Imagem de The Dark Pictures Anthology: The Devil in Me
Imagem de The Dark Pictures Anthology: The Devil in Me

The Dark Pictures Anthology: The Devil in Me

Nota do Voxel
75

The Devil in Me pode ser assustador, mas ainda tem seus pecados

Quando o primeiro trailer de anúncio de The Devil in Me foi revelado no final de House of Ashes, já despertou minha curiosidade com seu bizarro cadáver animatrônico e um discurso que apontava fortes inspirações no mundo dos assassinos em série.

Desde então, a Supermassive Games foi revelando gradualmente mais detalhes sobre o jogo que marcaria o final da primeira temporada de The Dark Pictures Anthology, deixando os fãs de terror e de true crime ansiosos para conferir essa jornada narrativa sinistra baseada em H.H. Holmes, o primeiro e um dos mais notórios serial killers dos Estados Unidos.

E agora que o jogo já está disponível, será que realmente é tão assustador e violento quanto divulgado pela desenvolvedora? Bem, apague as luzes e venha conferir nossa análise dessa aventura!

O preço do sucesso pode ser fatal

Depois de uma rápida introdução no passado sobre a figura infame central do game envolvendo recém-casados extremamente desafortunados, somos transportados ao presente para conhecer os cinco funcionários da Lonnit Entertainment: o diretor Charlie, a apresentadora Kate, o cinegrafista Mark, a técnica elétrica Jamie e a estagiária Erin.

Fonte:  Stella/Voxel 

Trabalhando no episódio final da primeira temporada de seu seriado sobre serial killers, Arquitetos do Assassinato, a equipe se vê em problemas, afinal, precisa criar algo incrível para conseguir a renovação da série, mas o assunto da vez, H.H. Holmes, já foi tão explorado que nada do que eles gravam parece bom o bastante para causar o impacto necessário.

Fonte:  Stella/Voxel 

E é nesse momento que Charlie recebe um telefonema de Graham Du’Met, um ricaço com gostos exóticos que promete ser a salvação do projeto, dando ao grupo a chance de conhecer uma herança bem peculiar deixada por sua família: um hotel com recriações exatas e memorabilia de nada menos que o próprio Castelo da Morte de Holmes.

Fonte:  Stella/Voxel 

A oferta é tão promissora para o programa e problemas financeiros do estúdio que o dono da Lonnit Entertainment aceita de imediato, ignorando vários detalhes básicos como o fato da construção ficar em uma ilha isolada, a urgência do homem para a equipe ir no mesmo dia, a necessidade de entregarem seus celulares e, acima de tudo, como Du’Met sabia qual era o tema do episódio em primeiro lugar?

Porém, a determinação do diretor em busca do sucesso vence qualquer raciocínio lógico, mesmo quando as coisas começam a ficar bem suspeitas na ilha quase deserta, com o anfitrião partindo as pressas sem falar com ninguém e situações sinistras começando a acontecer.

Fonte:  Stella/Voxel 

Sozinhos, isolados e sem forma de se comunicar com o mundo externo, nossos protagonistas rapidamente se dão conta que o preço da fama pode ser alto demais, com suas vidas e sanidade sendo colocadas constantemente em risco em uma noite repleta de jogos psicóticos em um hotel que é uma armadilha mortal.

A história de The Devil in Me é muito interessante, mas para solucionar seu mistério, é preciso conferir todas as pistas e prestar muita atenção. Em alguns momentos, jornais e gravações ativam cenas ligadas a outro serial killer além de Holmes, e essas informações serão essenciais para compreender a história, sendo apresentadas de uma forma interativa muito melhor do que uma leitura extensa ou ficar simplesmente parado do lado de um gravador esperando o áudio terminar.

Fonte:  Stella/Voxel 

Além de inspirações evidentes no universo de true crime e na famosa série de filmes Jogos Mortais, o game também tem toques de outras obras icônicas de terror, como O Iluminado, Psicose e até mesmo Halloween.

O nervosismo é quase uma constante ao longo do gameplay, seja por momentos no qual a vida de seus personagens favoritos está seriamente ameaçada, ou por escolhas tão idiotas que parece até que ninguém nunca viu um filme de terror na vida. Porém, o título se apoiou um pouco demais na utilização de jumpscares, um recurso desnecessário quando a própria trama já consegue despertar muita inquietação.

Fonte:  Stella/Voxel 

Nessa noite cheia de trauma e armadilhas sanguinárias, as escolhas dos jogadores são de extrema importância. Com um grupo com relações um tanto instáveis e muita bagagem emocional, fica em nossas mãos ajudá-los a superar as diferenças e encontrar uma forma de trabalhar em equipe, ou simplesmente abandonar nossos desafetos para um fim extremamente violento.

Fonte:  Stella/Voxel 

Porém, é sempre bom ter em mente que a morte de um deles pode impactar o destino de todos, então, quanto menos sobreviverem, talvez menor seja a chance dos seus preferidos terem um final feliz...

Lutando com garras, dentes e cartões de visita

Além das mecânicas básicas presentes nos outros jogos da franquia, como escolhas de respostas, pressionar botões no momento certo e controle de batimentos cardíacos, The Devil in Me trouxe novas formas de movimentações para seus protagonistas, que agora podem se escalar, pular, se esgueirar por beiradas, e mover objetos para alcançar áreas mais altas.

