Triple-E: a anatomia do maior navio cargueiro do mundo [infográfico]

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Se você já passou por um porto ou realizou um cruzeiro durante as férias, é bem possível que tenha se assustado com o tamanho das embarcações que transportam cargas e pessoas. Contudo, esses navios são meros “barquinhos” perto do Triple-E: o cargueiro que promete ser o maior e mais eficiente do planeta.

Esse modelo foi projetado para consumir menos combustível, emitir menos poluentes no ambiente, carregar um número maior de containers e, consequentemente, bater diversos recordes mundiais. Neste artigo, você nos acompanha em um tour por dentro desse navio com proporções absurdas. Quando o assunto é o Triple-E, tamanho é documento sim!

Gigante dos mares

O cargueiro que deve entrar para o livro dos recordes assim que for oficialmente inaugurado é um projeto da Maersk, um conglomerado dinamarquês de companhias que atua nos mais diversos ramos de negócio, mas com especial destaque nos segmentos de transporte e energia.

O nome do navio, Triple-E, vem de uma menção a três conceitos: “energy, efficiency e environmental protection” (energia, eficiência e proteção ambiental, respectivamente, em português).

As dimensões da embarcação são realmente impressionantes. Ela possui 400 metros de comprimento, 59 metros de largura e 73 metros de altura. Todo esse tamanho permite que o Triple-E carregue até 165 mil toneladas. Assim, ele poderia transportar toda a produção de soja dos EUA que será exportada para a China entre este ano e o próximo de uma só vez, por exemplo.

Lá no final

Muitos dos que leram o trecho acima devem ter pensado: “Hum, ele tem 400 metros. Tá, mas quão grande é isso?”. Para elucidar melhor esse gigante dos mares, nós podemos compará-lo a outros meios de transporte.

Por exemplo, o Triple-E é 58 metros mais comprido do que o porta-aviões USS Enterprise — um dos mais famosos da Marinha dos EUA que possui 342 metros. Um Airbus A380 possui apenas 73 metros de comprimento e mais parece um brinquedo perto do cargueiro da Maersk.

Ampliar (Fonte da imagem: Reprodução/Maersk)

Além disso, tanto o maior iate do mundo, o Eclipse, com seus 167 metros, quanto o submarino Typhoon, e seus 175 metros, passam bem longe da magnitude desse navio de carga. Ainda não está convencido das proporções anormais do Triple-E? Então você pode compará-lo a outras coisas. Que tal edificações? Se colocado “de pé”, ele seria maior que:

  • Cristo Redentor (38 metros);
  • Estátua da Liberdade (93 metros);
  • Big Ben (96 metros);
  • London Eye (135 metros); e
  • Empire State Building (381 metros até o telhado, sem contar a antena).

Apesar de assumir o posto de maior cargueiro, ele não será o maior navio da história: título que ainda é do superpetroleiro Knock Nevis, que foi desmontado em 2010 e media 58 metros a mais que o Triple-E.

Peso pesado

Como você deve imaginar, um brutamonte como o Triple-E não é um exemplo de “magreza”. Para a fabricação dele são usadas 60 mil toneladas de aço — material presente em 98% da sua estrutura.

Na balança, o cargueiro pesa o dobro do Monumento a Washington, obelisco de quase 170 metros de altura. Esse montante de aço seria suficiente para construir 8,4 torres Eiffel e produzir 185.489 motocicletas Fat Boy da Harley Davidson.

Mais do que apenas grande, eficiente

O Triple-E não chama atenção apenas pelo seu tamanho, mas também pela sua eficiência e preocupação com o meio ambiente. O primeiro fato relevante é que todo o material usado em sua construção pode ser reutilizado — tanto o aço para a produção de outros navios como o cobre para a fabricação de cabos dos mais variados tipos.

A propulsão do navio é garantida por dois motores a diesel, com 42.913 cavalos de potência cada. Eles foram projetados para que o navio consuma menos combustível e não alcance altas velocidades (no máximo 42 km/h).

Além disso, a localização desses equipamentos na estrutura do cargueiro, mais próximos das hélices, e a operação em baixas velocidades permitem que a embarcação emita 37% menos CO2 que outras da categoria.

Enquanto o Triple-E emite 3 gramas de CO2 por quilômetro percorrido, um trem gera 18 gramas, um caminhão lança 45 gramas e um avião libera 560 gramas. Se nessa conta nós levarmos em consideração a quantidade total de containers que ele pode carregar, a redução de emissão do gás chega a 50% por container transportado.

Até o céu

Aliás, a sua capacidade de armazenamento é mais uma característica interessante. Esse cargueiro da Maersk pode transportar 18 mil containers do tipo TEU, 16% a mais que o atual detentor do recorde, o cargueiro Emma (da mesma corporação).

Prepare-se para informações que vão deixar você de queixo caído: se empilhados, os containers chegariam até a estratosfera da Terra! Eles também poderiam preencher toda a Square Times até a altura dos prédios ao seu redor. O deck do navio é tão grande que comportaria estádios de basquete, futebol americano e hóquei no gelo um ao lado do outro.

Tal capacidade é possível graças a algumas adaptações no projeto da sua estrutura. O casco do Triple-E possui um formato em “U” com a sua parte inferior plana, diferente do design em “V” do seu predecessor. Com isso, é possível acomodar containers até nas partes mais inferiores do navio.

Além disso, a torre de controle e os motores (conforme já mencionamos) foram posicionados em locais diferentes dos modelos convencionais de cargueiros. Assim, foi possível criar uma estrutura com 23 divisórias. Esse formato permite uma acomodação maior de containers, sem contar a maior facilidade de colocação e retirada das cargas por meio de guindastes.

Hora de esquentar os motores

A empreitada inaugural do Triple-E está se aproximando. Ele deve ser entregue no dia 28 de junho de 2013 e a sua primeira viagem será entre a Ásia (ele está sendo construído por uma companhia na Coreia do Sul) e a Europa. A previsão é que a jornada, que deve parar em vários portos pelo caminho, dure 23 dias.

Em uma conferência realizada em Londres no ano de 2011, Eivind Kolding, CEO da Maersk, informou que o preço unitário do Triple-E é de US$ 190 milhões (R$ 380 milhões). Toda a construção do maior navio do planeta foi acompanhada e gravada pelo Discovery Channel, como você pode conferir no vídeo acima.

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