley Rille, um canal estreito e sinuoso que, provavelmente, é um tubo de lava colapsado; o círculo acima e no centro da imagem é a cratera Hadley C, com cerca de 6 quilômetros.

A imagem do vale lunar, obtida usando o radar instalado no Observatório Green Bank.  NRAO/GBO/Raytheon/NSF/AUI/Divulgação 

Triunfos passados

O uso de radar para captar imagens do espaço não é uma novidade. Se na Terra mostrou ser um recurso valioso para localizar cidades enterradas, na Lua ele é usado para não apenas revelar estruturas finas na superfície do satélite como para sondar mais de dez metros do subsolo, captando variações na densidade do regolito.

Em relação à poeira lunar, a missão Apollo 15 (a quarta a pousar na superfície da Lua e a primeira a usar um rover para explorar o satélite) recolheu 77 quilos de regolitos de diversas áreas – em especial, a Pedra do Gênesis, formada nos primórdios do Sistema Solar, há 4 bilhões de anos.

Uma pena e um martelo, lançados ao mesmo tempo, alcançaram o solo lunar juntos, comprovando a teoria de Galileu.Uma pena e um martelo, lançados ao mesmo tempo, alcançaram o solo lunar juntos, comprovando a teoria de Galileu.Fonte:  NASA/James Irwin/Divulgação 

Além disso, os astronautas fizeram uma experiência para validar a teoria de Galileu de que dois objetos de pesos diferentes caem à mesma velocidade na ausência de ar – soltos um martelo e uma pena, ambos atingiram o solo lunar simultaneamente.

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