Mega Drive vs. Super Nintendo: qual foi melhor?

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Imagem: Flickr/ The Pop Culture Geek Network/Reprodução

Os anos 1990 foram o reinado absoluto dos video games Mega Drive (ou Genesis nos EUA), da Sega, e o Super Nintendo Entertainment System (SNES), ambas companhias japonesas que revolucionaram o mercado internacional e arrastaram uma legião de fãs.

Quem viveu o auge dos dois consoles, com certeza, participou de papos calorosos na escola, trabalho ou faculdade sobre qual o videogame era o melhor. Cada video game tinha seus seguidores fervorosos que enalteciam as vantagens de cada um.

Mega Drive vs Super Nintendo

(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)Fonte:  Wikimedia Commons/Reprodução 

O Mega Drive, lançado em 1988, criou uma nova geração de video games com cartuchos de jogos, controle redesenhado e especialmente novas cores, gráficos e sons. Esse foi o terceiro console da Sega (depois do SG1000 e do Master System), que desenvolveu uma placa de arcade própria, a System 16, que reunia importantes títulos lançados nos fliperamas.

Logo depois, em 1990, a Nintendo lançou uma atualização de seu console de 8 bit para competir no mercado de 16 bit. O SNES apresentou gráficos e sons mais avançados para os consoles da época. Com seu chip Super FX, a companhia foi pioneira no uso de imagens 3D em jogos e a usar botões nas bordas e no centro do controle.

O domínio dos dois consoles só acabou com a chegada de outro console japonês, o Playstation lançado pela Sony em 1994. Ainda assim, o embate entre Mega Drive e Super Nintendo continua sendo o maior da história dos video games. Confira quais são os pontos fortes de cada console!

Design

(Fonte: Unsplash/Baptiste Herrmann/Reprodução)(Fonte: Unsplash/Baptiste Herrmann/Reprodução)Fonte:  Unsplash/Baptiste Herrmann/Reprodução 

A Sega optou por criar uma peça de arte com aparência moderna que se encaixava bem com sua campanha de marketing agressiva. O Mega Drive era o console para adultos, estudantes universitários ou crianças maiores, se destacando do concorrente, que mirava um público mais novo.

As curvas pretas elegantes faziam o video game parecer uma peça de equipamento estéreo dos anos 80, especialmente com seu controle deslizante de volume e fone de ouvido montado na frente. O console chegou a ter três versões, que arredondaram o visual (e apenas os dois primeiros tinham entradas para acoplar o SEGA CD e o 32X).

O design do Super Nintendo é um forte contraste com o do Mega Drive. Em vez de focar em bordas arredondadas e uma aparência elegante, a Nintendo optou por lançar uma caixa quadrada cinza e roxa com botões retangulares. O Super Nintendo se parece menos com uma peça eletrônica séria e mais como um brinquedo. O console chegou a ter uma segunda versão, apelidada por aqui como "Baby", que trazia um design mais arredondado.

Joystick

(Fonte: Unsplash/Ravi Palwe/Reprodução)(Fonte: Unsplash/Ravi Palwe/Reprodução)Fonte:  Unsplash/Ravi Palwe/Reprodução 

O Mega Drive estreou com um controle maior do que o típico, com três botões primários em uma linha rotulados como gatilhos A, B e C, com um botão Start deslocado.

Os três botões de ação não eram suficientes para vários jogos populares, principalmente Street Fighter II e Mortal Kombat. Posteriormente, a Sega lançou um controlador de seis botões que era ideal para Street Fighter II, mas incompatível com títulos antigos.

Por outro lado, a Nintendo acertou em cheio com seu controle, que era cinza e roxo, combinando com a estética do console. Os quatro botões principais estavam dispostos em cruz, estilizados para parecerem deslocados. Além disso, havia os botões Start e Select no meio e dois botões de ombro.

Como prova de seu design, quase todos os controles modernos são construídos sobre a estrutura que a Nintendo criou em 1991, com apenas alguns pequenos ajustes evolutivos. Em contrapartida, o controle de seis botões do Mega Drive teria seu design mantido em diversos joysticks especializados para jogos de luta.

Processador

(Fonte: Twitter/Bitmap Bureau/Reprodução)(Fonte: Twitter/Bitmap Bureau/Reprodução)Fonte:  Twitter/Bitmap Bureau/Reprodução 

A CPU principal do Mega Drive, o processador Motorola 68000, tem clock de 7,67 MHz, duas vezes mais rápido que o de seu produto rival, o SNES que possui um Ricoh 5A22 S-CPU de 3,58 MHz.

No entanto, a ideia de simplesmente comparar as taxas de clock da CPU para determinar o desempenho, independentemente de outras características, é comumente conhecida como o mito do mega-hertz.

O desempenho mais rápido do Motorola 68000 vem essencialmente de um barramento de dados mais amplo por ser uma CPU híbrida de 16/32 bits, enquanto a S-CPU é uma CPU híbrida de 8/16 bits.

Isso significa que, em um único ciclo, o 68000 pode processar uma instrução de 32 bits enquanto acessa dados de 16 bits da memória, enquanto a S-CPU em um único ciclo pode processar uma instrução de 16 bits enquanto acessa apenas dados de 8 bits da memória.

