Imagem de Uncharted: Legado dos Ladrões (PC)
Imagem de Uncharted: Legado dos Ladrões (PC)

Uncharted: Legado dos Ladrões (PC)

Nota do Voxel
84

Uncharted: Legado dos Ladrões no PC é (quase) um excelente port

Desde sua empreitada no mundo de PCs, a Sony teve altos e baixos com seus lançamentos. Alguns deles foram port protocolares, trazendo otimizações relativamente ok, mas sem algumas funcionalidades desejadas; outros, foram verdadeiras aulas de como levar os games de consoles para os computadores; e, em raros casos, também tivemos exemplos de como não fazer um port para PC.

De alguma forma, a empresa tem conseguido uma constância de boas adaptações, mas ocasionalmente vemos escorregadas aqui e ali. Agora, com Uncharted: Legado dos Ladrões estreando na plataforma, de que lado será que o port ficou? Vem ver a nossa análise completa!

A mesma coletânea do PS5

Primeiro, aquela rápida pincelada por aqui para você saber onde está se metendo e do que se trata a coletânea Legado dos Ladrões de Uncharted. Apesar de estar chegando agora em outubro ao PC, a antologia que traz Uncharted 4: A Thief’s End e Uncharted: The Lost Legacy já existia no PS5 desde o começo de 2022.

Na verdade, ambos os jogos já existem no PS4 desde 2016 e 2017, respectivamente, mas a vinda ao PlayStation 5 veio como remasters de ambos os títulos. Não há DLCs ou aprimoramentos além dos gráficos e performance: afinal, o próprio The Lost Legacy já serviu como um DLC stand alone do quarto título da franquia.

A

A estreia no PC é um pouco mais interessante, entretanto: afinal, a franquia jamais esteve nos computadores e pode ser o contato de um novo público com a série, que já está por aí de forma exclusiva no PlayStation desde 2007 – algo que, inclusive, é uma escolha estranha, já que muitos jogadores vão começar pelo fim da franquia.

O que há para experimentar não é nada inédito, mas nem por isso perde seu valor. Apesar de já ter 5 a 6 anos cada título, é inegável que vemos o ápice da IP, com gráficos incrivelmente detalhados que seguram muito bem até hoje, localizações memoráveis, diálogos divertidos e uma história que nos prende do começo ao fim, mesclando combate, puzzles e exploração. Vale lembrar que a versão de Uncharted 4 aqui não tem o multiplayer do PS4.

A

Mas não vou me prolongar aqui, já que temos reviews de cada um desses jogos individualmente no site e no canal, além de haver também uma análise sobre a coletânea no PS5. O que importa é: como é que os games estão rodando no PC? Vale o investimento?

No geral, uma adaptação muito boa

É com boas novas que começamos de fato este review! Se você estava com algum tipo de receio, saiba que o port de Uncharted para os computadores se provou bem satisfatório durante os nossos testes, sem muitos bugs bizarros, algum tipo de má otimização (mas falaremos sobre isso depois) ou funções que estão quebradas.

Se você viu as especificações mínimas e recomendadas que Sony divulgou com antecedência, já sabe mais ou menos o que esperar. Uma das características que chamou atenção é que, apesar de não ter grandes efeitos visuais adicionados, como Ray Tracing, o hardware necessário para rodar o game em resoluções maiores ou com performance de 60 fps é um pouco acima do que você pode esperar.

Durante nossos testes, rodamos ambos os games em uma GeForce RTX 3080 Ti e os resultados foram positivos na maioria dos casos – falarei sobre as exceções mais abaixo. Em 1440p, pude facilmente rodar o jogo nas configurações Ultra e com taxas de quadros bem acima dos 100 fps, frequentemente na média de 160 fps.

Certamente, ter ferramentas como o DLSS ajudam bastante, apesar de que, neste caso, parecem não tão impactantes quanto em outros jogos de PC. E, caso você tenha uma GPU AMD ou Nvidia 10 ou abaixo, relaxa: o FSR 2.0 também está disponível por aqui. Contudo, se você tiver uma placa de vídeo da Nvidia da série RTX 20 ou superior, recomendo que opte pelo DLSS, pois em todos os cenários testados o aumento de performance foi maior e com qualidade de imagem melhor.

E, se você gosta de aproveitar tudo que o PC tem a oferecer, saiba que as interfaces foram redesenhadas, tudo funciona bem com mouse e teclado, há suporte para ultrawide, diversos controles funcionam numa boa e, caso tenha um DualSense do PS5, pode jogar com recursos como feedback háptico e gatilhos adaptativos, mas, como diversos outros títulos do PlayStation nos computadores, o controle precisa estar cabeado no PC para esses recursos funcionarem.

A

Diferentemente de Spider-Man Remastered, Uncharted: Legado dos Ladrões parece ser bem amigável para a CPU. Apesar de os requisitos pedirem processadores de alto nível, diversos momentos do game eu consegui rodar tudo numa boa em um já antigo Ryzen 7 3800X com uso entre 4 a 12% de CPU apenas. Portanto, não se assuste com as recomendações neste aspecto.

