Imagem de NBA 2K23
Imagem de NBA 2K23

NBA 2K23

Nota do Voxel
75

NBA 2K23 melhora seu antecessor, mas ainda peca na monetização

Falar da série NBA 2K é sempre uma tarefa difícil. De um lado temos o melhor simulador de esportes na indústria: poucos jogos conseguem sequer chegar perto da qualidade com que a franquia da 2K é capaz de representar o jogo de basquete.Do outro temos também a franquia esportiva com a monetização mais agressiva e predatória no mundo dos jogos.

Devido a isso, analisar NBA 2K23 é um processo que precisa avaliar duas partes quase que distintas, divididas entre os modos offline, onde a monetização não é um problema, e os modos online, onde podemos ver as microtransações em toda sua “glória”.

NBA 2K23 é talvez o título mais robusto da franquia no que tange o modo offline. Com excelentes adições de modos feitos para fãs de basquete, revisando a história da NBA desde os duelos de Magic Johnson e Larry Bird até os dias atuais, o título deste ano tem material de sobra para ser aproveitado em singleplayer. Será que essa qualidade é suficiente para compensar a monetização do título e elevar a franquia a um patamar ainda maior?

Dominando a quadra

A verdade é que poucas coisas mudaram em gameplay quando comparamos NBA 2K23 ao seu antecessor, mas isso não é ruim, muito pelo contrário. Como dito anteriormente, a jogabilidade da franquia da 2K sempre foi um dos pontos altos de seus títulos e aqui novamente ela rouba a cena.

Quando comparamos o game com outros jogos é inegável a diferença de qualidade no que diz respeito a simular o desporto representado na tela. Do controle dos jogadores, arremessos e passes dentro de quadra, jogar NBA 2K23 é o mais próximo que já chegamos em videogames a jogar um esporte com o controle em nossas mãos.

As poucas, mas precisas adições, contribuem bem para essa excelência em gameplay. Os arremessos agora são ainda mais delicados e difíceis de acertar, recompensando o bom posicionamento e ausência de marcação, além de aumentar a importância da habilidade de quem o faz (e por tabela a nossa ao executar o comando). A movimentação da IA foi aprimorada e agora os seus companheiros de equipe, e também seus adversários, se mexem melhor na quadra buscando espaço e criando jogadas a todo momento. Para minimizar o excesso de dribles encadeados, outra adição da 2K foi a implementação de um sistema de adrenalina, que limita o jogador a apenas três cortes bruscos por posse.

Outro ponto fortíssimo da série da 2K que volta sem grandes mudanças é a apresentação e visual dentro e fora da partida. Se você vem de franquias de outros esportes vai se assustar com a qualidade gráfica e imersão que NBA 2K23 mostra dentro de quadra. Com narrações e comentários, além de algumas inserções de repórteres “de campo”, é muito fácil de se perder na imersão do título e acreditar, mesmo que por alguns segundos, que você está dentro de uma transmissão oficial da NBA.

Homenagem ao passado e presente da NBA

Depois de algum tempo falando dos aspectos que nada ou pouco mudaram, é hora de mencionar as maiores, e melhores, adições que o jogo trouxe em relação a seus predecessores: o Jordan Challenge e o MyNBA Eras.

Começando pelo modo em homenagem ao maior jogador de basquete de todos os tempos, e que é o atleta da capa da edição especial desse ano, temos o Jordan Challenge, um conjunto de partidas que navegam pela história do Michael Jordan desde sua carreira na faculdade até a partida derradeira da final da NBA em 1998, o último jogo do time que foi chamado de “The Last Dance” pelo Chicago Bulls.

Reviver os momentos mais marcantes da carreira de Jordan é ponto alto de NBA2K23Reviver os momentos mais marcantes da carreira de Jordan é ponto alto de NBA2K23Fonte:  Divulgação/2K 

Além de contar com filtros visuais e mudanças na interface da partida para cada uma das eras presentes na campanha, no começo de cada uma temos entrevistas com figuras históricas que fizeram parte da carreira de Jordan, como o técnico Phil Jackson e o polêmico companheiro de equipe no Bulls Dennis Rodman.

