Computadores na sala de aula não melhoram desempenho escolar, diz pesquisa

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Imagem: Mercer University

Não há como negar que PCs têm grande potencial para as salas de aula. Mas será que algo assim realmente melhora a experiência como pensamos? Uma pesquisa feita pela OECD analisou isso e teve resultados não muito animadores: segundo eles, usar computadores dentro da sala de aula não trouxe qualquer melhoria para o aprendizado do aluno.

O artigo analisou o desempenho de todos os candidatos ao realizarem o teste PISA (sigla em inglês para “Programa Internacional de Avaliação de Estudantes”), com foco nas áreas de leitura, matemática e ciência. Para participar, todos os alunos deveriam utilizar mouse e teclado, navegando por textos e usando funções como hyperlinks, botões do browser e outras ferramentas; com isso eles devem acessar a informação e fazer gráficos dos dados.

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Trinta e um países, com os mais diferentes níveis de acesso à tecnologia, participaram do teste: Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, Hong Kong, Macau, Xangai e a parte chinesa de Taipei, Cingapura, Colômbia, Coreia, Dinamarca, Emirados Árabes, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, França, Hungria, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Noruega, Polônia, Portugal, Rússia e Suécia.

Apesar da variedade de locais, o resultado foi o mesmo, com a ausência de melhorias notáveis nos resultados dos participantes. De fato, os números mostraram que usar computadores com muita frequência acaba por trazer um desempenho muito pior para os alunos, independente do investimento na área, a origem social ou a demografia do país do candidato.

Tecnologia do século 21, ensino do século 20

A esse ponto, é provável que muitos de nossos leitores estejam trazendo uma série de argumentos para dizer exatamente o contrário. E, de fato, aqui no TecMundo já falamos várias vezes sobre como a tecnologia é capaz de ajudar – seja nos estudos das mais diversas matérias, para dar aquela mãozinha aos universitários ou simplesmente para deixá-lo um pouco mais inteligente.

Por outro lado, a tecnologia em excesso pode ter o efeito exatamente oposto: ficar muito tempo na frente do PC, por exemplo, não apenas faz mal às vistas, como também diminui seu tempo de sono. Isso sem falar no fato de que muita gente só sabe usar a tecnologia para se divertir, o que já fez vários estudantes preferirem se desligar de seus eletrônicos para melhorar sua concentração.

Para entregar as promessas que a tecnologia carrega, países precisam investir mais efetivamente para garantir que professores sejam a frente de projeto e implementação dessa mudança.

O maior problema encontrado pela OECD, contudo, é resultado das instituições de ensino como um todo. Elas apenas trazem os computadores às salas de aula, mas sem atualizar a maneira de ensino para utilizá-los adequadamente. Isso, por sua vez, leva a um uso pouco eficiente das tecnologias e um aprendizado inferior ao disponibilizado sem elas.

“Os sistemas escolares precisam achar maneiras mais efetivas de integrar a tecnologia ao ensino e aprendizado para fornecer aos educadores ambientes de aprendizado que suportam as pedagogias do século 21 e proveem às crianças as habilidades do século 21 de que elas precisam para suceder no mundo do amanhã”, disse Andreas Schleicher, diretor de educação e habilidades da OECD.

E qual a solução para isso? Basta garantir que todos os alunos possuam um nível adequado de conhecimento e proficiência em geral, pois, sem isso, simplesmente “jogar” a tecnologia para o aluno não vai ajudar em nada.

“A tecnologia é a única maneira de expandir dramaticamente o acesso ao conhecimento. Para entregar as promessas que a tecnologia carrega, países precisam investir mais efetivamente para garantir que professores sejam a frente de projeto e implementação dessa mudança.”

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