Shigeru Miyamoto fala sobre filosofia de desenvolvimento e mais para a TIME

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Imagem: Wikimedia Commons/Jan Graber

Em entrevista para a revista TIME, Shigeru Miyamoto, a principal mente criativa da Nintendo, falou sobre sua filosofia de desenvolvimento de games e sobre os processos de inovação.

O lendário criador de Mario Bros. e The Legend of Zelda tocou ainda em assuntos como o "poder" das mídias e sobre como a obsessão pelas finanças pode atrapalhar a criatividade.

Apesar da importância de Miyamoto, ele não vai participar do desenvolvimento dos jogos para celulares, já que sua prioridade são os games para Wii U que serão lançados neste ano, de acordo com Satoru Iwata, presidente da Nintendo.

1. Mario quase substituiu o protagonista de Splatoon

Durante o desenvolvimento do game, Miyamoto relatou que a equipe não estava satisfeita com o protagonista, que carecia de personalidade e poderia estar em qualquer game. "Então, eu disse para o produtor e o diretor para que, se não encontrássemos o personagem certo, considerássemos até mesmo usar o Mario ".

"Algumas semanas depois, eles vieram cautelosamente com esse personagem que parecia uma lula, e decidimos seguir nessa direção. Eles devem ter ficado surpresos com minha reação positiva. É divertido nutrir algo tão ímpar, e estou feliz que eles tiveram essa experiência", conta.

2. Ele não faz games para uma faixa etária em particular

Miyamoto conta que o ideal é fazer as coisas para que possam agradar ao maior número de pessoas. "Eu gosto de teatro e de ir para parques temáticos(sem) que têm apelo para uma grande faixa de pessoas e observar do ponto de vista de um criador de games", diz.

Ele diz que fazer algo para crianças pode ser mais difícil que uma obra voltada especificamente para adultos. "Mesmo que façamos algo para agradar às crianças, sempre almejamos atingir um nível de qualidade e de conteúdo que mesmo adultos podem apreciar", explica.

3. Ele tenta não intimidar com sua reputação

O designer afirma que tenta não criar uma atmosfera em que as pessoas tentem ser melhores que ele ou que façam coisas somente para agradá-lo. O importante é perseguir a meta que elas mesmas se propuseram e fazê-las se perguntarem se o game está entregando a experiência pretendida. "Tento não me envolver muito profundamente no conteúdo que elas estão desenvolvendo", conta.

4. Livros são melhores para dar asas à imaginação do público

Miyamoto discorre que os livros, por se expressarem apenas por palavras, têm maior capacidade de ativar a imaginação do público que os filmes e games, que já apresentam uma imagem pré-formada. Ele, no entanto, reconhece que estes têm a habilidade distinta de transmitir mensagens a uma audiência maior mais facilmente.

"Os video games, por outro lado, têm a habilidade ímpar de impregnar essas imagens na memória dos jogadores devido ao papel ativo deles na escolha dos caminhos que os levaram àquelas imagens. É uma área na qual acho que sou bom, e não tenho a ilusão de me tornar um escritor ou um diretor de cinema", afirma.

5. A obsessão pelas finanças é um empecilho para a criatividade

O criador de Mario Bros. acredita que o futuro do entretenimento será bem limitado se for ditado por aqueles que priorizam vendas e lucros. E como equilibrar isso num ambiente corporativo(sem) que almeja as contas no azul? A Nintendo se esforça para que se possa ter inovação e novas ideias sendo trabalhadas a todo instante. "Se conseguirmos entregar isso, espero que todo mundo reconheça nossos esforços", acredita.

6. Ele quer ficar do lado do hardware dos negócios

Para Miyamoto, o trabalho da Nintendo é continuar a desenvolver novas plataformas para permitir a criação de novos jeitos de jogar e não apenas ficar fazendo mais games para uma máquina específica.

7. Plataforma favorita

Segundo o designer, as plataformas com as quais ele mais gostou de trabalhar foram o Wii e o Nintendo DS, pelo fato de apresentarem o desafio de inventar novas formas de jogar. O console inovou com o controle de movimento e o portátil com a tela sensível ao toque.

Via BJ

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