Coluna: Vale a pena acompanhar todos os trailers e novidades?

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O mercado de games é uma espécie de fenômeno da humanidade por vários motivos. Um deles é pelos valores exorbitantes que são arrecadados todos os anos na produção de jogos para todos os gostos, sendo que isso não se configura como motivo suficiente para que a sociedade regular aceite os games como “coisa de adulto”.

Além disso, podemos atribuir à indústria de criação de jogos um dos papéis mais importantes no que diz respeito à criação de tecnologias de captação de movimento, criação de motores gráficos e na aplicação de conceitos complexos de física à realidade virtual. Essas características influem ativamente no desenvolvimento da ciência e, por conseqüência, ajuda a melhorar a qualidade da vida das pessoas em todo o mundo.

Méritos ou questões conceituais à parte, as publicadoras do mundo dos games, assim como qualquer instituição comercial, precisam de lucratividade para conseguir subsistir. Por essa razão, uma das estratégias mais utilizadas atualmente para levar aos gamers a informação de que os jogos estão chegando é a avalanche de liberação de material.

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Em outras palavras, as empresas estão tentando vender um produto e precisam apresentá-lo de qualquer maneira. Para isso, elas lançam dezenas de imagens, liberado o conteúdo semanalmente, incluindo trailers, cenas de jogabilidade, apresentação, anúncio de edições especiais, explicações sobre o enredo, personagens que farão parte da trama e mais uma porção de material promocional...

Depois de ficar exposto a essa agressividade de divulgações, uma pergunta naturalmente surge sobre esse assunto: “Até que ponto vale a pena acompanhar todos os trailers e novidades”?

Quais foram as ponderações que vocês pensaram, hein, TecMundo Games?Bem, depois de pensar um bom tanto sobre esse assunto e discutir longamente com os colegas mais alucinados em devorar todos os conteúdos sobre lançamentos e com aqueles outros que odeiam excesso de divulgação de material, podemos concluir algumas coisas. A primeira delas, que parece tender à obviedade, afirma que existem tanto condições positivas para essa ação quanto negativas.

O certo é que, tanto as boas razões quanto as más, provocam ansiedade nos consumidores. A princípio, vamos aceitar que esse sentimento seja bem positivo em termos de vendas, pois haverá quem não veja a hora de determinado produto chegar ao mercado e as pré-compras deitam e rolam sobre aqueles que não agüentam esperar.

Mas e para o jogador? Será que a criação de expectativas não pode funcionar como um mecanismo de abertura de brechas, levando diretamente à frustração. Como exemplo disso podemos citar o famoso “efeito Dead Island”, que levou uma nação de jogadores embasbacados com um trailer fenomenal a acreditar em algo, que acabou se mostrando realmente muito diferente...

O que mais agrada?

A divulgação de materiais antes do lançamento de um game pode ser altamente interessante para os jogadores. Quando uma empresa vai liberando informações legais sobre jogos que são diferentes, por exemplo, isso faz com que os gamers se mantenham atentos para saber mais. Um título que se encaixa nesse quesito é The Bureau: XCOM, que recebeu trocentos vídeos, imagens e informações, sempre no sentido de mostrar como ele entregaria algo novo à série.

Outra maneira legal de utilizar beneficamente a liberação de materiais é quando as companhias mostram exatamente como serão usadas algumas funcionalidades diferenciadas dentro dos games. Foi exatamente isso que foi feito com o controle do Wii U, logo que a Nintendo começou a demonstrar o forte diferencial que o aparato poderia proporcionar, por exemplo, em ZombiU.

Já no que diz respeito ao trabalho realizado com a expectativa, que tal relembrarmos toda a movimentação que foi feita com The Last of Us antes de seu lançamento? A Naughty Dog lançou apenas uma imagenzinha... Depois veio um teaser, na sequência um trailer maior e assim as informações foram sendo distribuídas com mais abrangência. Tudo bem que algo em torno de um mês antes do jogo já estávamos quase sabendo tudo sobre a trama da produção, mas isso só nos fez correr mais rápido até a loja mais próxima.

Em contrapartida...

Retomando o quesito do trabalho com a expectativa, sempre é válido citar Dead Island. Além dele, outro game mais antigo que “falou muito e fez pouco” foi Lair, um dos títulos inaugurais do PlayStation 3. Isso mostra como a divulgação massiva de imagens trabalhadas externamente pode acabar se tornando um tiro pela culatra.

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Em outras palavras, trailers de alto nível tendem a gerar muita ansiedade que, por sua vez, quando colocada frente à falta de coerência com as imagens exibidas pelo jogo, acabam gerando frustração, ódio e comportamentos depressivos. Tudo bem, isso é um pouco exagerado, mas é só vermos como foi a aceitação do badalado Remember Me (você pode entender o porquê de ele constar aqui, conferindo a análise feita pelo BJ).

Além disso, é fato que praticamente qualquer coisa em excesso é prejudicial. A Ubisoft, para exemplificar mais um pouco, é campeã em lançar toneladas de materiais gráficos de seus games, semanalmente. Com a proximidade da data do lançamento, parece que a empresa vai vomitando vídeos, imagens e mais informações...

Talvez seja possível reunirmos todas as informações (os trailers, principalmente) e montar um roteiro com tudo que acontecerá no jogo — e que deveria ser surpresa. Nesse caso, pode-se até criar um sentimento de saturação antes mesmo que você coloque suas mãos no tal lançamento, de tanto ouvir falar dele.

Vale ou não vale?

Enfim, como você já devia estar imaginando, o hábito de acompanhar todos os trailers e novidades lançados sobre os games pode ser ótimo ou pode acabar prejudicando sua relação com os jogos. Mais do que a intensidade do fluxo de lançamentos por parte da empresa, isso depende mais da capacidade individual de cada um de saber filtrar o tanto que é válido saber sobre algo.

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Pessoalmente, sou um tipo de jogador que adora manter o foco das atenções para a história dos games. Assim, com o lançamento Beyond: Two Souls, da Quantic Dream, acredito que seja melhor deixar as todo o tipo de revelações para a hora em que eu estiver com a mão na massa, com o jogo ligado e com a trama se desenrolando em tempo real.

Em outras palavras, as notícias do mundo dos games são muito interessantes. Agora, o ato de se aprofundar demais dentro das informações de algo que está por vir, pode acabar prejudicando sua experiência final. Menos com Dark Souls...

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