Um elemento norteia a busca por vida fora da Terra: água líquida. Mas ela pode vir não em três, mas em seis formas diferentes. Um dos estados, chamado de água superiônica, seria uma grande parte da estrutura de Urano e Netuno, segundo modelos computacionais desenvolvidos por pesquisadores da Escola Internacional de Estudos Avançados (SISSA) e da Universidade da Califórnia (UCLA).
“Hidrogênio e oxigênio são os elementos mais comuns no Universo, juntamente com o hélio. É fácil deduzir que a água é um dos principais constituintes de muitos corpos celestes”, disseram os pesquisadores em um comunicado da SISSA.
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Dos quatro estados da água, três estão presentes no interior dos dois planetas, líquido, sólido e superiônico. Este último se comporta de uma das maneiras mais bizarras da física.
Renderização mostrando a experiência que revelou a água superiônica.
Cristais de gelo a milhões de graus
Na experiência que comprovou a sua existência, levada a cabo em 2019 no Laboratório de Laser Energetics em Brighton, um dos lasers mais poderosos do mundo explodiu uma gota d'água, criando uma onda de choque que elevou a pressão do líquido para milhões de atmosferas e sua temperatura, a milhares de graus.
Os cientistas então descobriram que os átomos da água dentro da onda de choque haviam congelado, formando gelo cristalino – ou água superiônica, escura e quatro vezes mais pesada que o gelo comum.
Urano e Netuno teriam (de fora para dentro) uma camada externa gasosa, uma camada líquida de água ionizada, uma camada sólida de água superiônica compreendendo a maior parte de seu interior, e um centro rochoso.
Os cientistas também descobriram que a água superiônica nos dois planetas é mais eletricamente condutora do que a água na Terra. "A condução térmica e elétrica nos conta a a história de um planeta, como e quando ele foi formado, como ele esfriou. É fundamental analisá-los com ferramentas como a que desenvolvemos”, disseram os pesquisadores.
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