Formas das galáxias registram a história do próprio Universo

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Imagem: NASA/ESA/Hubble Heritage/STScI/AURA

Um estudo de 2016 estimou que o Universo observável tem cerca de 2 trilhões de galáxias, estendendo-se por mais de 90 bilhões de anos-luz. Nós as vemos da Terra em diferentes estágios de vida, e suas formas nos contam não apenas sua idade como também nos dão pistas sobre sua evolução.

Tipos de galáxias

Disco

Também chamada de espiral, ela se parece, nas palavras de Cameron Hummels, astrofísico do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), “um ovo frito”: um centro circular rodeado por um disco de gás e estrelas girando a centenas de quilômetros por segundo.

A galáxia de Andrômeda (Messier 31).A galáxia de Andrômeda (Messier 31).Fonte:  NASA/JPL/California Institute of Technology 

Esse tipo é o que o astrônomo Edwin Hubble, que classificou as galáxias em 1936 e dá nome ao icônico telescópio espacial, chamava de “tardio”, pois teria se formado tempos depois do Big Bang a partir de nuvens de hidrogênio unidas pela gravidade.

Elípticas

Chamado por Hubble de “inicial”, esse tipo de galáxia teria se formado logo depois da explosão que deu início ao Universo e concentra estrelas muito antigas e pouco gás. Por conta de seu movimento aleatório (não gira como as galáxias em disco), acredita-se que se forme na fusão de galáxias em colisão.

A galáxia gigante elíptica ESO 325-G004, no centro do aglomerado Abell S0740.A galáxia gigante elíptica ESO 325-G004, no centro do aglomerado Abell S0740.Fonte:  NASA/ESA/Hubble Heritage/STScI/AURA 

As elípticas são redondas, mas algumas se esticam em forma de charuto. As maiores galáxias conhecidas do Universo são elípticas gigantes, com 1 trilhão de estrelas e 2 milhões de anos-luz de comprimento, mas existem versões pequenas chamadas de elípticas anãs.

Se toda galáxia elíptica é resultado de uma fusão, nem toda fusão produz uma galáxia elíptica, e um bom exemplo é a Via Láctea, ainda em forma de disco, mas não para sempre: ela está em rota de colisão com Andrômeda, e os dois discos deverão se unir, criando uma nova elíptica.

Lenticulares

Estão entre os dois outros tipos, e a mais conhecida delas é a Galáxia do Sombrero. Se têm um disco fino e giratório de estrelas e um centro elevado, não têm braços espirais; e há pouca poeira ou matéria interestelar.

Uma particularidade: sua formação se dá, na maioria das vezes, em regiões densamente povoadas do Cosmos.

A galáxia do Sombrero (Messier 104).A galáxia do Sombrero (Messier 104).Fonte:  NASA/ESA/Hubble Heritage/STScI/AURA 

Irregulares

Leva tempo para duas galáxias se fundirem — na verdade, até bilhões de anos. Quando estão nesse estado (que parece, no tempo de vida humana, imutável), elas são consideradas irregulares, segundo a classificação criada por Hubble. São cheias de gás e poeira, berçários de novas estrelas, e os exemplos mais conhecidos são as Nuvens de Magalhães (Grande e  Pequena).

A Pequena Nuvem de Magalhães.A Pequena Nuvem de Magalhães.Fonte:  ESO/VISTA VMC 

O Universo em uma galáxia

Até 30 de dezembro de 1924, a Via Láctea era a única galáxia conhecida do Universo — na verdade, a Via Láctea era o Universo, e o que se via no céu precisava necessariamente ser parte dela.

Hubble acreditava que Andrômeda não era uma nebulosa (o estabelecido à época). Para determinar se ela fazia ou não parte da Via Láctea, ele usou a descoberta da astrônoma Henrietta Leavitt de que o tempo em que as cefeidas, estrelas que escurecem e brilham periodicamente, levavam para dar uma volta no céu poderia ser usado para calcular sua distância.

"Outro universo avistado por astrônomo."Fonte:  NYT/Reprodução 

Hubble conseguiu determinar o quão longe Andrômeda está de nós, e isso provou que ela é, afinal, uma galáxia e que há milhões de outras espalhadas por um Universo ainda por explorar.

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