China: hackers roubam e vendem vídeos de câmeras de segurança caseiras
Imagens mostram desde cotidiano de famílias até cenas íntimas entre casais

03/04/2021, às 16:30
Dezenas de milhares de câmeras de segurança foram hackeadas na China, o que levou à comercialização de diversos vídeos ilegais na internet mostrando a rotina — e até a intimidade — das vítimas.
Segundo o jornal South China Morning Post, os clipes são vendidos de acordo com o conteúdo: cenas "normais" em quartos de hotel, restaurante ou casas são comercializadas por 20 yuan cada, enquanto os vídeos com nudez ou até relações sexuais custam 50 yuan.
Há até mesmo a comercialização de senhas para acessar as câmeras de segurança ao vivo.
Estrutura complexa
Investigações pelas autoridades locais revelaram que os anúncios ocorrem normalmente em plataformas e redes sociais chinesas, como o mensageiro instantâneo QQ, da Tencent.
Províncias como as de Guandong, Hunan e Hubei foram as afetadas e, segundo a apuração, os vídeos "picantes" nem são os mais procurados: há quem deseje apenas espiar o dia a dia de famílias chinesas tradicionais, acompanhando a rotina de desconhecidos que não sabem que estão sendo vigiados por terceiros.
A reportagem ainda encontrou mensagens dos criminosos afirmando que há equipes inteiras "viajando pelo país e instalando câmeras onde quer que eles vão", especialmente em hoteis. Não há maiores informações sobre uma investigação em andamento para capturar os responsáveis pelas filmagens.
Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.