A estratégia da Nokia para dar a volta por cima

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(Fonte da imagem: Divulgação/Nokia)

O mercado de smartphones está mais acirrado do que nunca e, com tantas reviravoltas, muitas empresas tiveram seus planos, metas e lucros completamente alterados.

Na dianteira, Samsung e Apple assumiram as rédeas e vêm vendendo aparelhos como água, mas a ascensão delas abalou a situação de outras companhias.

A principal vítima nesse caso é uma velha e querida empresa: a Nokia. Apesar de muitos fãs e consumidores apostarem todas as fichas nos seus produtos, os números deixam claro que a fabricante está indo de mal a pior.

Já há até empresas interessadas em adquirir o setor de hardware da companhia, mas, por ora, a gigante finlandesa parece ter forças para se sustentar por um bom período. Aliás, não só isso, ainda há tempo para que ela dê a volta por cima. Hoje, vamos ver os possíveis rumos da Nokia e como os executivos da empresa estão encarando a situação.

Um problema sério no bolso

Os primeiros dados que podem incomodar são os números de vendas da companhia. O ano de 2013 parecia promissor, ainda mais que muita gente estava confiante de que o Windows Phone 8 daria muito certo. Na prática, quem levou o tombo foi a Nokia. Somente nos três primeiros meses deste ano, a empresa teve uma queda de 20% nas vendas.

O total de prejuízo nesse período foi de 272 milhões de euros. A perda de capital é sempre ruim, mas, no caso da Nokia, esse número é relativamente uma vitória, visto que ela conseguiu reduzir a margem de prejuízo se comparado aos 928 milhões do mesmo período do ano passado.

A empresa até poderia comemorar, mas a receita — que vai sendo alterada com os altos e baixos do ano todo — caiu de 7,4 bilhões de euros para 5,8 bilhões (um tombo colossal!). Assim, considerando as vendas de um período maior, podemos ver que a companhia está encrencada.

(Fonte da imagem: Divulgação/Nokia)

Neste início de ano, as vendas da linha Lumia foram satisfatórias, mas não tão animadoras. Conforme dados oficiais, a Nokia chegou a vender 27% a mais de produtos do que vinha ofertando, mas, ao mesmo tempo, a empresa teve uma queda de 30% no total de venda de celulares (o que incluiu outras linhas).

Para o analista Neil Mawston (da Strategy Analytics em London), não foi possível ver um crescimento da empresa no setor, mas ao menos ela se estabilizou e talvez tenha algum jeito de se recuperar. Mawston comenta ainda que a Nokia continua sendo a número 2 e que isso é uma boa coisa.

Aposta errada?

Nessa longa história de evolução, a Nokia teve altos e baixos. Por muitos anos, a empresa conseguiu ser a campeã de vendas e atrair o público para o Symbian. Ocorre que a chegada do iOS e do Android abalou as estruturas da empresa, que foi obrigada a correr para alguma parceira. A solução? O Windows Phone!

Analisando friamente, a Nokia nunca foi de seguir as modas de outras companhias, o que a motivou a mergulhar de cabeça na ideia da Microsoft e não ser apenas mais uma produzindo dispositivos com Android. De fato, a companhia vem apresentando bons resultados, sendo a fabricante responsável pelos aparelhos mais vendidos com o WP8.

(Fonte da imagem: Divulgação/Nokia)

Apesar desse aspecto positivo, a amizade entre Nokia e Microsoft parece estar abalada. A fabricante finlandesa pode estar percebendo (e já reclamou publicamente) que talvez a aposta no sistema das janelas não tenha sido a melhor opção, visto que ele não conta com apps que sejam capazes de atrair os consumidores. A desvantagem é grande e isso pode agravar o quadro da Nokia.

Seguindo o rumo do plano principal

Ainda que o Windows Phone 8 esteja sendo uma pedra no sapato, ele pode ser a grande salvação da empresa. Tom Farrell, vice-presidente da Nokia na Ásia, disse que a estratégia da companhia é se diferenciar com sua linha Lumia e continuar investindo em imagem e navegação, que são recursos bem desenvolvidos e únicos da fabricante.

“Estamos felizes com nosso processo desde que lançamos os celulares Lumia com Windows 8. Nós temos feito progressos a cada trimestre. Obviamente, um bom começo com Windows Phone 8 foi importante e acho que os resultados refletem o fato de que nosso primeiro passo é algo com o qual estamos satisfeitos.”

(Fonte da imagem: Divulgação/Nokia)

Com isso, podemos ter a certeza de que mesmo reclamando (e talvez estando insatisfeita por um lado), a Nokia está apostando firme no Windows Phone 8 e não parece ter planos para abandoná-lo. Portanto, por ora, qualquer rumor sobre uma possível adoção do Android não passa de mentira ou puro palpite furado.

Investir em inovações é o único caminho

Se existe algo que a Nokia sempre priorizou foi o fato de investir pesado nas inovações. Desde a época dos Symbians, a empresa buscou formas de se diferenciar dos concorrentes. Nas últimas gerações de aparelhos, a fabricante apostou pesado nas tecnologias de localização e câmera — a tecnologia PureView é o maior exemplo.

Assim, se existe uma estratégia para a Nokia dar a volta por cima é continuar inovando e tomando ações. Stephen Elop, CEO da Nokia, afirmou que a empresa está neste caminho e vai trazer inovações ao mercado para enfrentar os desafios. Apesar disso, ele não deixou claro quais serão as próximas etapas da linha de dispositivos.

É bom notar que, mesmo sem soltar uma palavra, a internet acaba nos revelando aos poucos os reais planos da companhia. Com a possível chegada do Galaxy Note 3, a Nokia pode estar se mexendo para competir em igualdade.

Não estamos dizendo que isso vai acontecer, mas os boatos apontam para essa direção e podem ter certo fundamento. Claro, dificilmente a companhia lançará um smartphone com suporte para caneta, mas o Nokia Lumia 1080 pode ser um phablet com display de 5,5 polegadas com resolução Full HD (conforme sugere o nome) que veremos muito em breve.

Novas ideias podem vir aí

Por ora, a Nokia parece estar realmente empolgada e satisfeita com suas investidas em tecnologias para fotografia, mas, em um futuro próximo, nada impede que a empresa comece a abrir seu leque de opções abocanhando tablets e novas tecnologias para introduzir em seus próximos smartphones.

É difícil prever os movimentos da empresa, mas de uma coisa temos certeza: a Nokia não venderá seu setor de hardware tão cedo. Esse é o tipo de companhia que sabe inovar e pode dar a volta por cima. Vamos aguardar e esperar que ela nos surpreenda!

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