Por Heloisa Castro.
O mercado de influência é um dos que mais cresce ao redor do globo, sendo responsável por girar montantes bilionários envolvendo empresas e influenciadores de todos os segmentos. Diante de uma geração cada vez mais conectada, as redes sociais se tornaram um dos principais marketplaces da atualidade, principalmente, pela venda de publicidades.
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De acordo com uma pesquisa mundial da plataforma MuseFind, divulgada pela Forbes em 2023, 92% dos consumidores confiam mais nos influenciadores do que na publicidade tradicional. Dessa maneira, o marketing de influência é responsável por capitalizar a confiança e a credibilidade estabelecidas pelos criadores de conteúdo com o seu público.
Os influenciadores precisam ter uma boa curadoria na hora de aceitar publicidades, para que sua reputação seja positiva.
Ao contrário da mídia tradicional e das plataformas digitais que “apenas” cedem seus espaços publicitários em sua grade de programação, os influenciadores têm como papel provocar o desejo nas pessoas de consumir, comprar ou contratar aquilo que é anunciado.
Neste caso, vale ressaltar aquela famosa frase: “com grandes poderes, vem grandes responsabilidades”. O final de 2023, por exemplo, foi marcado por polêmicas graves, desde a divulgação de golpes e esquemas de pirâmide até as destrutivas fake news.
Em meio a este cenário, é possível afirmar que muitas pessoas estão se aproveitando da falta de regulamentação do mercado para ganhar dinheiro de maneira antiética e fugir da responsabilidade.
Assim, precisamos olhar para esses casos e entender de uma vez por todas que o que fazemos na internet tem repercussões na vida real.
Quando os profissionais contratados priorizam as próprias metas financeiras, deixando de checar a procedência dos anunciantes e do conteúdo dos briefings, o influenciador será o principal afetado, caso um escândalo com a marca estoure. Pensando nisso, alguns pontos de atenção podem ser destacados, são eles:
1. Verificar a reputação dos clientes
É função dos agentes de creators verificar a reputação de um cliente antes de fechar o negócio. É fundamental que eles busquem conhecer o produto ou serviço oferecidos e sempre checar a opinião do influenciador sobre o assunto — alertando o criador a respeito das consequências de fechar um contrato com potencial para polêmicas.
2. Compreender o potencial de impacto das fake news
Um estudo de 2018, realizado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, revelou que as notícias falsas se espalham 70% mais rápido que as verdadeiras. Com esse tipo de alcance e engajamento, muitos perfis utilizam desses meios para viralizar e, consequentemente, lucrar.
No entanto, divulgar informações falsas sobre uma pessoa pode se enquadrar como calúnia e configura crime, conforme prevê o Artigo 138 do Código Penal. Dessa forma, além de entender o impacto destrutivo que este tipo notícia tem na vida de outras pessoas, é dever de todo influenciador – assim como todo brasileiro – checar as informações antes de compartilhá-las. Vale ressaltar que espalhar fake news pode causar detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
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3. Valorizar o criador que possui ética
Diante de um cenário complexo e altamente inflamável, as marcas devem valorizar os criadores que fazem curadoria das empresas com as quais trabalham, demonstrando respeito e ética para com os seus seguidores.
Ao escolher um creator visando somente números, é possível que a marca se associe a influenciadores que também promovem empresas de origem questionável – fazendo com que o público tenha uma percepção errônea sobre a sua credibilidade.
4. Priorizar a reputação ao dinheiro
Este conselho vai para influenciadores, agências de marketing e marcas. Dinheiro nenhum vale mais que a sua reputação. Duvide de propostas “boas demais”, questione atitudes suspeitas e sempre considere o bem-estar do seu público e dos seus consumidores na equação. Em um ambiente onde o dinheiro fala mais alto, é muito fácil perder os seus princípios.
5. Buscar por capacitação profissional
Apesar de a profissão de influenciador digital ainda não ser regulamentada, existem leis e normas quanto à publicidade que devem ser seguidas ao divulgar projetos e marcas na internet. A economia criativa ocupa o papel de tornar o cenário de influência mais consciente e ético, sendo um dos principais caminhos para um mercado mais competitivo e saudável.
Uma pesquisa realizada pela empresa de publicidade INFLR afirma que 75% dos jovens no país querem ser influenciadores. Com o aumento da demanda, cada vez mais pessoas buscarão um espaço no mercado de influência.
Dessa forma, a profissionalização é um tópico extremamente importante quando consideramos os desafios do cenário atual deste mercado e, principalmente, quando pensamos no futuro.
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Formada em Marketing pela UVA e pós-graduanda em Influência Digital pelo IBMR, Helô Castro é natural do Rio de Janeiro e atua no mercado de Marketing de Influência há 4 anos. Em setembro de 2019, participou da fundação da EPICdigitais, onde atua desde então como Head de Influenciadores.