Imagem de Tactics Ogre: Reborn
Imagem de Tactics Ogre: Reborn

Tactics Ogre: Reborn

Nota do Voxel
80

Tactis Ogre Reborn é pura nostalgia estratégica

Apesar de ser uma das melhores, mais influentes e mais amadas séries de estratégia que existem, Ogre Battle tem uma cronologia bastante confusa para novatos, e parecia fadada a ficar no limbo dos videogames até o anúncio de Tactics Ogre Reborn, remasterização de um dos melhores capítulos da série!

Para quem está por fora, o novo jogo para PC, PlayStation 5, PS4 e Nintendo Switch é uma versão bem aprimorada de Tactics Ogre: Let us Cling Together, título lançado em 2010 para o PSP que, por sua vez, é um remake completo de um jogo lançado em 1995 para o Super Nintendo (e posteriormente portado para o SEGA Saturn e PS1).

Cronologicamente, esse é o sétimo capítulo da saga, mas você não precisa se preocupar muito com isso, já que a ideia de numerar assim é justamente seguir uma lógica meio parecida com o que George Lucas fez lá no Star Wars Episódio IV: Uma Nova Esperança. Em resumo, vários capítulos sequer existem, e esse jogo é um ponto de partida tão bom quanto qualquer outro. Saiba tudo sobre ele no nosso review completo a seguir!

Renovado, mas nem tanto assim...

Ainda que o intuito dessa remasterização seja se manter fiel às raízes, os principais atrativos de Reborn são gráficos e sons melhorados, além de mudanças pontuais no design do gameplay. O próprio produtor Hiroaki Kato já tinha afirmado em entrevistas que o objetivo não era atualizar demais os gráficos, mas sim reapresentar a uma nova geração o charme da pixel art que conquistou tantos fãs no passado, mas agora com artes mais suaves e fonte retrabalhada em HD.

Essa foi uma decisão no mínimo controversa e, ao menos aqui na redação do Voxel, nos dividimos entre quem achou que o estilo visual permaneceu charmoso, enquanto outros tantos acharam que muita coisa se perdeu na transição e que, no fim das contas, talvez valesse a pena ter repensado o visual completamente. Entendo os dois lados, mas na minha opinião, o trabalho visual ficou passável. Nem deslumbrante e nem porco, apenas ok.

Talvez isso fique aquém do que o próprio Kato gostaria de alcançar, já que ele também mencionou ter sido muito inspirado pelo trabalho da Square Enix em Final Fantasy XII: The Zodiac Age, outro relançamento que trouxe toneladas de aprimoramentos em relação ao material original. Tactics Ogre Reborn não chega no mesmo nível de forma alguma, mas há bastante coisa para aproveitar e celebrar uma vez que você supera a barreira dos gráficos.

Conquista de territórios

Na história do jogo, infelizmente sem localização alguma em português em um grande desperdício de potencial, temos as ilhas de Valerian, que são a joia da coroa do mar de Obero. Essa região é essencial para o comércio marítimo, e naturalmente os locais precisaram lutar muito pelo domínio do litoral em um conflito que só foi resolvido com a chegada de Dorgalua "Dynast-King" Oberyth.

Posteriormente conhecido com o Rei Dorgalua, ele trouxe uma prosperidade de cinquenta anos para a terra Valeriana. No entanto, a sua morte fez uma nova guerra civil eclodir, e com isso três facções distintas passam a disputar as ilhas: temos os Galgastani, principalmente feitos pela população das ilhas, os  Bakram, formados principalmente pela nobreza Valeriana, e os Walister, que são a facção menos numerosa. Justamente por isso, as ilhas se dividiram entre os Galgastani e os Bakram, e é aí que entramos na história sob o ponto de vista de um jovem chamado Denam.

O interessante aqui é que, além das lutas, temos também a possibilidade de ramificar os rumos da narrativa e o seu desfecho através de escolhas pontuais feitas no desenrolar da história. Mesmo quem zerou ou sabe de cor a versão original deve apreciar as lutas retrabalhadas que agora contam com uma nova inteligência artificial bem mais capaz do que a de décadas atrás, mais apta a lidar com os seus movimentos. Eu pelo menos apreciei o desafio adicional que me fez perder algumas vezes já nas primeiras fases!

Melhorias bem-vindas

Além da IA aprimorada, vários outros sistemas pequenos e grandes passaram por uma grata tunagem. Por exemplo, agora temos não apenas salvamento automático como também a possibilidade de fazer um salvamento rápido que para a luta em qualquer ponto que você quiser e então permite retomá-la depois, obviamente apagando o save assim que você o recarrega para evitar apelações.

Os mais impacientes também vão gostar de ver que agora é possível aumentar a velocidade das lutas, e que a UI passou por uma bela renovada, ficando mais intuitiva no processo. Inclusive agora os antigos níveis de classe evoluíram para um sistema de níveis separados por unidades, o que acaba rendendo ainda mais formas de customizar os seus personagens e itens.

Mas entre todas as adições e melhorias, certamente nenhuma se destaca mais do que o trabalho sonoro. Além de as músicas terem sido regravadas com orquestrações, os diálogos em japonês e em inglês ajudam a se importar mais ainda com os personagens. Já as suas artes de retratos, ainda que sejam absolutamente lindas, não são lá tão diferentes assim do que vimos no PSP, ainda que agora em alta definição.

Para quem acha que o desafio está hardcore demais, é possível usar o Chariot Tarot para retroceder alguns turnos e tentar desfazer erros cruciais na sua estratégia, ou até mesmo o World Tarot para viajar de volta na história e explorar outras ramificações da trama sem precisar rejogar a campanha completo, o que é algo muito bem-vindo.

Vale a pena?

Tactics Ogre Reborn é uma ótima experiência tanto para quem quer matar as saudades da série como para quem vai experimentá-la pela primeira vez. Ainda assim, em tempos de tantos remasters e remakes, a apresentação visual do game acaba decepcionando um pouco, ainda que certamente tudo esteja bastante fiel. Várias melhorias pontuais de qualidade de vida ajudam a valorizar o pacote, mas nada brilha mais do que a nova dublagem e músicas regravadas que são um verdadeiro deleite sonoro.

Tactics Ogre Reborn não estraga o gameplay brilhante da série, mas podia ter mais melhorias

Tactics Ogre Reborn foi gentilmente cedido pela Square Enix para a realização desta análise.

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Pontos Positivos
  • A adição de boa dublagem fez diferença
  • O combate tático segue primoroso
  • Músicas regravadas estão ainda mais incríveis
  • Melhorias na UI e facilidades para salvar e voltar no tempo
Pontos Negativos
  • O visual controverso divide opiniões
  • Não é lá tão diferente assim da versão de PSP
  • Sem localização em português