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Apple proíbe gravação de termos políticos em produtos na China

Mais de 1 mil palavras são censuradas pela marca no país asiático, segundo relatório do Citizen Lab

Avatar do(a) autor(a): André Luiz Dias Gonçalves

22/08/2021, às 15:30

Apple proíbe gravação de termos políticos em produtos na China

Fonte:  Apple/Divulgação 

Imagem de Apple proíbe gravação de termos políticos em produtos na China no tecmundo

A Apple possui um serviço que permite gravar palavras usando laser em produtos da marca, mas está proibindo que termos com cunho político sejam colocados em iPhones e outros dispositivos vendidos na China. É o que revela um relatório do Citizen Lab, grupo de pesquisa da Universidade de Toronto (Canadá), divulgado nessa quarta-feira (18).

De acordo com a investigação, a lista de palavras censuradas pela Maçã no mercado chinês inclui mais de 1,1 mil termos. Entre eles, há expressões relacionadas à democracia, religião e direitos humanos, além de referências ao governo, sistema político, nomes de dissidentes e organizações de imprensa independentes.

O documento aponta ainda que “parte da censura política da Apple na China continental atinge Hong Kong e Taiwan”. Segundo a entidade, grande parte desse bloqueio de conteúdos excede as obrigações legais da marca em Hong Kong, enquanto em Taiwan não há qualquer justificativa para isso acontecer.

O serviço de gravação a laser da Apple é oferecido em alguns países, como em Portugal.O serviço de gravação a laser da Apple é oferecido em alguns países, como em Portugal.

A pesquisa canadense também destaca haver evidências de que a Apple desconhece alguns termos censurados, possivelmente tendo copiado listas de outras fontes. Um exemplo citado é a proibição da gravação a laser do sobrenome Zhang, aparentemente sem significado político.

“Respeito às leis e costumes locais”

Em comunicado enviado ao Citizen Lab, a chefe de privacidade da Apple Jane Horvath disse que a empresa tenta evitar gravações que representem violação de marca registrada e propriedade intelectual. Termos vulgares e que possam ser interpretados como incitação à violência também são proibidos.

Para evitar problemas, a gigante de Cupertino leva em conta a legislação e os costumes dos locais onde o serviço de personalização é oferecido, de acordo com Horvath. Ela afirmou que essas decisões são revisadas “de vez em quando” e revelou não existir uma lista global de palavras censuradas.

Ainda conforme a porta-voz da Maçã, o recurso de gravação a laser foi criado para “adicionar nomes, iniciais, números de telefone ou emojis” aos dispositivos da marca.

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Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.