O problema está na mesa, a solução está no corredor
Aos CEOs que leem este texto: as respostas para as maiores perguntas estão, frequentemente, debaixo do seu nariz.

Por Equipe TecMundo
21/05/2025, às 20:30

*Por Andréa Migliori.
Processos falhos, baixa produtividade, dificuldade de inovação, comunicação desalinhada… são inúmeros os problemas possíveis dentro de uma empresa. Qualquer um que cuida de um negócio sabe disso; é um leão por dia resolver todas as questões que se acumulam em diferentes departamentos.
As soluções, por outro lado, parecem poucas e raras. Mas será que são mesmo?
Às vezes, quando nos deparamos com uma série de complicações, é difícil enxergar além delas. Esse é o caso especialmente das lideranças, já que nossa cabeça está sempre a milhão. Contudo, cada CEO que conheço e que me inspira já ensinou: as respostas para as maiores perguntas estão, frequentemente, debaixo do nosso nariz. Mais especificamente, nos corredores da empresa.
As equipes estão vendo o que funciona e o que não funciona. Estão o tempo todo testando pequenos ajustes, propondo melhorias, trocando ideias nas reuniões do time e até em conversas informais no cafezinho. Elas têm repertório, vivência e vontade de acertar. Só o que falta, muitas vezes, é alguém para escutar.
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Talvez você nem imagine que o time possui uma solução genial e não te contou. Não quer dizer que é um problema com você, particularmente, mas pode ser uma questão de cultura organizacional. Será que todo mundo sabe que pode (e deve) trazer ideias para a frente? Há espaço para esse tipo de debate de forma aberta, sem julgamentos? Outras lideranças seguem o mesmo padrão?

Veja bem, não necessariamente toda sugestão será implementada, ou mesmo será viável. É seu trabalho olhar para o todo, e pode ser que uma ideia não funcione exatamente como foi apresentada. Mas ela pode ser o fruto de uma mudança, depois de ser otimizada e adaptada.
Empresas que se abrem para ouvir suas equipes com real interesse entendem melhor o próprio contexto do problema. Por exemplo, se a comunicação está desalinhada, o pessoal de Gestão de Pessoas pode ter uma boa noção de como resolver. Talvez uma simples troca de canais de comunicação faça a diferença. Talvez seja preciso transformar profundamente os processos da área. De um jeito ou de outro, não tem como saber sem escutar.
Além de solucionar problemas existentes, esse tipo de abordagem também gera muita inovação. Já pensou que o obstáculo para inovar pode não ser a falta de recursos, mas a distância entre quem decide e quem executa?
Outra vantagem é que o ambiente de trabalho tem muito a ganhar com este tipo de cultura participativa. Quando as pessoas percebem que são ouvidas, elas se comprometem de verdade com o resultado, ficam menos resistentes a mudanças e engajam mais.
Então, se você lidera ou está próximo de quem lidera, aqui vai um convite: antes de se desesperar ou buscar respostas mirabolantes, experimente ouvir mais aí dentro. Confie na experiência e criatividade do seu time, e mostre que ele está construindo o negócio tanto quanto qualquer CEO.
*Andréa Migliori, CEO da Workhub, uma HRTech de soluções para portais corporativos, pioneira no segmento a incorporar inteligência artificial aos seus serviços.