Noites Brutais (Barbarian) é o melhor filme de terror de 2022? (Crítica)

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Imagem: 20th Century Studios

Como vocês bem sabem, o mês de outubro foi o mês do terror no cinema e nos serviços de streaming por conta do Halloween. E, por isso, vários lançamentos legais chegaram às telinhas e às telonas para assistirmos, incluindo o filme que é tema do texto/vídeo de hoje.

Estou falando de Barbarian (2022), ou Noites Brutais, como ficou o título aqui no Brasil, que é um dos filmes mais interessantes dessa leva recente de produções de terror. O filme conta, aliás, com o ator Bill Skarsgård, que deu vida ao palhaço Pennywise nos filmes da franquia It, além do já conhecido Justin Long, que fez Olhos Famintos e Arraste-me Para o Inferno.

Mas será que esse bom elenco ajudou o filme? Será que realmente vale a pena assistir Noites Brutais ou você só vai perder seu tempo com mais um filme de terror cheio de clichês? As respostas para essas e outras perguntas você vai saber agora, com uma minha análise narrativa e crítica completa de Noites Brutais!

O que é Noites Brutais? (SEM SPOILERS)

Como sempre, vamos começar fazendo aquele resumão rápido da trama do filme para você entender do que se trata Noites Brutais. Dirigido e escrito por Zach Cregger, Noites Brutais conta a história da personagem Tess Marshall, uma mulher jovem que viaja para Detroit para fazer uma entrevista de emprego.

Até aí, tudo beleza, tudo lindo, tudo maravilhoso.

Todavia, chegando lá, bem no meio de uma noite de chuva forte, Tess percebe que a casa que ela alugou pelo Airbnb já está sendo usada por outra pessoa.  Quem está lá é Keith, personagem de Skarsgård, que diz à garota que ele também alugou a casa, mas por meio de outro aplicativo.  Ou seja, rolou uma bela confusão com os agendamentos e os dois acabaram reservando a residência na mesma data.

Como está no meio da noite, chovendo forte e o bairro não é dos mais seguros, Tess acaba ficando na casa junto com Keith e, apesar das desconfianças da moça, os dois acabam se conhecendo e até se dando bem. Só que toda essa situação desgradável, que já parecia contornada, muda quando Tess encontra uma porta secreta no porão da casa alugada.

A partir daí, novos personagens e mistérios surgem na trama, transformando a narrativa em uma espiral de loucura capaz de deixar até os mais avisados de queixo caído. E vou parar essa primeira parte por aqui porque, acredite: é impossível continuar a escrever sobre Noites Brutais desse ponto em diante sem soltar spoilers.

No Brasil, Noites Brutais está disponível para assistir no Star+.No Brasil, Noites Brutais está disponível para assistir no Star+.Fonte:  20th Century Studios 

ATENÇÃO: A PARTIR DE AGORA, ESTE TEXTO TERÁ SPOILERS DO FILME NOITES BRUTAIS. NÃO CONTINUE SE VOCÊ AINDA NÃO ASSISTIU.

Análise e crítica de Noites Brutais (COM SPOILERS)

Muito bem, Noites Brutais é uma viagem muito louca e é quase impossível você ficar apático ou indiferente durante o filme. E isso se deve muito à imprevisibilidade da narrativa, que parece caminhar para um lado durante um certo tempo, mas que te joga para outro quando você menos espera.

Mas vamos por partes para ficar mais fácil de entender por que Noites Brutais é um filme bem interessante.  No primeiro ato do longa, nós conhecemos Tess, Keith e o problema com a reserva da casa, já que os dois alugaram o local ao mesmo tempo. É um alívio ver como a narrativa de Barbarian não perde tempo e já apresenta dois dos personagens principais junto com o primeiro conflito da obra.

Porque, vamos pensar um pouco: em um filme de terror mais “convencional”, é bem possível que o primeiro ato começasse com Tess ainda fora de Detroit, provavelmente falando com alguma pessoa sobre ter que ir até lá fazer uma entrevista de emprego, sobre ter que alugar uma casa, blá, blá, blá…

Percebe como isso já tornaria o início do filme bem maçante? Seria, basicamente, mastigar a narrativa, organizando tudo da maneira mais linear e simplista possível, o que não faria muito pelo espectador, além de deixá-lo com aquele pensamento horrível: eu já vi isso um milhão de vezes antes.