Cada partida então é jogada e conta com três objetivos diferentes baseado na performance de Michael e nos acontecimentos de cada jogo, bastando conquistar apenas um destes para prosseguir para a próxima fase. É louvável o trabalho e o carinho que a 2K entregou a esse modo, tornando-o de certa forma quase que um documentário sobre a carreira do atleta que mudou para sempre a história do basquete. Se você é fã de Michael Jordan, ou um fã de basquete, com certeza vale a pena conferir.

Se o Jordan Challenge foca em apenas um jogador, do outro lado temos o retorno do modo MyNBA, o modo carreira, ou franquia como era chamado antigamente, de NBA 2K23. Para esse ano, a 2K trouxe uma surpreendente melhoria que permite jogar o modo em quatro diferentes eras da NBA: Larry Bird vs Magic Johnson, Jordan Era, Kobe Era e a Modern Era.

Cada uma dessas traz consigo suas próprias mudanças de visuais (que podem ser desligadas), interfaces e regras, como vemos no Jordan Challenge, além de contar com elencos e uniformes fiéis aos que existiam na época. É um deleite para fãs de basquete ter a chance de reviver os momentos áureos de craques como Magic e de duplas que abalaram a NBA como Kobe e Shaq em seu auge nos Lakers. Tudo isso é claro, controlando a franquia com suas diferentes responsabilidades, como drafts, trocas e contratações.

Todas as grandes eras da NBA estão presentes no novo MyNBATodas as grandes eras da NBA estão presentes no novo MyNBAFonte:  Divulgação/2K 

Outro ponto digno de nota são as adições ao modo da WNBA, a liga feminina de basquete. Além de contar com os times e jogadoras reais como em anos anteriores, a 2K investiu no modo, trazendo eventos que já estavam presentes no modo da modalidade masculina, como o All Star Weekend, e adicionando novos desafios e atividades comunitárias para seus modos online.

Hora de abrir a carteira

Agora é hora de falar dos dois modos mais populares, e polêmicos, da franquia NBA 2K. Primeiramente temos o MyTeam, que para os aficionados de jogos de esporte já é um modo tradicional dentro da indústria. Nele você começa com um time de jogadores fracos e vai melhorando, por meio de pacotes ou compras no mercado, seu elenco usando atletas do passado e do presente da NBA.

Aqui, como era de se esperar, a monetização agressiva que infelizmente virou marca da franquia começa a dar as caras, visto que o modo é extremamente Pay To Win, além de contar com diferentes modos visando instigar o FOMO (Fear Of Missing Out, algo como “medo de ficar de fora” em português) para fazer os jogadores voltarem e continuarem jogando diariamente.

Por mais críticas que possam ser feitas ao modo e seu sistema de microtransações, essa estrutura de monetização é comum em diversos jogos de esportes com modos semelhantes (como Madden, NFL e FIFA, por exemplo), então é infelizmente algo que fãs de games do gênero já estão acostumados.

Modo MyTeam retorna com todas as micro transações já normais para jogos de esporteModo MyTeam retorna com todas as micro transações já normais para jogos de esporteFonte:  Divulgação/2K 

Como pontos positivos para o modo esse ano tivemos como melhores adições o Clutch Time (modo em que jogamos uma versão acelerada de um último quarto) offline e a inclusão de um modo Triple Threat (modo 3v3) cooperativo e online. Além disso, a 2K removeu a necessidade do uso de contratos para seus jogadores no modo, o que desafoga um pouco os pacotes e facilita o diferente uso de jogadores no seu elenco, especialmente no começo do modo quando recursos ainda são escassos.

