Imagem de Scarface: The World Is Yours
Imagem de Scarface: The World Is Yours

Scarface: The World Is Yours

Nota do Voxel
69

Tony Montana ainda mais sanguinário que no filme.

O estilo de jogo inspirado na Miami anos 80, com traficantes competindo mortalmente pelo domínio na venda de drogas, tiroteios em plena luz do dia, sol e praia, parece não ter se esgotado. Com o lançamento de Scarface para diversas plataformas, este tema sobrevive agora com um jogo que deriva do filme homônimo e cultuado de Brian de Palma. Mesmo já existindo no mercado títulos como Gta Vice City e Miami Vice ambos inspirados no gênero, Scarface teve uma boa recepção do público e da mídia especializada.

Tony Montana e seu "vasto" vocabulário


Scarface: The World is Yours, tem como personagem principal o implacável Tony Montana. Já de início cabe uma ressalva: apesar de Tony ser realmente um casca grossa, soltando palavrões o tempo inteiro e matando mais do que conversando, ao menos era possível apreciar a atuação ímpar de Al Pacino em sua interpretação no filme. No jogo, ao contrário, vemos claramente o mal proveito do enredo e serventia da fama do filme. Cutscenes vagas mostrando apenas flashes da ascenção e queda de Tony Montana, sanguinolência e muitos “Don´t fuck with me” reduzem um personagem aterrorizante a apenas um lunático assassino. Logo no início, apresenta-se o trailer do filme com áudio remasterizado, ficando aqui, além da propaganda, uma possível sugestão dos desenvolvedores de que o jogo não será completamente usufruído caso não se conheça o filme.

A história de um assassino


A história começa com a derrocada de Tony. Após ter construído um império dos narcóticos à base de muitas mortes e venda de cocaína, Montana fica embriagado pelo dinheiro e paranóico contra traidores (traidores aliás feitos pelo seu gênio pouco amigável). Tal paranóia no final se mostra condizente com a realidade. Em uma emboscada, seu inimigo, Sousa, contrata praticamente um exército para invadir sua mansão. Tudo isso demonstrado por uma cutscene. Vigilante e possesso, observa tudo pelos monitores das câmeras de segurança enquanto se arma furiosamente com um rifle pesado.

No final da cutscene o jogador toma posse dessa fúria. Inimigos às pencas desovam infinitamente por todo lado. Não há aqui espaço para muito realismo; a barra de vida esgota-se relativamente devagar, permitindo um banho de sangue cinematográfico. No decorrer do jogo não haverão partes realmente difíceis, apesar haverem algumas desbalanceadas, difíceis sem justificativa aparente. A trava da mira ajuda (ativada com o botão direito do mouse, no PC) e, mesmo que se erre, os inimigos não são tão bons atiradores assim.

GTC - Grand Theft Cocaine

A partir daí, as missões para a reconstrução do império serão várias. Com uma cidade aberta e com uma sistemática idêntica ao GTA, a meta será distribuir pacotes de cocaína, proteger ou matar certas pessoas além de bancar o herói salvando uma garota. Nada fora do cotidiano de qualquer bandido, a não ser somente uma tarefa descabida, “Pimp my Mansion”, onde objetos deve ser comprados para a mansão. Descabida pois Montana é uma arma letal destruidora, não um decorador de interiores. Quanto ao mapa, este é extenso e possui algumas ilhas acessadas através de pontes ou barcos.

Uma opção que facilmente terá sua utilidade absorvida pelo jogador são os “Balls”. Tal, digamos, potencialidade de Tony é coordenada pelo número de ofensas, acrobacias em veículos e mutilações de pessoas. O indicador Balls aumenta mais rápido sem o uso da mira automática, e quando cheia, permite entrar no modo rage. Aqui, a perspectiva passa a ser primeira pessoa e Montana permanece invulnerável a ataques, ganhando life a cada inimigo morto. Entre outras características, existe a possibilidade de solicitar determinados carros através do telefone e evitar prisões através de “um papinho” com o policial.

Bugs, bugs e mais bugs


Existem várias situações em que a perícia e sucesso serão mediados pela acuidade do jogador em manter pressionada uma tecla e soltá-la quando uma barra, que enche e esvazia, estiver cheia. Não é exatamente uma prova rigorosa, pois exige somente um pouco de rapidez e sorte. Poderia ser melhor mas, por outro lado, como testar a habilidade de Tony em vender ou comprar cocaína? Isso tudo vale para enganar-se o policial (já comentado), falar com garotas, além de sair-se bem várias conversas.

Os gráficos do jogo, na versão PC em especial, deixam um tanto a desejar. Seja pela quebra de polígonos, seja pelo peso do jogo que aliás contém alguns bugs. É sabido que o título originalmente seria lançado unicamente para PS2. No caso do computador o jogo foi grosseiramente adaptado, causando baixos número de quadros em diversas horas mesmo nos melhores computadores, além de ter uma jogabilidade péssima no teclado e mouse. As cutscenes possuem diálogos ligeiros que não vão muito além do fuck the fucking fuckers, palavrões gratuitos.

A trilha sonora inclui diversos nomes famosos, além da trilha sonora original do filme, tais como: Rob Zombie, Motorhead, Judas Priest e Johnny Cash. Os efeitos são bons mas o principal destaque é a capacidade do dublador, André Sogliuzz, em representar de maneira convincente a raiva de Tony Montana.

Não foi desta vez que Scarface foi bem aproveitado


Enfim, o jogo poderia ter sido muito mais trabalhado e desenvolvido na versão PC. A história deixa a desejar, além da jogabilidade ser ruim. Entretanto, para todos aqueles que conjecturavam um final alternativo ao filme, este jogo pode ser uma boa oportunidade de vivenciá-la. Diante de tudo isso chega-se à conclusão de que, se não fosse pelo fato de estar baseado em um dos melhores filmes de Brian de Palma, ele não passaria de uma cópia barata de GTA.

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