Imagem de Super Mario Odyssey
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Super Mario Odyssey

Nota do Voxel
100

Super Mario Odyssey é mais que incrível: é uma segunda infância para todos

Pois é, a Nintendo conseguiu: no mesmo ano, destronou duas de suas maiores obras-primas (que também são dois dos melhores jogos de TODOS OS TEMPOS) em um intervalo menor que 8 meses. Sim, Super Mario Odyssey é tudo isso que dizem e muito mais. Por 20 anos, Super Mario 64 reinou soberano no coração de muita gente como o melhor da franquia, mas agora há um novo rei no pedaço. Para tirar sua coroa, só assim mesmo: com outro Mario.

As opiniões podem variar, mas podem ficar tranquilos: Super Mario Odyssey está pelo menos no mesmo nível que Mario 64 e os dois Super Mario Galaxy, vai de cada um. Não é de se estranhar que o game esteja fazendo tanto barulho: é diversão do começo ao fim, com uma boa dose de entretenimento simples e bruto injetado direto na veia, tudo com a boa e velha magia da Nintendo. E, quando se trata do mascote mais famoso da empresa, a Nintendo sabe o que faz.

Diversão, diversão, diversão

Quando temos um novo Super Mario, a Big N definitivamente não dorme no ponto. Todos os elementos que fazem um bom Mario foram explorados com maestria e não há nada que deixe a desejar em relação aos seus antecessores. Durante mais de 15 horas, você vai encontrar dezenas de níveis extremamente criativos, level design da melhor qualidade possível, muito incentivo a exploração, segredos aos montes e uma experiência que fará você aproveitar cada momento do começo ao fim com um sorriso na cara.

A história, como você deve imaginar, é a mesma de sempre, com o carisma que a franquia tem: Peach foi raptada por Bowser e cabe ao bigodudo trazer a princesa de volta. Para fazer isso, o personagem viaja de mundo em mundo através da Odyssey, uma nave que funciona com o poder das luas coletadas durante a campanha, similar às estrelas de Super Mario 64. Mas há muito mais do que apenas mecânicas refinadas.

Super Mario Odyssey

É basicamente Mario 64 outra vez, e é por isso que Super Mario Odyssey tem tanto glamour e charme. É simples, funcional e brutalmente divertido. Durante meu tempo com o game, me sentia como um moleque mais uma vez ao ganhar o Nintendo 64 há mais de 20 anos. Tudo o que eu precisava fazer era explorar os mundos e procurar as luas escondidas das mais diversas maneiras, todas utilizando a magia e a criatividade que parecem sobrar na Nintendo.

A Nintendo não erra em Mario de exploração 3D, e dessa vez não foi diferente: é criatividade e diversão do começo ao fim

Pode parecer slogan de marqueteiros, mas, de vez em quando, menos realmente é mais. Com exceção de alguns controles por movimento, Super Mario Odyssey pode ser jogado com apenas dois botões e o analógico. Parece simples até demais para pleno 2017, mas a Nintendo coloca mecânicas tão funcionais e bem-feitas no jogo de plataforma que é simplesmente impossível não se divertir.

Jogabilidade de tirar o chapéu

Tudo caminha na direção de um sucessor espiritual de Super Mario 64, mas há um fator que muda bastante: dessa vez, Mario conta com uma ajudinha inesperada. Cappy é o chapéu animado e o novo parceiro do protagonista, capaz de possuir diversos inimigos. Essa mecânica cria uma vastidão de possibilidades e formas diferentes de jogar, tudo feito com muito capricho. Às vezes, você é uma planta que deve se esticar para alcançar lugares inacessíveis; em outra, é um goomba que precisa conquistar a sua amada para ganhar uma lua.

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A variedade é enorme e vai muito além. O encanador pode se transformar em um tiranossauro Rex, em peixes, polvos, tanques de guerra, bolas de fogo, em um pedaço de carne gigante e até mesmo em alguns humanos, por mais estranho que isso seja. O destaque é que cada uma dessas transformações faz sentido mecanicamente e cumpre um propósito dentro do mapa. Esse leque enorme de possibilidades é um dos alicerces para criar uma experiência tão divertida.

Como você deve imaginar, todo o level design e combate de cada mundo é delicadamente pensado e planejado para funcionar com cada uma das transformações. É nisso que Super Mario Odyssey ganha destaque: é quase um trabalho artesanal, feito com capricho e que encaixa perfeitamente. O ritmo e a diversão não caem jamais.

Super Mario Odyssey

Variedade enorme de cenários e atividades

Cada mundo de Super Mario Odyssey traz uma vastidão de conteúdo e é extremamente diferente um do outro, criando uma variedade ainda maior. Seja nas areias de um deserto congelado, na cidade grande de New Donk City ou no reino de comidas de Luncheon Kingdom, há muito para se fazer e diversos colecionáveis para buscar.

O impressionante é que a maioria desses reinos (ou fases) são muito, muito grandes. Até mesmo os menores trazem uma dose gigantesca de conteúdo. Cada nível é dividido em diversas partições, cada uma delas com sua dose de diversão e coisas para fazer. Mesmo depois do fim do game, existem diversos segredos para correr atrás e até mesmo níveis secretos.

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O seu objetivo em cada um desses reinos é simples: coletar um número determinado de luas e derrotar um chefão. Contudo, cada uma é conquistada de uma forma diferente, inclusive em seções 2D clássicas à la Super Mario de Nintendinho. Seja com desafios de plataformas extremamente divertidos e criativos ou possuindo inimigos para conquistar os preciosos prêmios, todos os métodos para alcançar esses objetivos são pura diversão, sem nunca perder o ritmo.

