Defeitos gráficos: Flicker

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Flicker é um desbotamento temporário da tela que surge entre os ciclos de exibição em um dispositivo de saída de vídeo... Hã?! Ok, talvez seja possível colocar o conceito em termos mais acessíveis. Basicamente, diz-se que ocorre o defeito gráfico flicker quando a vista humana consegue perceber as atualizações da imagem exibida, por exemplo, em um monitor de computador.

Isso ocorre porque, diferentemente do que pode indicar a ilusão criada por um aparelho devidamente ajustado, a luz emitida por um monitor de computador não é estacionária — não é fixa. Na verdade, a tela é constantemente “reiluminada”, tal e qual um estroboscópio. Entretanto, quando o tempo entre uma emissão de luz e outra é longo demais, a visão humana torna-se capaz de perceber o “truque”. Nesses momentos, diz-se que ocorreu um flicker.

Fonte: HP.com

De um ponto de vista mais prático, trata-se daqueles momentos em que o seu monitor dá a aparência de estar “piscando”. Em suma, o que ocorre é que a taxa de exibição do aparelho em questão provavelmente não está ajustada de forma que as atualizações da imagem tornem-se imperceptíveis para a sua visão.

Trata-se do que a psicofísica chama de flicker fusion threshold. Talvez seja interessante dar uma olhada nesse conceito...

“Limiar tremeluzente”

Estritamente falando, não há realmente um “defeito” quando uma imagem parece tremer no seu monitor. Na verdade, o que ocorre é que a atualização do seu monitor está abaixo do limite estipulado pelo conceito do flicker fusion treshold (algo como limite de fusão tremeluzente).

Segundo estudos psicofísicos, tal limite representa o ponto em que a visão humana ainda é capaz de interpretar uma luz intermitente como estacionária — como contínua. É exatamente por esse motivo que, normalmente, basta aumentar a frequência do monitor para que tudo se resolva. Quer dizer, a luz emitida pela tela ainda será intermitente; mas você não poderá mais perceber, pois a taxa extrapola a capacidade de captação da vista humana.

Um efeito típico da era do fósforoEfeito indesejado do flicker pode ser contornado por novas tecnologias

Quando mantidas em atualizações de 60 Hz (Hertz), a maioria dos monitores de computador produzirá o efeito flicker — conforme explicado acima. Isso ocorre em razão da estrutura interna de um monitor, sobretudo quando se trata da tecnologia baseada no antigo tubo de raios catódicos.

Tais monitores são, grosso modo, constituídos por um canhão de elétrons e por uma superfície de fósforo, de forma que a emissão do canhão iluminará (excitará) temporariamente tal superfície, criando a imagem.

Todavia, caso os “disparos” sejam muito espaçados, o fósforo perderá muita da sua luminosidade. O resultado é fácil de imaginar: a imagem escurecerá entre uma emissão e outra do canhão de elétrons, fazendo com que a tela dê a impressão de estar “piscando”.

“Por acaso o Sol está piscando?”O flicker dentro do seu universo de jogo

Embora tenha surgido em questões relacionadas à iluminação de monitores e TVs, o termo flicker hoje também é associado a quaisquer elementos intermitentes ou falhos surgido nos mais variados programas — incluindo-se os video games, naturalmente. Dessa forma, trata-se de inconvenientes que não têm qualquer relação necessária com a taxa de atualização do monitor/televisor.

Antes, tais inconvenientes normalmente estão associados a problemas com os elementos de processamento gráfico (placa de vídeo, GPU etc.), apresentando relacionamento direto ou indireto com questões como draw distance (distância limite em que os objetos são renderizados no cenário) e o famigerado pop-in (que dá a impressão de que um objeto surgiu “do nada” em uma imagem).

O flicker pode afetar, por exemplo, a iluminação e, consequentemente, o sistema de sombreamento de um jogo, afetando a luminosidade do cenário como um todo e dando a impressão de que algum engraçadinho encontrou o interruptor do Sol. Em casos mais extremos, toda a imagem pode desaparecer durante algum tempo, deixando em seu lugar apenas uma tela escura.

Além disso, também as texturas do jogo podem apresentar elementos instáveis — normalmente por falhas de carregamento. Trata-se de efeitos como serrilhados que se deslocam pela tela, fazendo piscar vários elementos conforme a movimentação do personagem ou detalhes gráficos (cores, superfícies etc.) que ora a parecem, ora desaparecem do seu campo visual.

Um “mal” necessário

Mas não, flicker não se refere apenas a um efeito pouco desejável do seu monitor. De fato, o mesmo princípio é utilizado desde as primeiras gerações de consoles para criar ilusões de que mais objetos, sombras ou cores estariam disponíveis na tela. O efeito também pode ser utilizado para simular transparências e, de fato, pode ser encontrado mesmo por trás da tecnologia dos mais modernos monitores.

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