Cientistas descobrem buraco negro que contradiz a evolução das galáxias

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Imagem: M. Weiss/CfA

Em uma pesquisa publicada na revista científica The Astrophysial Journal Letters, uma equipe de cientistas revelou a descoberta de uma nova classe extremamente rara de buraco negro cuja existência obriga uma revisão na forma como a ciência explica a evolução das galáxias.

Utilizando um dos maiores telescópios ópticos do mundo, o Gran Telescopio Canarias (GTC), localizado no Observatório do Roque de los Muchachos, em Las Palmas, uma das ilhas Canárias na Espanha, a equipe de pesquisadores encontrou uma galáxia com um blazar, um buraco negro supermassivo.

Existem dois tipos de blazares conhecidos: os Bl Lacertae (BL Lac), mais "velhos", e os quasares de rádio de espectro plano (os FSRQs), que são galáxias relativamente mais jovens que cercam o buraco negro central. À medida que o FSRQ consome a matéria disponível nas galáxias, ele evolui para se tornar um BL Lac.

Um blazar BL Lacertae (Fonte: Gallery.World/Reprodução)Um blazar BL Lacertae (Fonte: Gallery.World/Reprodução)Fonte:  Gallery.World 

A idade dos blazares

O instrumento que os cientistas utilizam para estabelecer essas "idades" é a observação, pois, como a velocidade da luz é constante, isso significa que, quanto mais longe olhamos, mais cedo na era do Universo estamos investigando.

O FSRQ mais jovem encontrado até hoje fica a uma distância equivalente a uma idade do Universo de apenas 1 bilhão de anos. Comparando, o BL Lac mais distante está em um ponto em que a idade do Universo estava por volta de 2,5 bilhões de anos. Ou seja, é válido supor que FSRQs evoluem para BL Lacs.

Porém, a nova descoberta dá um verdadeiro nó na cabeça dos cientistas. Isso porque o chamado 4FGL J1219.0 + 3653 é claramente um BL Lac, mas ele existia quando o Universo tinha menos de 2 bilhões de anos, segundo Cristina Cabello, uma das autoras do estudo.

Ou seja, esse blazar desafia o cenário atual de que os BL Lacs são uma fase evoluída dos FSRQs. Para Jesús Gallego, outro coautor do estudo, “essa descoberta desafiou nosso conhecimento da evolução cósmica dos blazares e das galáxias ativas em geral”.

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