Ainda bem, entretanto, Noites Brutais já pula tudo isso e vai direito ao que interessa. Desde o começo, portanto, o roteiro já nos prende através desse primeiro conflito e nos faz crer que Keith pode ser alguém perigoso e que Tess não está segura. Afinal, essa história de que houve um problema com a reserva parece um pouco mal contada, o que já deixa qualquer um com aquela pulguinha atrás da orelha sobre tudo.

Logo, esse primeiro ato meio que nos engana e faz parecer que o filme vai ficar centrado apenas na Tess e no Keith, com o cara sendo um potencial assassino, sequestrador ou algo do tipo. Aqui temos o ponto de virada para o segundo ato de Barbarian, que é quando Tess encontra a porta escondida no porão da casa. É quando absolutamente tudo muda, com a narrativa nos abrindo novas possibilidades, justo quando achávamos que já tínhamos desvendado a produção.

Barbarian acerta ao apostar em uma narrativa criativa, sem muitos clichês.Barbarian acerta ao apostar em uma narrativa criativa, sem muitos clichês.Fonte:  20th Century Studios 

O segundo ato, aliás, é um dos mais interessantes e criativos que eu vi em filmes de terror nos últimos tempos, narrativamente falando.  Isso porque, ao mesmo tempo em que ele logo nos mostra que Keith era inocente o tempo todo, e joga na nossa cara que, no fundo, não sabíamos de nada, o personagem ainda é morto pela “vilã” do filme (que, na verdade, não é bem uma vilã, mas eu falo mais disso daqui a pouco).

E justo após a morte de Keith, quando a narrativa parece que vai decolar e nos dar todas as respostas, adivinhe só? Noites Brutais pega no seu pé, te traz de volta para o chão e expande ainda mais a história com novos personagens e contextos.

Agora, conhecemos AJ, que é interpretado por Justin Long, dono da infame casa alugada, e Frank, que é o responsável pelos quartos secretos no porão e o verdadeiro vilão do filme, já que era ele quem sequestrava mulheres para manter prisioneiras lá embaixo.

Esses personagens surgem como novas peças do quebra-cabeça de Barbarian e preenchem os espaços que o primeiro ato deixou. O que é muito legal, pois a narrativa guardou essas cartas na manga para apresentar só depois, dando mais dinâmica e mistério à história.

Depois de nos mostrar tudo isso e de praticamente amarrar a trama, Noites Brutais parte para seu terceiro ato através da fuga de Tess do cativeiro subterrâneo. Nessa última parte do filme, inclusive, temos mais algumas revelações interessantes que dão ainda mais profundidade aos personagens.

Tess, por exemplo, mostra toda a sua boa índole, que estava lá desde o início, ao tentar ajudar AJ a escapar. E, por falar nele, AJ também tem seu arco bem amarrado ao trair Tess e mostrar que, no fim das contas, ele não passava de um covarde de moral altamente questionável, e que, provavelmente, era culpado das acusações de abuso que estava enfrentando. O que o torna, aliás, em um dos vilões do filme, junto com Frank.

Nesse sentido, fica claro que a “mulher monstro”, na verdade, não passava de uma vítima e, infelizmente, só agia de acordo com aquilo que conhecia. O final, portanto, além de encerrar bem o filme, ainda prova que nem tudo é o que parece, e que monstros, vilões e heróis são construções muito mais complexas do que imaginamos.

Conclusão

Resumindo, então, o que achei do filme Noites Brutais para vocês:

A produção me surpreendeu bastante e realmente figura entre os melhores filmes de terror de 2022. A obra acerta na construção criativa de sua narrativa e não perde tempo com muitos clichês, focando muito bem também nos arcos de seus personagens, que são capazes de despertar tanto empatia, no caso de Tess, quanto desprezo, no caso de AJ.

Sem dúvidas, é uma ótima pedida se você é fã de terror, mas quer fugir um pouco de assombrações e seres sobrenaturais, já que, em Noite Brutais, os grandes vilões são de carne e osso.

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Fontes

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