Gráfico

(Fonte: Pexels/Maria H/Reprodução)(Fonte: Pexels/Maria H/Reprodução)Fonte: Pexels/Maria H/Reprodução

O processador gráfico Yamaha YM7101 VDP do Mega Drive possui uma poderosa unidade que pode lidar com operações de acesso direto à memória (DMA) em velocidades significativamente mais rápidas do que o SNES.

O Mega Drive tem maior largura de banda de memória e é capaz de taxas de transferência DMA mais rápidas, dando-lhe um desempenho mais rápido que o SNES. Isso também ajudou a dar ao console uma maior resolução de jogo, blitting de dados rápido e uma alta taxa de quadros com muitos objetos em movimento na tela.

Em comparação, a unidade DMA do Super Nintendo faz parte de seu processador S-CPU, enquanto seus chips gráficos não possuem o recurso. No entanto, os chips do SNES vêm com mais recursos gráficos de hardware integrados, como mais cores na tela, sprites maiores e dimensionamento de plano de fundo. Além disso, alguns cartuchos do Super Nintendo continham o SuperFX, um chip gráfico adicional que proporcionava maior poderio na hora de renderizar certos elementos, como vimos em StarFox e Super Mario World 2: Yoshi's Island.

Um aspecto do hardware SNES que a Sega não pôde replicar com DMA é sua paleta de cores. As técnicas de programação DMA permitem reproduzir apenas 256 cores, o que não chega perto da paleta de cores selecionáveis de 32.768 do SNES.

No modo de cor direta, necessário para certos tipos de gráficos tridimensionais, o SNES e o Mega Drive estão no mesmo nível em termos de cores, já que a Nintendo não pode usar sua paleta de 32.768 cores no modo de cor direta.

Áudio

O hardware de áudio do Mega Drive inclui uma CPU de som, o Zilog Z80, junto com dois chips de som, o Yamaha YM2612 e o Sega PSG , ambos localizados no mesmo circuito integrado Sega. A unidade de processamento de áudio do Super Nintendo, o Sony S-SMP, inclui uma CPU de áudio, o Sony SPC700, e um chip de som DSP, o S-DSP.

A CPU de áudio Z80 do Mega Drive tem mais de três vezes a taxa de clock da CPU de áudio SPC700 do Super Nintendo. No entanto, o SPC700 requer menos ciclos por instrução, então o Z80 é apenas um pouco mais rápido para a maioria das operações.

O que dá ao Z80 uma vantagem de desempenho significativa, no entanto, é o acesso direto à memória do processador 68000, além de sua própria RAM de som interna de 8 KB, permitindo transmitir dados diretamente do cartucho ROM a uma velocidade mais alta que o SNES.

O chip de som YM2612 do Mega Drive tem uma saída de som de 53 kHz, maior que o S-DSP do Super Nintendo que tem uma saída de 32 kHz, dando ao YM2612 uma faixa de frequência mais ampla.

Por outro lado, o S-DSP usa filtragem gaussiana, que elimina o ruído cortando as frequências mais baixas e mais altas, à custa de limitar ainda mais a faixa de frequência, criando um som abafado. A maior faixa de frequência do Mega Drive fornece clareza de áudio mais nítida, mas com mais ruído ouvido nas frequências mais altas.

Vendas

A Nintendo vendeu 49,1 milhões de consoles Super NES ao longo da geração, um resultado que representa quase o dobro do Mega Drive, que colocou no mercado 29 milhões de unidades. Na geração anterior, a Sega foi dizimada pela Nintendo, com o Master System vendendo 13 milhões frente 62 milhões do NES.

As vendas da Sega eram concentradas nas Américas, que tinham mais da metade do faturamento global, com sucesso também na Europa. No entanto, não conseguiu ganhar força no Japão, apesar da reputação da companhia como um gigante do arcade.

Nos Estados unidos, a Sega lançou um marketing agressivo, chamando a Nintendo pelo nome na famosa campanha "What Nintendon't".

O Mega Drive era uma plataforma mais legal que NES e o Super NES, considerados apenas brinquedos comuns. A Nintendo proibiu Midway Games de usar sangue vermelho em Mortal Kombat, enquanto a versão do Mega Drive usava o recurso.

Principais jogos

O melhor desempenho do Mega Drive foi garantido pelo Sonic the Hedgehog, lançado em 1991, que se tornou um mascote da empresa, assim como o Mário era para a Nintendo. O primeiro jogo do Sonic vendeu mais de quatro milhões de unidades. A sequência de 1992 ultrapassou com seis milhões de unidades.

Em 1992, a Sega tinha 55% de participação, mas perdeu espaço quando começou a dividir seu público com complementos como o SEGA CD e o 32X, enquanto a Nintendo continuou produzindo jogos para seus fãs leais, a batalha foi vencida.

Apesar do sucesso do Sonic, o cartucho do Mega Drive vendeu dois milhões de unidades a menos que o Donkey Kong Country, o jogo mais vendido do Super NES. A Nintendo apresentou mais best-sellers do que a Sega. Depois de Sonic the Hedgehog 2, o próximo sucesso de vendas foi Aladdin, que também movimentou cerca de quatro milhões de unidades.

O Super NES apresentou vários jogos que venderam mais de quatro milhões de cópias, como Super Mario Kart (8 milhões), Street Fighter II (6 milhões), Legend of Zelda: Link to the Past (4,7 milhões) e Star Fox (4 milhões).

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