Ainda não é perfeito

Apesar de Uncharted: Legado dos Ladrões parecer estar dentro dos padrões de PC que esperamos, há algumas escorregadas aqui e ali, mas que, em grande maioria, devem ser consertadas nas atualizações futuras. Começando pelo DLSS e FSR 2.0: trocar entre estarem ativos e suas diferentes modalidades demora para surtir efeito in-game.

Se você é um daqueles entusiastas de PC que gosta de mexer em configurações e observar a performance, ambas as tecnologias de reconstrução demoram quase um minuto para funcionarem dentro do jogo, sem causa aparente. Portanto, não entre em pânico se a performance não melhorar, demora um pouco para as coisas serem executadas.

A

Outro ponto esquisito é a compilação de shaders antes de abrir a coletânea. Esse comportamento já é incomum para jogos de PC (e como um todo, na verdade), mas ocorre aqui: pode esperar uns bons 20 minutos depois de instalar e iniciar o game para começar a se divertir. Apesar de ser somente uma vez, aconteceu de precisar repetir o processo depois de algum update, sem grandes explicações. Depois de algumas atualizações, isso foi removido, mas ainda suspeito que essa compilação de shaders elevou o tempo de loading e pode ser a causa de perda de performance em alguns casos.

Segundo o email de diretrizes do game, isso ocorre em processadores com menos de 8 núcleos, apesar de a minha CPU passar neste requisito e ainda assim ter que esperar pelo processo. Entretanto, não é nada mais que um contratempo, apesar de ser chato de tempos em tempos quando os shaders precisavam ser recompilados por algum motivo.

A

Por fim, confesso que achei Uncharted: Legado dos Ladrões pesado de rodar nas GPUs. Por ter poucos novos atrativos gráficos, sem a presença de Ray Tracing, é esquisito que mesmo em uma RTX 3080 Ti haja momentos que nem o DLSS segura a perda de performance em 4K. Sim, em 1440p as coisas fluem muito bem, mas há alguma coisa muito pesada quando aumentamos a resolução.

Além disso, existem situações específicas em que a GPU sofre bastante estresse ou, curiosamente, outras em que a performance cai bastante em relação à média sem explicação aparente: a placa de vídeo tem espaço de sobra e a CPU mais ainda, mas, mesmo assim, a taxa de quadros cai. Vale reforçar que isso ocorreu em momentos raros e bem parados, já que durante o combate e cenas explosivas, não houve problemas de desempenho.

Mas mesmo diminuindo configurações ou resolução, nada altera os quadros por segundo. Por fim, não senti uma grande evolução em relação ao PS5 que explique tamanha fome de GPU. Honestamente, se a gente comparar o resultado do PC com o PlayStation 5, é necessária uma análise sob o microscópio para ver diferenças. Sim, há melhorias nas sombras, iluminação e screenspace reflections, mas só o olhar clínico, apurado e sabendo onde procurar vai notar os aprimoramentos. Você consegue ver?

Além disso, há outros bugs aqui e ali também: caixas presas na parede, alguns comandos que não funcionam e animações esquisitas que, ao recarregar a cena, desaparecem. São bugs pequenos, vale reforçar, mas eles existem.

E, em termos de game design, nem tudo sobreviveu tão bem ao tempo e há ritmos na progressão da campanha que quebram a aventura gostosa que a franquia Uncharted oferece, ou mecânicas de escalada não tão claras que nos levam à morte.

Vale a pena?

Uncharted 4 e Uncharted Lost Legacy são obras técnicas impressionantes. Curiosamente, mesmo sendo produtos da metade da vida do PS4, é surpreendente o quanto esses jogos são lindos: talvez tão belos quantos muitos chamados “games de nova geração” do PS5. O ritmo tem suas falhas, claro, e há mecânicas que vemos espaços para melhoria em 2022, mas nada que tire o brilho da experiência.

O que ofusca um pouco essa jogatina divertida certamente são as arestas não aparadas do port de PC, com algumas áreas intrigantemente pesadas de rodar, certos locais do jogo em que os recursos não são utilizados em sua totalidade, compilação de shaders esquistos e alguns bugs eventuais, mas são todos bem raros e facilmente corrigíveis e, sem dúvidas, colocam o port de Uncharted: Legado dos Ladrões entre bons jogos de PC para experimentar.

Cupons de desconto TecMundo:
* Esta seleção de cupons é feita em parceria com a Savings United
Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.
Pontos Positivos
  • Ótima coletânea de jogos
  • Gráficos incríveis ainda em 2022
  • Boas funcionalidades no PC, como Ultrawide, interface repaginada para o PC e suporte para DualSense
  • No geral, um bom port e desempenho razoável nos PCs
Pontos Negativos
  • Falta de multiplayer
  • Alguns bugs inexistentes no PS5
  • Problemas pontuais e inexplicáveis de performance