Sol entrou no seu 25º ciclo: por que isso é importante

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Imagem: NASA/Solar Dynamics Observatory/Joy Ng/Divulgação

A cada 11 anos, o Sol encerra um ciclo de atividades e começa outro – o que em astrofísica quer dizer um mínimo e um máximo solares, marcados pelo surgimento e o desaparecimento de manchas solares, quando o Sol muda de uma estrela relativamente calma para tempestuosa. Desde que começaram a ser medidos, já se passaram 24 ciclos solares; o 25º começou oficialmente em dezembro de 2019.

Os dois estados do Sol: à esquerda, o máximo solar (abril de 2014) e o mínimo (dezembro de 2019), à direita.Os dois estados do Sol: à esquerda, o máximo solar (abril de 2014); à direita, o mínimo (dezembro de 2019).Fonte:  NASA/SDO/Divulgação 

“É como um pêndulo: conforme emergimos de um mínimo solar, já começamos a nos aproximar do próximo máximo – agora, do Ciclo 25, que deve ocorrer em julho de 2025”, disse a cientista solar Lika Guhathakurta, da Divisão de Heliofísica da NASA.

O anúncio foi feito durante o Painel de Previsão do Ciclo Solar 25, por um grupo internacional de especialistas da NASA e da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) americana. Na última terça-feira (15), os cientistas analisaram como o novo ciclo solar afetará o clima espacial e, consequentemente, tanto a vida e a tecnologia na Terra quanto os astronautas no espaço – aí incluída a equipe do programa Artemis.

Sinais antes da fúria

Manchas solares são marcos do início e do fim de cada ciclo, surgindo de aglomerados de intensa energia magnética que, ao se acumular, provoca poderosas erupções, expelindo luz e matéria solar.

Essas explosões são intensificadas por gases eletrificados, formadores do campo magnético do Sol – durante o mínimo solar, o campo magnético do Sol enfraquece, enquanto no máximo, ele aparece como um emaranhado intenso de linhas.

Esse é o dínamo solar, e compreendê-lo é a chave para prever o que nossa estrela fará a seguir. Por isso, astrônomos ao redor do mundo mantêm registros diários do comportamento do Sol – muitos deles, feitos à mão.

Diário de uma estrela

O astrônomo Steve Padilla é um observador do Sol no Observatório Mount Wilson. Ali, a estrela é vigiada de perto desde 1912, quando o telescópio entrou em operação. Um conjunto de espelhos lança uma imagem do Sol em uma sala de observação, e é essa projeção que Padilla vai desenhar, usando uma série de lápis com grafites diferentes – uma tarefa feita por outros antes dele, compondo o mais longo registro de atividade solar.

Mesmo com toda a tecnologia, desenhar as manchas solares é a melhor forma de contá-las e, assim, determinar se e como a atividade solar aumenta e diminui com o tempo – a maneira como determinamos o início e o fim de um ciclo solar. Quando está mais ativa (o máximo solar), nossa estrela inverte seus polos magnéticos e fica coalhada de manchas solares; quando na fase calma (o mínimo solar), as manchas solares são poucas e distantes entre si.

A paciência é um traço comum aos observadores de 80 estações ao redor do mundo, desenhando o Sol diariamente e sempre no mesmo horário, bem como usando os mesmos materiais para manter a consistência dos dados coletados. Os desenhos são mensalmente enviados ao Centro de Dados Mundial para o Índice de Manchas Solares e Observações Solares de Longo Prazo (SILSO), do Observatório Real da Bélgica.

“Os satélites fornecem imagens muito melhores do que um desenho à mão, mas eles têm vida útil de 10 a 15 anos; isso é um ciclo solar. Não haveria dados a comparar fora desse período de vida”, disse o observador solar Olivier Lemaître, do SILSO.

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