Em um momento, estava realizando corridas na neve; em outro, explorando seções de plataformas extremamente bem construídas em uma selva inóspita; até entrar em quadros à la Mario 64 e em seções 2D de Super Mario Bros. de 1985. É diversão pura e bruta injetada diretamente na veia.

De seções em 2D até mini games de corrida na neve: tem MUITA coisa para fazer em mais de 40 horas de conteúdo

Os chefões são um pouco repetitivos, mas há alguns deles que se destacam na criatividade e na forma de vencê-los. No geral, Super Mario Odyssey não é um jogo tão desafiador e é possível completar tudo sem suar a camisa. Porém, a verdadeira dificuldade se encontra em buscar o 100%: pode ter certeza de que correr atrás dos extras trará obstáculos de plataformas muito bem elaborados e difíceis de passar.

Super Mario Odyssey

Dezenas de coisas para fazer depois do fim

A duração de Super Mario Odyssey é similar à de qualquer outro game da série: mais de 10 horas (dá para chutar fácil de 15 a 18 horas). Porém, isso está bem longe do tempo total que você vai gastar para fazer o 100%. Mas não se engane. O conteúdo extra não é algo mais ou menos que serve apenas para prolongar a vida do jogo: ele é tão bom quanto o principal.

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Há níveis secretos, “dungeons” diferentes em cada reino e uma vastidão de coisas para se fazer, todas bem diferentes umas das outras. Inclusive, você pode até buscar vestimentas diferentes para o encanador: algumas delas são compradas com moedas comuns, e outras só podem ser adquiridas com moedas roxas exclusivas de cada mundo.

Quando não estamos utilizando Cappy, é possível personalizar o bigodudo com dezenas de roupas diferentes. Em alguns casos, isso serve para pegar algum item extra, mas na maioria das vezes a mudança é apenas estética. De uma forma ou de outra, temos muitas vestimentas para colecionar e correr atrás.

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Direção de arte soberba, mas com deslizes técnicos leves

Mario atinge o nível de excelência em absolutamente todos os aspectos que apresenta, mas há um único elemento que tem problemas leves: a parte gráfica. Super Mario Odyssey é estonteante em termos de beleza, e a direção de arte é um verdadeiro espetáculo. Os cenários são riquíssimos em visuais, e há muita variedade artística. Há bastante atenção aos detalhes: o personagem pode ficar sujo de terra, molhado ou até mesmo ficar machucado por alguns inimigos.

Os gráficos são espetaculares e ultrapassam a expectativa para o Switch, mas há pequenos problemas

Porém, a parte técnica se depara com algumas limitações do Switch. Veja bem, são problemas ínfimos e é encontrar pelo em ovo, mas sim, há alguns pequenos problemas na parte gráfica. Em áreas com muitos elementos na tela, a resolução pode cair; já em New Donk City, cenário urbano, alguns NPCs ficam com animações em 30 fps ou menos quando estão distantes.

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Tudo roda em 60 fps pela primeira vez em um Mario de exploração, o que garante uma precisão e uma fluidez perfeita – vamos torcer que esse seja o padrão da série daqui para frente. Entretanto, há quedas na taxa de quadros em algumas raras situações. Felizmente, nada sério ou que estrague a experiência. No modo portátil, a qualidade também é reduzida, com sombras em menor qualidade, alguns detalhes são reduzidos e por aí vai.

A câmera e os Joycons podem ser problemáticos

Além desses pequenos empecilhos, a câmera é um velho inimigo de Mario e volta mais uma vez. Em 95% das vezes, ela funciona muito bem e se ajusta às situações da tela, mas de vez em quando ela pode exibir alguns ângulos ruins em momentos que exigem resposta rápida, atrapalhando a jogatina.

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Por fim, a Nintendo também optou por usar bastante os sensores de movimento dos Joycons, simulando de leve a jogabilidade de Super Mario Galaxy. Isso é bacana e até oferece uma experiência legal, mas no modo portátil pode atrapalhar bastante, já que, para usar o sensor, é necessário balançar o console inteiro. Não custaria nada ter botões feitos especificamente para algumas ações – até porque, a maioria deles não é utilizada.

Vale a pena? SIM

Super Mario Odyssey não é perfeito tecnicamente, mas que jogo é? Tampouco Mario Odyssey é a mesma revolução 3D que a franquia teve no Nintendo 64, mas sua execução com a magia Nintendo é tão palpável que é difícil não o colocar no patamar dos games mais marcantes da geração.  É algo muito mais dionisíaco do que apolíneo. É o sentimento, não a razão.

Super Mario Odyssey

É a nostalgia de ver um Mario clássico tão bom quanto aquele que tivemos na infânica. Basicamente, a Big N conseguiu um balanço harmônico entre Super Mario 64 e Super Mario Galaxy. Se você tava economizando e não cabia um Switch no seu orçamento,  sinto lhe informar, mas chegou a hora de pegar o console, pois Mario Odyssey é o motivo perfeito.

Este jogo foi gentilmente cedido pela loja Bacana Games para a realização da análise.

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Pontos Positivos
  • Simples, caprichado e brutalmente divertido
  • A nova mecânica de possuir inimigos é muito criativa e oferece variedade enorme de gameplay
  • O level design do jogo é extremamente bem-feito
  • Muitos desafios de plataformas e diversos mini games distintos
  • A personalização de Mario é um dos melhores extras que poderíamos ter
  • Cada mundo é único e oferece muita variedade de gameplay
  • O jogo é longo e há muito conteúdo para buscar, mesmo após o fim da campanha
  • A direção de arte é simplesmente soberba e o jogo roda quase 100% do tempo em 60 fps
Pontos Negativos
  • Controles de movimento não fazem muito sentido no modo portátil
  • A câmera atrapalha em alguns raros momentos
  • Mesmo que sejam ínfimos, há alguns problemas técnicos na parte gráfica