Pirataria de música digital recebe apoio de gravadoras, segundo estudo
Uma investigação das empresas AudioLock e Label Worx identificou gravadoras que estão envolvidas em um esquema de pirataria de música digital
07/07/2020, às 14:30
Gravadoras estariam envolvidas em pirataria de música digital, segundo uma investigação do projeto The Music Mission, lançado pela empresa AudioLock em conjunto com a distribuidora de música Label Worx.
O objetivo do projeto, que recebe apoio de outras gravadoras e plataformas de distribuição, é derrubar sites de pirataria que adotam estratégias para competir diretamente com plataformas legítimas.
Isso é possível devido às suas interfaces, recursos avançados e catálogos vastos, elaborados para dar aos sites uma aparência mais "confiável". Assim, essas plataformas conseguem enganar usuários e cobrar pelo serviço, gerando uma competição desleal. Até o momento, a investigação já identificou 200 sites ilegais.
Catálogos extensos
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As informações preliminares do levantamento demonstram que uma única loja pirata tem, em média, 780 mil músicas disponíveis para download no formato MP3 — o que daria mais de dez terabytes de música.
"Se todos forem arquivos mp3 de 320kbps, isso equivaleria a chocantes 69.791 horas de música ou quase oito anos. Se você escutasse tudo isso enquanto caminha, teria chegado à Lua antes de repetir qualquer faixa", afirma a coalizão em seu relatório.
Antipirataria X Serviços ilegais
A investigação ainda encontrou uma empresa que fornece um serviço antipirataria, mas opera uma página pirata por trás desse disfarce. "O proprietário possui convenientemente sua própria empresa de software antivírus e proteção de música. Ambos bons parceiros de uma empresa antipirataria", revela o Music Mission.
Segundo o projeto, vários proprietários de sites piratas também administram gravadoras – cujo catálogo não foi disponibilizado ilegalmente. O Music Mission ainda não revelou os nomes das gravadoras envolvidas e disse que as investigações estão em andamento.