Mais comum do que pensávamos, o sexting já é usado por 27% dos jovens

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Imagem: Pexels/Kaboompics

Não é de hoje que o famoso sexting vem se tornando cada vez mais comum entre as pessoas, sejam nos mais novos ou os mais velhos. Uma pesquisa feita pela JAMA Pediatrics, por sua vez, juntou os dados de nada menos do que 39 estudos sobre o assunto para trazer números mais precisos com relação a esse hábito entre os jovens.

O resultado? Em torno de 27% das pessoas entre 12 e 17 anos recebem mensagens de sexo em seus celulares ou até em seus computadores. O número de pessoas a enviarem esse tipo de conteúdo, sejam textos, imagens ou vídeos, é consideravelmente menor, descendo para 15% – o que mostra um menor interesse no recipiente em responder às mensagens ou uma tendência de alguns em enviarem um mesmo conteúdo para várias pessoas.

Se você pensava que o sexting era mais comum entre mulheres, aliás, é melhor pensar novamente. Embora a mídia mostre uma tendência a dar mais foco em casos envolvendo o sexo feminino, os dados não mostraram diferenças significativas nos hábitos entre homens e mulheres.

A pesquisa ainda revelou outros dados preocupantes: aproximadamente 12% das pessoas nessa faixa admitiram ter encaminhado as mensagens recebidas para outras pessoas sem o consentimento de quem as enviou originalmente. Os números, vale notar, podem se mostrar ainda maiores, visto que apenas cinco estudos abordaram essa questão.

Um primeiro passo em um mundo vasto e complexo

Esses dados, como notado pelo site Ars Technica, são um marco extremamente importante na compreensão do hábito com um todo. Isso porque antes dessa pesquisa, as estimativas eram de que qualquer número entre 1,3% e 60% das pessoas praticavam o sexting. Os estudos, por sua vez, totalizaram 110.380 participantes com idades de 11,9 a 17 anos, em sua esmagadora maioria feitos nos EUA (apenas dois vieram da Austrália, enquanto outros três vieram do Canadá, África do Sul e Coreia do Sul).

Os pesquisadores, no entanto, notaram que ainda há muito a aprender com relação ao que tange o sexting, e que vários estudos deixam enormes brechas em seus dados. Várias das pesquisas, por exemplo, não diferenciam o envio de vídeos com nudez do envio de mensagens explícitas: “psicologicamente, é provável que a significância de enviar fotos ou vídeos de nudez é um tanto diferente de enviar textos sexualizados”, explicaram as psicólogas Elizabeth Englander e Meghan McCoy em um artigo feito sobre o estudo.

A precisão de nossa compreensão sobre o sexting define nossos esforços de prevenção e intervenção

Igualmente importante é a adição de um status de relacionamento entre as variáveis dos estudos. Isso porque, de maneira geral, aqueles em um relacionamento tendem a ver o sexting como uma experiência positiva; já aqueles que praticam o hábito por pressão, são vítimas de bullying ou têm suas postagens espalhadas na internet, entre outras experiências ruins, são uma raridade nos estudos, sendo reportados em menos de 5% dos participantes.

Por isso, os pesquisadores ressaltam a importância de uma maior compreensão desse cenário. “O sexting é um novo comportamento que está evoluindo rapidamente, com o mudar da tecnologia e a conscientização aumenta. A precisão de nossa compreensão sobre isso define nossos esforços de prevenção e intervenção”, explicaram.

Em meio a tudo isso, é importante lembrar que muitos nem mesmo consideram os riscos que envolvem o envio desse tipo de dado, como o roubo de suas mensagens (que, por sua vez, pode levar ao vazamento indevido de suas fotos, vídeos e textos). Para ajudar nossos leitores a estarem mais conscientes do que pode acontecer – e como se proteger disso – criamos um artigo detalhando tudo o que acontece quando você envia seus nudes para outros, que você pode conferir através deste link.

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