Imagem de Rocket Arena
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Rocket Arena

Nota do Voxel
75

Rocket Arena é bom, mas tem muito o que melhorar

Rocket Arena foi anunciado durante a EA Play em junho deste ano como o primeiro jogo da Final Strike Games, lançado mundialmente em 14 de julho. Antes disso, participamos de um evento promovido pela EA Games para jornalistas e influenciadores experimentarem um pouco do jogo.

Se você ainda não viu nada sobre o game, aqui vai um resumo bem simples: é um shooter de três versus três no qual é preciso aprender a dominar as habilidades e os lança-mísseis únicos de cada personagem para mandar os inimigos pelos ares.

 

Jogabilidade com toques de originalidade

O game mistura um pouco da jogabilidade de vários games. Primeiro, é um shooter em terceira pessoa e tem um visual mais cartunesco, como Fortnite. Segundo, diferentemente de shooters comuns, seu objetivo não é matar o adversário, mas sim jogá-lo para fora da arena, como um Smash Bros

A "barra de vida" do personagem funciona de forma parecida com a porcentagem do brawler da Nintendo, em que quanto mais você acerta o inimigo, mais a barra se enche, tornando mais fácil arremessar para longe; quando ela se enche, o próximo ataque pode ser mortal. 

Pode parecer que Rocket Arena é um monstro do Dr. Frankenstein — e de certa forma é —, mas isso não o impede de ter toques de originalidade. Os heróis do game ou, melhor, desafiantes, como são chamados, dão um toque de originalidade. No lançamento, estão disponíveis dez deles, com estilos totalmente diferentes: mais lentos, mais rápidos, que usam canhões de navio ou escopetas.

Calma aí! Espingardas? Apesar de a temática ser foguetes, alguns personagens usam armas que não são bem lança-mísseis. Boone, por exemplo, tem uma escopeta que pode se transformar em um tipo de rifle de precisão se usarmos o botão de ataque alternativo. A desculpa é dizer que é uma escopeta de mísseis.

"Voar, voar; subir, subir"

Conversamos com os desenvolvedores do game sobre a ideia de usar foguetes e eles disseram que queriam uma jogatina bem frenética e com impacto. De fato, isso acontece nas partidas, e você pode ser atingido de todos os lados por explosões que nem imagina de onde saíram. Essa loucura toda pode fazer os mais novatos em shooters ficarem meio intimidados, principalmente por as arenas serem pequenas, para que haja mais encontros entre os três membros de cada time.

Mesmo que os heróis sejam meio lentos, o ritmo das partidas é eletrizante, porque o personagem não morre e aguarda a próxima rodada; aqui é cair, ser levado voando até um ponto do mapa e já se preparar para sair atirando seus mísseis de novo — ninguém "morre" em Rocket Arena.

Modos de jogo

Além do modo normal de nocaute, em que a equipe que derrubar mais adversários da arena vence, no PVP há três opções.

1. Foguetebol: as duas equipes devem brigar pela posse de uma bola e levá-la até o "gol" do adversário. Quem marcar cinco pontos primeiro ou tiver mais gols até o tempo acabar vence.

2. Megafoguete: foguetes gigantes aparecem em locais aleatórios do mapa, e as equipes devem dominá-los, ficando o máximo de tempo possível dentro de uma área demarcada. É como qualquer game de captura de ponto. 

3. Caça ao tesouro: algum membro da equipe deve encontrar e carregar um baú de tesouro o máximo de tempo que conseguir, garantindo moedas para a equipe. Quanto mais tempo o jogador ficar com o item sem ser mandado para fora da arena, mais moedas ele consegue. Contudo, durante os intervalos entre as aparições dos baús, moedas são colocadas no mapa para que todos consigam fazer alguns pontos extras. Ganha quem no coletar 250 moedas primeiro.

Também há um modo PVE:  Ataque dos Foguetobôs. Os jogadores devem se unir para derrotar um grupo de 30 foguetobôs antes de o tempo acabar, mas cada player tem apenas três vidas. 

Um estilo para cada herói

Em Rocket Arena, os desafiantes são totalmente diferentes não só em questão de poderes mas também de armas e jogabilidade. O único ponto em comum é a esquiva, e todos contam com um botão que pode ser usado para desviar dos ataques inimigos. Mas é claro que isso não pode ser usado a todo momento, e o recurso tem um cooldown de 6 segundos. 

