Ministério Público vai investigar atividades da Cambridge Analytica

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O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios instaurou um inquérito civil nesta quarta-feira (21) para investigar a atuação da Cambridge Analytica no Brasil. A consultoria está no centro da crise envolvendo o uso de dados privados dos usuários do Facebook para direcionar propaganda política durante eleições em vários países. Em entrevistas recentes, Mark Zuckerberg pediu desculpas pelo ocorrido.

De acordo com os promotores Frederico Ceroy e Paulo Roberto Binicheski, a Cambridge Analytica opera no Brasil através de uma parceria com a consultoria A Ponte Estratégia. A empresa brasileira havia mudado o nome para CA Ponte enquanto trabalhava com o grupo, mas voltou atrás após a repercussão negativa do caso nos últimos dias.

Os promotores acreditam que o direcionamento de propaganda será um fator decisivo nas próximas eleições brasileiras. “É o que o presidente americano Donald Trump fez com maestria no exterior. Agora, está se revelando que isso foi feito com base na violação de privacidade dos dados dos usuários do Facebook”, diz Ceroy.

A Cambridge Analytica atuou em diversos países, como Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, México e Malásia.

Embora o caso americano seja o mais citado, a Cambridge Analytica atuou em diversos outros países, como Reino Unido, Austrália, México e Malásia. No Quênia, a empresa trabalhou nas campanhas de 2013 e 2017 do atual presidente Uhuru Kenyatta. A eleição mais recente chegou a ser anulada pela Suprema Corte do país por irregularidades processuais, mas Kenyatta venceu também o novo processo, que foi boicotado pelo principal candidato de oposição e marcado por protestos da população.

Não há certeza sobre como seria a atuação da consultoria no Brasil. De acordo com o BuzzFeed News, A Ponte Estratégia chegou a negociar um contrato com o PSDB nacional, mas o partido não fechou o negócio. Sócio da empresa, o marqueteiro André Torretta disse que não trabalharia para a equipe de Jair Bolsonaro, do PSL, e que descartaria fazer campanhas para candidatos extremos, tanto na esquerda quanto na direita. Em nota, a empresa brasileira disse que não renovou a parceria com a Cambridge Analytica até que toda a situação seja esclarecida.

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