Microsoft usa IA para criar armadilha para mosquitos da dengue e zika

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Tentando ajudar no combate às doenças transmitidas por mosquitos, como dengue e zika, entre outras, a Microsoft desenvolveu um novo tipo de armadilha inteligente que usa o conceito de machine learning para diferenciar os insetos perigosos de moscas e outros bichinhos voadores. Parte do projeto Premonition da empresa de Redmond, o equipamento já conta com um protótipo, que está sendo testado no condado de Harrison, no estado norte-americano do Texas.

O aparelho em questão consiste de um cilindro com pouco mais de 30 cm de altura que repousa sobre um tripé e emite dióxido de carbono, substância que atrai os mosquitos. Quando um dos bichos entra na armadilha, ele é iluminado por luzes infravermelhas e pode ser identificado por conta do reflexo gerado. Caso seja um dos insetos buscados, uma mola faz com que a armadilha se feche e o armazene em um de 64 compartimentos.

O protótipo tem cerca de 30 cm de altura e conta com 64 compartimentos para prender os mosquitos

Além de aprisionar somente os mosquitos desejados, acabando com a necessidade de os pesquisadores separarem manualmente a mistura de bichos presos, a novidade fornece uma série de dados sobre os animais. O dispositivo determina a que horas os insetos foram capturados e qual era temperatura, força do vendo e umidade do ar quando ele voou para dentro da armadilha.

Informação é poder

Para conseguir todas essas informações, a armadilha usa dois microprocessadores alimentados por baterias, que organizam dados de sensores diversos para que possam ser baixados por uma rede wireless e enviados para a nuvem. As CPUs fazem uso de técnicas de machine learning para conseguir diferenciar entre os mosquitos que devem ficar presos e os insetos que não importam para os estudiosos.

Por fim, o aparelho também foi feito para resistir sem problemas a chuvas, vendavais e outros elementos da natureza que poderiam interferir em aparatos mais tradicionais. Com todos esses dados em mãos, os pesquisadores envolvidos conseguirão determinar com maior precisão quais áreas estão oferecendo maior risco de contágio de doenças transmissíveis por mosquitos, economizando tempo e dinheiro para combater a proliferação desses insetos.

Ethan Jackson, líder do projeto Premonition da Microsoft

“Em um condado com dimensões tão grandes, não temos os recursos necessários para simplesmente cobrir a região toda com inseticidas. Temos que descobrir como fazer [o combate aos mosquitos] da forma mais eficiente possível”, afirmou o diretor de operações de saúde pública do condado de Harris, Les Becker.

Apoio aéreo

No futuro próximo, os pesquisadores pretendem utilizar drones para facilitar a determinação dos melhores locais para posicionar as armadilhas da Microsoft. Segundo Ethan Jackson, que lidera o projeto Premonition, os aparelhos poderiam tirar fotos aéreas que seriam analisadas por computadores para encontrar água parada, vegetação e estruturas que indiquem zona com alta densidade de mosquitos.

Os drones também poderiam reestudar áreas regularmente para detectar mudanças na paisagem que podem levar a uma proliferação mais ampla dos insetos. Posteriormente, os oficiais de saúde poderiam usar essas informações para implementar mais armadilhas nas áreas problemáticas.

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