O ano está próximo do fim, mas 2022 segue surpreendendo – positiva ou negativamente. No mercado de tecnologia, os últimos frenesis ficaram por conta das mudanças em duas empresas responsáveis pelas maiores redes sociais do mundo: a Meta, dona do Facebook, Instagram e Whatsapp, e o Twitter, recentemente comprado por Elon Musk.
Nos dois casos, as mudanças incluíram o fim de milhares de contratos de trabalho. Meta anunciou 11 mil funcionários demitidos; e o Twitter dispensou cerca de 3,7 mil, apesar de algumas dezenas terem sido chamados de volta, de acordo com os portais de notícias.
Nossos vídeos em destaque
Para além das particularidades de cada situação, erros e acertos potenciais de Zuckerberg ou Musk, o fato é que foram duas demissões em massa que afetam significativamente o mercado e colocam em xeque a força da tecnologia que muitos acreditaram ser infinita.
Já está claro que esse não é o caso. Por maior que seja o mercado, ele pode e vai enfrentar dificuldades eventualmente. O que estamos vendo é, principalmente, o efeito de um ciclo mal previsto e mal gerenciado, não necessariamente pelas empresas citadas acima, mas por todo o ecossistema que movimenta o universo digital.
Funcionários do Twitter reclamam sobre possível demissão em massa
Já vimos esse filme antes. A “bolha pontocom” no início dos anos 2000 foi um frenesi entusiasmado com o grande alcance da internet e com inúmeras empresas que estavam montando seus negócios em cima disso. Muito dinheiro foi investido e o crescimento foi desordenado. Quando a bolha estourou, não havia mais como recuperar aquele capital e muitos faliram.
Algo similar aconteceu nos últimos anos, em especial por conta da pandemia de Covid-19, que tornou o mundo ainda mais digital do que ele já era. Foi a chance de ouro para muitos negócios digitais. Mesmo os que já estavam consolidados – como as redes sociais – aproveitaram o boom.
Agora, teoricamente, a bolha está estourando novamente. Digo teoricamente porque não vivemos exatamente a mesma situação de 20 anos atrás: a internet está mais do que estabelecida no mundo e as grandes empresas continuam com milhões de clientes ao redor do planeta. Contudo, o frenesi mais uma vez está cobrando seu preço, porque capital injetado é sempre um ritmo que precisa de cautela para ser mantido.
Os últimos anos construíram um mercado ilusório, com salários e lucros ilusórios, enquanto investimentos seguiram a todo vapor. O Meta, por exemplo, vem colocando bastante dinheiro nas soluções de metaverso, que ainda não está retornando o suficiente. Seja por esse motivo ou outras decisões financeiras, o fato é que os números que levaram a empresa à demissão em massa foram nada menos que US$ 4,4 bilhões de queda no lucro do terceiro trimestre deste ano, equivalente a 52%.
Demissões em massa que afetam significativamente o mercado
Ter dinheiro em mãos neste momento não significa que ele continuará disponível amanhã. Essa é uma lição necessária, porém mais difícil de ser aprendida do que parece. Equilibrar as contas nunca é fácil, mas não é impossível.
Ciclos como o que estamos presenciando sempre acontecerão. O mercado de tecnologia viverá mais momentos de subida vertiginosa e, para quem não foi cuidadoso, queda igualmente brusca. O que podemos esperar é que o mercado aprenda com os erros e tome decisões mais assertivas quando a próxima alta chegar.
)
)
)
)
)
)
)