Carros de Formula 2 passam a usar combustíveis sustentáveis nas corridas

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Imagem: Unsplash/Sven Brandsma/Reprodução

Este texto foi corrigido às 14h do dia 15/03/2023.

Os carros da Fórmula 2 (F2) já estão usando combustíveis sustentáveis desde o primeiro grande prêmio da temporada 2023, no Bahrein, realizado em 5 de março. Inicialmente, os carros dos campeonatos de F2 e F3 devem funcionar com 55% de combustíveis sustentáveis — quantidade que deve aumentar gradualmente até chegar a 100% na temporada de 2027.

Já a Fórmula 1, categoria principal de competição, contará com combustível 100% sustentável em 2026. Essas ações fazem parte da estratégia de sustentabilidade mais ampla das competições de automobilismo, que visam se tornar zero em emissão líquida de carbono até 2030.

O Campeonato Mundial de Rally já está usando combustíveis 100% sustentáveis desde 2022 e a Copa Mundial de Carros de Turismo está atualmente usando 15% de biocombustível em sua busca por combustíveis 100% sustentáveis. Além disso, a Fórmula E é exclusiva para automóveis elétricos, que chegam superar os 300 km/h na pista.

Características do biocombustível

Carros de corrida tiveram mudanças mínimas para usarem biocombustível na Fórmula 2. (Fonte: GettyImages/Reprodução)Carros de corrida tiveram mudanças mínimas para usarem biocombustível na Fórmula 2. (Fonte: GettyImages/Reprodução)Fonte:  GettyImages 

A Aramco, empresa petrolífera saudita, está desenvolvendo um biocombustível composto por gases de resíduos não recicláveis e não biodegradáveis, que serão convertidos em hidrocarbonetos por meio de um processo químico. Esse processo produzirá um combustível que é neutro em carbono, ou seja, não emite gases de efeito estufa durante sua combustão.

A introdução de combustíveis sustentáveis será em uma base 'drop-in', onde a composição da substância pode ser aceita pelos powertrains atuais com mudanças mínimas, sem perda de potência e performance. Isso significa que os carros de corrida existentes poderão usar o biocombustível sem precisar de grandes modificações.

O desenvolvimento da nova tecnologia foi possível a partir de um acordo firmado em 2020 entre a Aramco e a FIA (Federação Internacional do Automóvel). A petrolífera se tornou a principal patrocinadora das competições automobilísticas, que também servirá de vitrine para as inovações tecnológicas. A empresa pretende desenvolver combustíveis sustentáveis para a aviação, transporte pesado e naval.

Transição sustentável

Combustível sustentável da Aramco pode complementar estratégia de neutralizar carbono ao lado de carros elétricos. (GettyImages/Reprodução)Combustível sustentável da Aramco pode complementar estratégia de neutralizar carbono ao lado de carros elétricos. (GettyImages/Reprodução)Fonte:  GettyImages 

A transição energética no transporte é fundamental para o combate ao aquecimento global e para o cumprimento das metas estabelecidas no Acordo de Paris. O setor de transporte é responsável por uma grande parte das emissões de gases de efeito estufa, principalmente devido ao uso de combustíveis fósseis.

Em 2030, as projeções indicam que 1,4 bilhão de carros circularão no mundo, a maioria ainda utilizando motores a combustão. Para limitar o aumento da temperatura global em 1,5 grau em comparação aos níveis pré-industriais, a Agência Internacional de Energia (AIE) afirma que será necessário que 145 milhões de veículos elétricos estejam em circulação.

A estratégia da Aramco com a FIA pode ser uma contribuição complementar importante, uma vez que possibilita que os automóveis movidos a combustão interna utilizem biocombustíveis produzidos a partir da captura de carbono. No entanto, o desenvolvimento da tecnologia ainda tem de avançar muito e a Fórmula 1 e demais categorias têm muito a contribuir.

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