Segurança

Cibercriminoso Azael teria sido pego pela Polícia Federal; relatos divergem

Há meses que o TecMundo e diversos veículos noticiosos brasileiros recebem avisos de ataques realizados por um cibercriminoso chamado Azael — avisos estes feitos pelo próprio

Avatar do(a) autor(a): Felipe Payão

12/06/2025, às 18:45

Atualizado em 14/06/2025, às 12:45

  • Atualização (14/06): Na rede social X, o perfil “Azael ハデス” afirma que o alvo da Polícia Federal não corresponde ao principal autor dos ataques. Em retaliação ao movimento, ele também teria realizado um ataque DDoS ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). O TecMundo buscou contato com o perfil do X, que afirmou “nunca invadi ou ataquei qualquer servidor da área da saúde e sou contra quem pratica esse tipo de ação”. Seguiremos cobrindo o caso

Há meses que o TecMundo e diversos veículos noticiosos brasileiros recebem avisos de ataques realizados por um cibercriminoso chamado Azael — avisos estes feitos pelo próprio. Semanalmente, Azael gritava aos quatro cantos do mundo o quão poderosas eram suas ferramentas de ataques de negação de serviço (DDoS). Sua busca incessante por atenção, misturada com ataques a jornalistas que se negavam a publicar suas ações, foi finalmente notada: Azael teria sido preso pela Polícia Federal durante a Operação Timeout, na última terça-feira (10).

O modus operandi de Azael e sua “tropa” envolvia tentativas de ataques para derrubar acessos em sites e tirá-los do ar. Os sucessos nunca foram claramente aferíveis e, exatamente por isso, não entraram no ciclo noticioso.

Por outro lado, os ataques aconteceram. Entre as instituições que eram alvo, estavam o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), a Petrobras e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O TecMundo recebeu com exclusividade a imagem de um suposto mandado de prisão para “R.B.B.”, nascido em 1990 e identificado como o possível “hacker Azael” no mesmo. Além disso, o mandado nota que o alvo atuaria ao lado de outras pessoas, que seriam integrantes da “Tropa do Azael”.

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Os alvos da Operação Timeout podem responder por quatro crimes diferentes. Entre eles, as acusações de interrupção ou perturbação de serviço telemático e de invasão de dispositivo informático. Eles também podem ser indiciados pelos crimes de associação criminosa e divulgação de dados obtidos ilegalmente, conforme as ordens judiciais expedidas pela 15ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Distrito Federal.

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Azael e alegações não aferíveis

Operação Timeout

Realizada nos estados de São Paulo e Paraná, além do Distrito Federal, a Operação Timeout da Polícia Federal  incluiu o cumprimento de dois mandados de prisão temporária e quatro de busca e apreensão. Os investigados seriam responsáveis por ciberataques ocorridos entre setembro do ano passado e abril deste ano.



Felipe Payão é jornalista e editor-chefe do TecMundo. Cobre a editoria de cibersegurança com foco em cibercrime há 11 anos e possui três prêmios especializados: ESET Jornalismo Segurança da Informação América Latina, Comunique-se 2021 e Especialistas da Comunicação.