4 armas assustadoras usadas pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial

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Imagem: The Movie Database

Guerras são acontecimentos curiosos – por mais que sejam devastadoras, elas quase sempre impulsionam um avanço tecnológico impressionante por parte das nações envolvidas. Não foi diferente durante a Segunda Guerra Mundial, que se consagrou como o conflito mais letal da história da humanidade (contabilizando entre 50 e mais de 70 milhões de mortes).

Embora tenha saído como perdedora, a Alemanha se destacou durante os combates com suas armas absurdamente modernas e inovadoras para a época – o Partido Nazista apostava muito em pesquisas científicas e tinha excelentes engenheiros à disposição. Muitos de seus inventos eram promissores, mas costumavam ter falhas estruturais ou estratégicas que acabavam prejudicando seu desempenho no campo de batalha.

Em sua última edição, a revista gringa Weapons of War WWII fez um compilado com algumas das armas mais mortíferas e sofisticadas usadas durante o Terceiro Reich durante sua luta contra os Aliados. O TecMundo resolveu escolher algumas delas – levando em conta sua inovação e importância durante o conflito – para comentá-las com maiores detalhes.

Me 163 Komet, um avião desengonçado e mortífero

Projetado na década de 1930 por Alexander Lippisch, o Messerschmitt Me 163 Komet foi a resposta da Alemanha aos constantes bombardeios sofridos naquele ano. As Forças Aéreas do Exército dos Estados Unidos (USAAF no original em inglês) estavam usando e abusando de seus Boeing B-17, bombardeiros quadrimotores que se destacam pelo grande raio de ação e resistência absurda. Era necessário desenvolver uma arma capaz de atacá-los.

Equipado com um motor de foguete, o Me 163 se consagrou como uma das aeronaves mais ágeis da época, mas tinha uma metodologia de combate um tanto bizarra. O avião decolava com uma velocidade assustadora, destacava seu trem de pouso e conseguia voar por até oito minutos antes de ficar sem combustível e retornar planando até o solo. Durante esse intervalo, o piloto precisava “se virar” para descarregar os dois canhões de 30 mm nos inimigos.

Com uma velocidade máxima de 959 km/h, o avião atuou durante alguns meses do ano de 1944. Embora sua agilidade o transforme em um verdadeiro pesadelo para os estadunidenses, o Me 163 tinha fraquezas demais e começou a ser visto como uma dor de cabeça pelo exército alemão. A começar pela sua autonomia ridícula – por mais veloz que a aeronave fosse, oito minutos de voo jamais seriam suficientes para abater uma frota inteira de bombardeiros.

Além disso, ao ficar sem combustível e começar a planar, o invento ficava exposto demais ao ataque de inimigos. Até mesmo a velocidade exagerada do Messerschmitt contribuiu para seu abandono: os pilotos da época (que em sua maioria eram jovens inexperientes, já que os veteranos já haviam perecido em batalha) não conseguiam lidar bem com a rapidez do motor de foguete e muitas vezes falhavam em controlá-lo com eficácia.

Horten Ho-IX, o jato stealth que nunca batalhou

Também chamado erroneamente de Horten Ho 229 ou Gotha Go 229, este avião do tipo asa voadora começou a ser construído no final da década de 1930 por Walter Horten (major da Luftwaffle, força aérea do Partido Nazista) e Reimar Horten (tenente do exército alemão). Os irmãos acreditavam serem capazes de criar uma aeronave mais aerodinâmica do que qualquer outra já vista até então.

Projetaram então um veículo curioso, cujo desenho lembra um bumerangue, mas tiveram dificuldades em obter financiamento até que a inteligência alemã relatou que os Estados Unidos estavam trabalhando em uma asa voadora similar. O primeiro protótipo do Ho-IX começou a ser desenvolvido em 1943, dotado de dois turbo-jatos e com capacidade para carregar até mil quilos de bombas. A velocidade máxima prevista era de 977 km/h.

O mais curioso é que o protótipo foi construído em madeira compensada e pintada com uma mistura de cola e carvão. A escolha tinha sido feita por questões econômicas: o estoque de duralumínio estava escasso e era necessário baratear os custos de produção. Porém, essa estrutura tinha suas vantagens estratégicas, já que o material era indetectável pelos radares da época. Com isso, o Ho-IX se consagrou como um dos primeiros aviões stealth da História.

A aeronave chegou a fazer dois voos de testes, sendo que, no segundo, uma falha nos motores ocasionou a morte de seu piloto, o tenente Erwin Ziller. Mesmo assim, o exército alemão estava confiante em seu sucesso no campo de batalha. A história deste projeto acabou em abril de 1945, quando os Estados Unidos capturaram a fábrica da Gotha. Um dos protótipos foi levado para país norte-americano e se encontra até hoje no Smithsonian Museum.

Fritz X, a primeira “bomba inteligente” do mundo

Pesando 1,3 mil kg (sendo 320 kg o peso de sua ogiva), a Fritz X foi criada pelo cientista Max Kramer em 1943. O objetivo do alemão era criar uma bomba planadora capaz de penetrar navios, tanques e outros veículos altamente protegidos. O diferencial deste invento era sua capacidade de ser controlado remotamente via radiocontrole, permitindo que os combatentes escolhessem exatamente onde ela iria cair. Uma vantagem importantíssima.

O mecanismo da bomba era simples: a engenhoca era equipada com um receiver e possuía alguns flaps em seu corpo, como se fosse um avião. A partir do momento em que era lançada, a Fritz X podia ser controlada através do transmissor presente no bombardeiro. Naturalmente, essa capacidade de controle era bastante limitada se compararmos com as tecnologias atuais; porém, na época, esse foi um avanço significativo para o exército nazista.

Diferente dos inventos anteriormente comentados, a Fritz X foi usada extensivamente durante a Segunda Guerra Mundial, tendo ficado famosa sobretudo como a arma responsável pela destruição do couraçado italiano Roma, em setembro de 1943. As coisas só mudaram em 1944, quando os Aliados começaram a empregar dispositivos capazes de interferir nas ondas de rádio utilizadas para controlar as bombas.

Outro problema da Fritz X era a incompatibilidade de seu design único com as características estruturais das aeronaves da época. Por causa disso, poucos aviões eram capazes de carregá-la e lançá-la durante o combate. Vale observar também que o armamento atendia por diversos nomes alternativos, como Ruhrstahl SD 1400 X, X-1, PC 1400X e FX 1400.

Goliath, o precursor dos drones militares

Acredite ou não, mas veículos não tripulados já eram utilizados durante a Segunda Guerra Mundial. Desenvolvido em 1942, o Goliath era um pequeno robô na forma de tanque cuja missão era destruir automóveis inimigos, dispersar densas formações de infantarias e demolir estruturas inimigas (pontes ou edifícios). Ele pesava 370 kg e era capaz de carregar cerca de 60 kg de material explosivo – o suficiente para fazer um estrago razoável.

Ele podia ser controlado a distância através de um joystick conectado via cabos – o fio tinha, no total, 650 metros. Isso permitia que o operador se mantivesse longe o suficiente do alvo, mas também se mostrava um ponto fraco gravíssimo do Goliath, já que os inimigos podiam cortar os condutores e acabar com os planos dos alemães.

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