Israel não regulamenta fabricantes de spyware, afirma revista

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Nem mesmo as denúncias sobre o uso do spyware Pegasus para vigiar celulares de milhares de pessoas em todo o mundo teriam motivado o governo de Israel a criar novas regulamentações para o segmento de ciberexportações, segundo a The Economist. O programa espião foi criado por uma empresa sediada no país.

As autoridades locais emitiram uma declaração sobre o caso informando que as ciberexportações israelenses seguem regras definidas em "acordos internacionais". O documento também afirma que os programas são vendidos exclusivamente a "entidades governamentais, para uso lícito", com o objetivo de combater criminosos e terroristas.

Mas, de acordo com a publicação, essa regulamentação dos softwares espiões informada pelo governo israelense seria semelhante ao que acontece no mercado de armas. As empresas do setor passaram por um processo de licenciamento rigoroso depois que os Estados Unidos reclamaram de uma suposta venda de armas para a China.

O Pegasus é capaz de invadir qualquer telefone, seja um Android ou iPhone, segundo especialistas.O Pegasus é capaz de invadir qualquer telefone, seja um Android ou iPhone, segundo especialistas.Fonte:  Unsplash 

Em teoria, a venda de armamento fabricado no país deveria passar por uma intensa fiscalização. No entanto, as autoridades preferem não saber como elas são usadas pelos compradores, conforme relatos de oficiais de defesa e ativistas de direitos humanos ouvidos pela revista inglesa. O mesmo aconteceria com as exportações dos spywares desenvolvidos localmente.

Investigação contra o NSO Group

Na quarta-feira (28), especialistas em transações de ciberexportações sensíveis do Ministério da Defesa de Israel foram à sede do NSO Group, desenvolvedora do Pegasus, para uma visita surpresa, após as pressões internacionais. Mas, segundo o The Guardian, a empresa teria sido avisada com antecedência sobre a inspeção.

O ministro da Defesa israelense, Benny Gantz, garantiu que está levando a sério as acusações sobre o mau uso do programa espião. No entanto, ele não forneceu maiores detalhes sobre a investigação do caso, que tem uma audiência agendada e restrita à participação de um subcomitê secreto.

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