Pegasus foi uma das ferramentas que ajudou a matar jornalista saudita

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Um processo contra o NSO Group, de Israel, indica que o spyware Pegasus [desenvolvido pelo NSO] é um dos instrumentos de vigilância utilizados pelo governo da Arábia Saudita. Ainda, que o Pegasus teria sido usado contra o jornalista Jamal Khashoggi, morto no consulado saudita em Istambul, na Turquia.

Como um espião completo, o Pegasus é um spyware que infecta smartphones e tablets e permite que o atacante acompanhe todas as mensagens trocadas pelo aparelho, sejam realizadas em aplicativos de mensagens ou emails. Além disso, o Pegasus pode capturar imagens da tela, fotos da galeria, puxar histórico do navegador, contatos, GPS e armazenar teclas digitadas.

O Pegasus é um spyware que infecta smartphones e permite que o invasor acompanhe todas as mensagens trocadas pelo aparelho

O processo citado foi realizado por Omar Abdulaziz, um ativista saudita que mora em Montreal (Canadá) que foi infectado pelo spyware Pegasus, afirma o Citizen Lab. Omar deixa claro que foi atacado enquanto se comunicava com Jamal.

A comunicação entre o jornalista e o ativista acontecia pela organização de uma campanha chamada “Cyberbees”, que buscava dar voz e consciência aos jovens sauditas contra a propaganda estatal e o regime opressor da região. Omar afirmou que a comunicação acontecia via WhatsApp e, mesmo assim, o governo da Arábia Saudita pode acompanhar as mensagens via Pegasus.

“A NSO deve ser responsabilizada para proteger as vidas de dissidentes políticos, jornalistas e ativistas dos direitos humanos”, comentou um dos advogados de Omar, afirmando que a empresa ainda quebrou uma lei internacional ao reconhecer que seu produto foi usado para infringir direitos humanos.

Meu celular sendo hackeado teve um papel principal no que aconteceu com Jamal

Sobre a morte de Jamal, Omar foi sincero: “Meu celular sendo hackeado teve um papel principal no que aconteceu com Jamal, eu sinto muito por dizer isso. A culpa está me matando”.

Para a mídia, o NSO Group escreveu que todas as reivindicações são “completamente infundadas” e que não há qualquer evidência de que o Pegasus foi utilizado para hackear o smartphone do ativista Abdulaziz. A empresa ainda reiterou que o Pegasus serve apenas para os governos e forças policiais lutarem “contra o terrorismo e o crime na era moderna”.

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