Por fim temos o modo mais popular do jogo e um dos grandes responsáveis por elevar NBA 2K a uma das maiores, e mais lucrativas, franquias de esporte da indústria: o MyCareer. Nele você cria seu jogador e pode realizar o sonho de seguir uma carreira na NBA enquanto no meio tempo joga contra outras pessoas ao redor do mundo usando também seus avatares virtuais.

Quem já conhece o modo sabe que a história apresentada remete muito a um filme de sessão da tarde, tanto nos estereótipos quanto nas situações apresentadas, mas isso não chega a ser um grande negativo devido a grande quantidade de detalhes e imersão que o modo trás consigo.

Esse ano uma das principais mudanças do modo foi a reformulação da “The City” como é chamado o HUB onde controlamos e jogamos o modo MyCareer. Com a bem vinda adição de pontos de fast travel e a criação de um teatro, que substitui os confusos prédios de galpão como ponto para organizar partida, a cidade nunca foi tão fácil de navegar e se encontrar. Tivemos também a adição de uma grande arena central, que troca de visual baseado em que time você irá enfrentar caso jogue fora de casa, onde podemos navegar pelos corredores e vestiário antes de cada partida, aumentando a imersão ao longo da temporada.

Visitar o interior das arenas ajuda e muito na imersão pré e pós jogoVisitar o interior das arenas ajuda e muito na imersão pré e pós jogoFonte:  Divulgação/2K 

Esse modo, apesar de ser um dos mais divertidos (e o meu favorito pessoal), é onde vemos os maiores problemas com a predatória monetização de NBA 2K23. Tudo aqui é feito com VC, a moeda do jogo que pode ser adquirida com dinheiro real. Desde melhorar seu jogador, adquirir animações de dança ou arremessos, até mesmo as roupas que você usa dentro e fora de quadra, tudo custa VC, e normalmente com preços elevados.

Uma simples calça de exercício para usar enquanto joga no MyPark? Isso lhe custará aproximadamente 5 partidas no modo carreira. Pode não parecer muito, mas quando você se lembra que esse é o mesmo recurso que você usa para melhorar seu jogador, que começa com uma média de atributos de apenas 60 pontos, os problemas começam a se empilhar.

Nós testamos a versão Jordan do jogo, que já vem consigo com um valor de 100 mil VCs e isso, sem comprar nenhuma peça de roupa e comprando algumas poucas animações para usarmos em quadra, foi o suficiente para elevar nosso jogador apenas ao overall 77. Para progredir no modo MyCareer será necessário grindar muito tempo ou gastar muito dinheiro, o que é muito frustrante pois isso é válido mesmo caso você não tenha nenhum interesse de jogar o jogo de maneira online, já que não existe uma versão offline e sem microtransações desse modo como temos no MyNBA.

Infelizmente mais uma vez a 2K entrega uma experiência de primeira, mas que constantemente passa a impressão que foi construída meticulosamente para extrair o máximo de dinheiro, ou tempo, do jogador.

Vale a pena?

Conforme mencionamos antes, a 2K realmente entrega uma experiência que pode ser dividida em duas. De um lado temos os caprichados modos offline que entregam uma ótima experiência dentro e fora de quadra, trazendo homenagens e referências aos grandes astros e momentos da NBA. Do outro temos modos onlines que parecem cada vez mais predatórios e focados em lucrar ao máximo com microtransações. Tudo isso acaba ofuscando a excelente gameplay e apresentação desses modos, e torna o título uma experiência frustrante caso queira se aventurar neles.

Se você se interessar apenas em jogar seus modos offlines, NBA 2K23 é provavelmente um dos melhores jogos feitos até hoje dentro da franquia. Caso queira conferir o MyTeam ou o MyCareer, essa experiência infelizmente fica manchada pela sua monetização.

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Pontos Positivos
  • Jogabilidade e IA mais refinadas do que nunca
  • Jordan Challenge e MyNBA eras
  • Visuais e apresentação
Pontos Negativos
  • Monetização predatória
  • Falta de um modo carreira offline