O governo da Índia suspendeu a obrigatoriedade da pré-instalação de um aplicativo oficial de cibersegurança em todos os celulares vendidos no país após reações negativas da população e preocupações relacionadas à privacidade. A mudança de planos foi anunciada nesta quarta-feira (3).
Em comunicado, o Ministério das Comunicações indiano comentou que o app em questão acumula mais de 14 milhões de downloads, dos quais 600 mil feitos apenas na terça-feira (2). “Diante da crescente aceitação do Sanchar Saathi, o governo decidiu não tornar a pré-instalação obrigatória para os fabricantes de celulares”, argumentou o órgão.
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Como funciona o app Sanchar Saathi?
O app estatal que inicialmente seria obrigatório nos celulares vendidos na Índia foi desenvolvido para reforçar a segurança dos dispositivos contra ataques cibernéticos e outros tipos de ações maliciosas, de acordo com a administração federal. Ele permite, por exemplo, denunciar fraudes online.
- A plataforma também é útil em casos de furto ou roubo de smartphones, facilitando informar às autoridades sobre a perda do aparelho;
- Usando um registro baseado no IMEI do celular, o sistema possibilita rastrear o dispositivo pelas redes de internet do país e solicitar o bloqueio do telefone;
- “Não há outra função além de proteger os usuários do app”, ressaltou o Ministério das Comunicações da Índia;
- Inicialmente, a remoção do software era proibida, mas com o fim da obrigatoriedade, a instalação, o cadastro e a exclusão passaram a ser opcionais.
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Dados oficiais apontam que uma média de 2 mil denúncias de fraudes são recebidas por meio do app Sanchar Saathi, a cada dia. O governo também disse que a determinação da instalação foi essencial para aumentar a adesão ao serviço, principalmente entre os usuários “menos conscientes”.
A ordem enviada às fabricantes que atuam no país, incluindo Apple, Samsung, Xiaomi, Oppo e Vivo, informava prazo de até 90 dias para que elas se adequassem à obrigatoriedade em relação aos novos telefones. No caso dos dispositivos em uso, o app seria enviado por meio de atualização do sistema operacional.
Entidade recomenda cautela
Mesmo diante do recuo quanto à obrigatoriedade de instalação do app estatal, o grupo de direitos digitais Internet Freedom Foundation ressalta que as fabricantes ainda não foram informadas sobre a retirada, como relata o TechCrunch. Por isso, a entidade recomenda cautela quanto ao comunicado.
Caso insistisse na ordem, a administração federal teria problemas com a Apple. Como destaca a Reuters, a dona do iPhone frequentemente rejeita esse tipo de pedido, por causa de suas políticas internas que proíbem a instalação de apps governamentais ou de terceiros antes da venda do celular.
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