Por que as telas de cristal de safira ainda não são uma boa ideia?

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Bastante já foi falado sobre as telas de cristal de safira aqui no TecMundo e o porquê de elas não estarem presentes no iPhone 6, além de em outros smartphones mais recentes, como muitos imaginaram.

Caracterizado por ser o segundo material transparente mais resistente do mundo, atrás apenas do diamante, as telas de cristal de safira são extremamente difíceis de serem riscadas – algo que qualquer consumidor quer em um smartphone ou em um tablet. Contudo, elas estão um tanto longe de se tornarem populares.

Um dos prováveis motivos de não as vermos nos dispositivos reside no fato de o material ser consideravelmente mais caro, além de apresentar algumas desvantagens significativas, como o fato de poder ser quebrado mais facilmente se comparado ao vidro, apesar de resistir melhor aos riscos. Raymond Soneira, do site DisplayMate, comentou outros aspectos que também desestimularam o uso das telas de cristal de safira no mercado nesse momento – entretanto, é importante lembrar que o Apple Watch fará uso desse material, com exceção do modelo Sport.

Desvantagens realmente importantes?

De acordo com Raymond Soneira, as telas de cristal de safira refletem muito mais do que o vidro e tendem ser mais difíceis para ler à luz do dia, já que são mais escuras. Segundo ele, a taxa de reflexo de 8% nesses displays é quase o dobro do encontrado no vidro comum e praticamente três vezes maior do que existe no visor do iPad Air 2. Como essas telas refletem mais luz, as pessoas podem se incomodar depois de algum tempo de uso do dispositivo.

Na imagem, você pode visualizar as diferentes taxas de reflexo no Gorilla Glass e nas telas de cristal de safira. Um modo de contornar esse aspecto é adicionar mais brilho ao dispositivo, porém é algo que também consumirá maiores quantidades de bateria – o que não é nem um pouco interessante, já que muitos smartphones sofrem com baterias que não duram muito tempo.

Um exemplo de smartphone com visor de cristal de safira é o Kyocera Brigadier. Nós já falamos dele aqui no TecMundo e como o aparelho, aparentemente sem muitos destaques internos, conseguiu chamar a atenção do público graças ao seu display. De acordo com as análises de sites internacionais, o Brigadier emite muito mais luz do que os seus concorrentes com o objetivo de diminuir o constante reflexo do visor – algo feito para equilibrar esse aspecto do smartphone.

Isso nem sempre ocorre de modo eficiente, já que os textos podem ficar mais difíceis de serem lidos dependendo do ângulo que você os vê no aparelho. Mesmo que inicialmente as pessoas não sintam diferenças gritantes nos vidros dos visores, isso pode comprometer o uso do dispositivo depois de mais tempo. De modo geral, as telas de cristal de safira são mais desejáveis em alguns objetos específicos, como é o caso dos relógios (algo que acontecerá como o Apple Watch, como mencionado).

Opiniões bem divergentes

Tony Tripeny, da Corning Incorporated, disse algumas frases um tanto negativas em relação aos rumores do possível novo material nas telas do iPhone 6 quando eles estavam no auge. Segundo ele, as telas de cristal de safira são dez vezes mais caras do que o Gorilla Glass devido aos extensos processos de produção que exigem, além de serem mais pesadas e pouco amigáveis ao meio ambiente.

Isso sem mencionar os aspectos já citados anteriormente, como o alto grau de reflexo e o fato de que elas quebram também, apesar de serem mais resistentes aos riscos. Sendo assim, Tripeny não vê nos displays de cristal de safira um futuro muito promissor em dispositivos móveis como smartphones e tablets – pelo menos não por enquanto.

Seja como for, só o tempo dirá se esse tipo de material realmente será extensamente utilizado em aparelhos móveis ou se ficará restrito a alguns produtos, como telas de relógios e proteção de câmeras (com um futuro um tanto incerto depois de tanta especulação sobre o assunto).

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