Vamos colocar em uma situação prática: jogar com o pirata Blastbeard requer atenção com a queda dos projéteis de sua arma, já que ele usa um canhão pesado. Com Boomer, a ideia é atacar de perto, pois ele usa uma escopeta e seus projéteis se espalham; portanto, quanto mais perto estiver, mais os estilhaços pegam no adversário e causam mais dano. Isso falando bem por cima e de uma forma básica, já que todos têm ataques alternativos, habilidades especiais e itens que podem ser encontrados pelo mapa. 

A EA afirma que esse rol de desafiantes vai ficar bem mais diverso, e a cada nova temporada está planejado o lançamento de um personagem. A primeira começa em 28 de julho e já tem o seu: a pequena Flux, que usa catbots para atacar.

De maneira geral, esta é a parte em que Rocket Arena tem destaque: personagens totalmente diferentes, que fazem com que pareça que estamos jogando algo completamente novo ao mudar de um para outro. Eles também contam com um sistema de artefatos que permite dar uma boa customizada no estilo de jogar.

O problema é que, a partir do momento que você já usou todos os personagens e experimentou os modos de jogo, as partidas dão a impressão de serem muito parecidas.

Apesar de ter dez mapas, eles não ajudam muito a amenizar a sensação, já que contam com mecânicas bem parecidas e quase todos têm algum tipo de booster que faz saltar bem alto e nada mais. A variedade de itens também é escassa; há um imã que puxa projéteis, uma bomba que sai quicando para jogar nos inimigos, um raio que deixa o personagem mais rápido e uma bandana ninja que aumenta a eficácia das esquivas.

Senti falta de bolar uma estratégia diferente para derrotar os adversários, como muitas vezes acontece com jogos MOBA ou em shooters competitivos como Rainbow Six Siege. Parece que a equipe não faz tanta diferença, e tive a impressão de que os membros só servem para ser outros alvos e você não precise lutar contra três adversários sozinho. 

Campanha? Que campanha?

O game não tem campanha, e toda a história vai ser contada através dos eventos a cada temporada, assim como em forma de itens cosméticos que os personagens ganham e nas biografias deles, acessadas no menu principal. Falando nisso, como já é muito comum, o jogo vai contar com um item chamado Passe de Impacto; ao adquiri-lo, o jogador garante diversas recompensas extras, todas apenas cosméticas, segundo a EA. Quem não tiver o passe poderá jogar da mesma forma, mas não vai receber os mimos.

O Passe de Impacto custa 950 combustíveis. Visitando a loja do game, vemos que 500 combustíveis custam R$ 29 e há um pacote de 1.050 combustíveis que custa R$ 55 e serviria para comprar o Passe; ainda sobrariam 100 combustíveis, mas esse preço é bem salgadinho para um game que já é pago.

É possível ganhar combustível evoluindo, mas isso vai exigir muita jogatina, então é bom que esses conteúdos sejam realmente interessantes. Também é bom lembrar que Rocket Arena, diferentemente de outros jogos com sistema de passe, como Fortnite e CoD: Warzone, não é gratuito: a versão standard custa R$ 149.

Rocket Arena vale a pena?

Quem quer um jogo sem compromisso para aquela partidinha rápida ou juntar uma galera para uma competição, Rocket Arena cumpre seu objetivo. É um game bem-feito, com gráficos que não encantam ninguém, mas também não são feios, afinal esse nem é o foco, e com um jeitão bem leve para momentos em que não queremos mergulhar em jogos muito complexos.

Entretanto, sinceramente não consigo ver o game se destacar entre tantas opções gratuitas com a mesma pegada no mercado. É claro que o título tem carisma e até usa um sistema de desafios diários e semanais para manter o interesse, mas a pergunta é: será que isso vai ser o suficiente para conquistar os jogadores?

Outro ponto é que talvez não tenha tantos jogadores assim ainda, já que mesmo estando com o cross-play ativado levei um bom tempo para encontrar uma partida. Além disso, sofri com quedas no servidor duas vezes, mas são problemas de lançamento que devem ser resolvidos em breve.

No fim das contas, a nota para Rocket Arena é 7,5, pois o jogo é bom e a jogatina é gostosa; mas, depois de ver todos os heróis, ele não tem muito mais para oferecer e as partidas passam a ficar muito parecidas, sem um toque mais estratégico. Quem sabe com os passes de temporada ele ganhe coisas mais interessantes a serem descobertas.

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Pontos Positivos
  • Divertido e frenético
  • A EA promete novos heróis em todas as temporadas, dando uma animada no game
Pontos Negativos
  • Um jogo pago que tem sistema de Passe de Batalha, é bem difícil de dar certo
  • Depois que você conhece todos os Desafiantes, as partidas parecem todas iguais