Você ainda precisa esquentar a cabeça ao escolher um processador?

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A informática como um todo é quase como um ser vivo que parece ter vontade própria, sempre encontrando meios de trazer produtos que produzem resultados melhores por custos mais baixos. Mesmo assim, existe uma área em particular que está ainda mais propensa a esta evolução constante: processadores.

E não por acaso, afinal, os quadradinhos de silício sempre foram e continuam sendo a locomotiva sob o capô dos PCs. Por esse motivo, aqueles que planejam fazer um upgrade no computador sempre têm dúvidas entre aproveitar o melhor que está disponível hoje ou esperar pelo próximo lançamento de amanhã; mesmo sem saber exatamente as vantagens da próxima geração de CPUs.

Pensando nisso, o Tecmundo preparou esta matéria que pode ajudar você a fazer uma decisão sólida quanto ao novo processador a ser adquirido, levando as vantagens e o custo/benefício mais a sério do que as propagadas e promessas por parte das empresas. Confira!

O preço de alguns mega-hertz

A melhoria mais óbvia e que todos esperam encontrar em uma nova CPU é o aumento na agilidade de processamento. Apesar de isso sempre estar nos planos da Intel e da AMD, nem sempre fica claro o quanto de velocidade você vai ganhar durante a execução das suas tarefas.

Atualmente, o próximo lançamento mais aguardado é a família de processadores Ivy Bridge, da Intel, previsto para chegar durante os próximos meses. O aumento na contagem de MHz certamente estará presente, ainda assim, é improvável que você sinta essa diferença nas suas tarefas do dia a dia.

Ciclo de evolução das CPUs Intel (Fonte da imagem: Reprodução/Intel)

Mesmo que você seja um gamer que já possui bom conjunto de CPU, VGA, memória e placa-mãe, é possível que o upgrade entre a atual (Sandy Bridge) e próxima geração de processadores nem seja notado. O aumento no clock será quase que insignificante e, no caso dos games, o gargalo para um desempenho fluído poderá continuar sendo a placa de vídeo.

Com uma melhora tão pequena, vale a pena analisar sobre o que é mais importante para você: gráficos e tarefas 15% melhores ou algumas centenas de reais economizados na diferença de preço? Aproveitar a queda no valor do Sandy Bridge ocorrida em função do próximo lançamento pode acabar sendo uma opção ainda melhor.

Quando a diferença é mais notável?

Navegar na internet ou assistir a vídeos também não são tarefas dignas para extrair o máximo de um processador, mas a história pode acabar diferente caso você use o PC para fins mais profissionais. Realizar renderização de gráficos 3D ou converter formatos em grandes arquivos de vídeo são trabalhos que exigem processamento bruto e, nesses casos, uma economia de 50 minutos somados no final de um dia de trabalho até poderia justificar o custo.

O clock mais alto não é a única vantagem de processadores mais novos. A CPU Ivy Bridge também terá suporte para memória RAM DDR3-1600 e à versão mais atualizada do barramento PCI-Express. Confira outras diferenças entre as duas gerações na tabela abaixo:

Tabela comparativa entre Sandy Bridge e Ivy Bridge (Fonte da imagem: Reprodução/AnandTech)

Vale salientar que todos os outros componentes do computador também precisam estar atualizados para que esses upgrades de versão façam efeito. Já está confirmado que o Ivy Bridge vai usar o mesmo socket da geração anterior, o que significa que as placas-mãe que já suportam a última geração de CPUs Intel Core vão poder continuar sendo utilizadas, desde que uma atualização de BIOS também fique disponível.

Ainda assim, é bem provável que você acabe tendo de comprar um novo conjunto de MB, memória RAM e placa de vídeo caso queira aproveitar todos os recursos do Ivy Brigde ao máximo — algo que, novamente, não vai sair barato.

E quanto aos laptops?

A conversa pode ser completamente diferente se estivermos falando de computadores portáteis. A nova CPU da Intel vai utilizar a tecnologia de 22 nanômetros em sua produção, frente aos 32 nm da geração passada. Isso significa que, além de mais rápidos, os processadores também vão gastar menos energia e até produzir menos calor enquanto trabalham.

Asus Zenbook com processador Ivy Bridge (Fonte da imagem: Reprodução/Asus)

Enquanto essas vantagens fazem pouca diferença em desktops, elas são saltos gigantescos em notebooks, que têm uma preocupação constante com a duração da bateria e com a eficiência (e tamanho) do sistema de resfriamento. Além disso, a maioria dos notebooks acaba usando uma placa de vídeo integrada (onboard) para a geração dos gráficos em games, ponto em que uma GPU de última geração, integrada ao processador, pode acabar sendo uma grande vantagem.

Conclusão

No final das contas, é possível afirmar que a diferença entre a atual e a próxima geração de processadores não é mais considerada um salto gigantesco para a maioria dos cenários de uso. Sendo assim, esperar até que o mais novo lançamento da Intel ou da AMD esteja disponível pode não ser um bom negócio, considerando que você acabe tendo de desembolsar uma boa quantia para obter pouca vantagem.

Die de um processador Intel (Fonte da imagem: Reprodução/TheRegister)

Por outro lado, ser paciente e aguardar até pode ser uma boa decisão caso você esteja disposto a gastar mais e se privar por mais alguns meses antes de comprar um novo PC ou fazer um upgrade, principalmente se tratando de notebooks.

Vale lembrar que a informática está em evolução constante, e sempre vai existir algo novo na próxima esquina. Se você escolher ficar sempre esperando até a última novidade sair, poderá acabar deixando passar todos os benefícios das tecnologias disponíveis no presente.

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