Fonte:  Stella/Voxel 

Em geral, os movimentos são bem fluídos e tornam a exploração mais interessante do que só andar de um lado para o outro em busca de pistas, permitindo procurar novas rotas para chegar aos seus objetivos.

Outro recurso inédito do final da primeira temporada de The Dark Pictures Anthology foi a capacidade de cada personagem realizar ações diferentes baseadas em sua função dentro da Lonnit Entertainment.

Charlie pode usar seu cartão de visitas para abrir gavetas fechadas, o microfone de Erin permite que ela escute através das paredes, Mark pode usar seu tripé para alcançar objetos em locais altos, Jamie usa seu multímetro para religar fuzis e Kate tem um lápis que ajuda a revelar segredos.

Fonte:  Stella/Voxel 

Essa adição parecia ter muito potencial quando foi anunciada, porém, não recebeu a exploração necessária dentro do gameplay. Alguns itens acima só foram utilizados uma vez, e a bombinha para a asma de Erin, que parecia ser um artigo de extrema importância para a sobrevivência da jovem quando apresentada, é rapidamente esquecida.

..Fonte:  Stella/Voxel 

No fim, os recursos mais utilizados foram aqueles que os protagonistas carregavam como fontes de iluminação, e a própria câmera de Mark, que segundo os desenvolvedores ajudaria a coletar evidências dos crimes realizados na ilha, não afetou em nada o desenrolar ou o desfecho da trama.

Seguindo seus antecessores, esse título apresenta a morte permanente dos seus personagens, diferente de The Quarry, outro drama interativo de horror lançado pela Supermassive este ano, no qual os jogadores tinham algumas chances de voltarem a cena para tentar salvar uma vida.

Fonte:  Stella/Voxel 

Cada um dos protagonistas pode encontrar uma morte trágica de várias formas diferentes, seja através dos jogos psicóticos do serial killer ou simplesmente perdendo o equilíbrio ao tentar atravessar uma tábua através de um penhasco. Por isso, é essencial tomar muito cuidado e prestar atenção para reagir na hora certa dentro da aventura para não perder ninguém por bobeira, precisando então aceitar a morte ou ter que voltar e refazer uma parte inteira através do menu Seleção de Cena.

Fonte:  Stella/Voxel 

E para quem gosta de conteúdo adicional, além das famosas premonições presentes desde Until Dawn, The Devil in Me também conta com cinco cartões de visitas de Du’Met espalhados pelas áreas, e os óbolos, moedas antigas que podem ser encontradas em muitas partes dos mapas e utilizadas para desbloquear conteúdos adicionais.

Todo plano pode acabar falhando

Tirando alguns bugs pontuais de movimentação e ângulos das câmeras, talvez o maior incômodo do game esteja ligado aos recursos especiais, que prometiam novos ares para o gameplay da antologia, mas acabaram sendo um tanto engessados e mal explorados.

E embora a trama seja intrigante, pode ficar confusa em determinados momentos, sendo preciso juntar as peças do quebra-cabeça com muito cuidado para compreender as origens e motivos do antagonista.

Fonte:  Stella/Voxel 

Por mais que a qualidade gráfica tenha melhorado muito, alguns momentos ainda deixam a desejar nas expressões faciais, principalmente quando as três mulheres do grupo acabam em uma sala com uma luz vermelha, que deixa o rosto de Kate com uma expressão vidrada e quase maníaca.

Além disso, alguns momentos são escuros demais, e quando ocorrem com personagens com fontes de luz não muito confiáveis, como Mark, é meio complicado localizar seu caminho e ainda explorar as áreas atrás de segredos.

Vale a pena?

Entre todos os títulos lançados em The Dark Pictures Anthology, The Devil in Me se tornou um dos meus grandes favoritos, abordando muito bem a temática dos horrores que um humano levado ao limite pode causar, trazendo cenas bizarras e momentos recheados de tensão.

Fonte:  Stella/Voxel 

O jogo tem de longe um dos gráficos mais bonitos da franquia, com os detalhes dos ambientes, personagens, manequins e animatrônicos espalhados pelo hotel ajudando na imersão dos jogadores nessa jornada pavorosa em busca da sobrevivência.

Por mais que seu gameplay seja maior do que de seus antecessores, ele ainda é relativamente curto, podendo ser concluído em cerca de seis horas, e com um bom valor de repetição, caso você queria ver todas as mortes disponíveis e possíveis fins para os funcionários da Lonnit Entertainment.

Fonte:  Stella/Voxel 

Ele ainda tem seus problemas, é claro, mas mostrou os esforços da Supermassive Games em melhorar seus projetos com base nos feedbacks da comunidade, e talvez servirá para abrir caminho para inovações bem interessantes na segunda temporada da antologia.

Então, para quem adora uma história com assassinos em série e muito gore, vale sim a pena dar uma chance para The Devil in Me, e tentar dar o melhor de si para sobreviver às armadilhas mortais que irão surgir pelo caminho.

The Dark Pictures Anthology: The Devil in Me foi gentilmente cedido pela Bandai NAMCO para a realização desta análise.

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Pontos Positivos
  • Gráficos realistas
  • História intrigante
  • Muito sangue
  • Cenas impactantes
Pontos Negativos
  • Jumpscares desnecessários
  • Recursos especiais pouco utilizados
  • Bugs pontuais
  • Áreas escuras demais