Google quer fornecer serviços de nuvem e IA para o Pentágono

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Imagem: VNode

Na última terça-feira (2), o executivo-chefe da unidade de nuvem do Google, Thomas Kurian, se reuniu com Charles Q. Brown Jr., chefe do Estado-Maior da Força Aérea, e outros altos funcionários do Pentágono. Conforme reportagem do The New York Times, a empresa está se candidatando para um programa que pode ser tão valioso quanto o contrato de US$ 10 bilhões da Microsoft, cancelado após batalha judicial com a Amazon.

Três anos após ter saído de um projeto militar por pressão de seus funcionários, o Google quer voltar a trabalhar com o Pentágono no projeto “Capacidade Conjunta de Guerra na Nuvem” (JWCC, em inglês). A empreitada visa modernizar a tecnologia de nuvem do Pentágono e apoiar o uso de inteligência artificial para obter vantagem no campo de batalha, na tentativa de “alcançar o domínio de guerra tradicionais e não tradicionais”.

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O jornal teve acesso a informações confiáveis de que esta é a maior prioridade do Google desde setembro, que declarou “Código Amarelo” e permitiu a retirada de engenheiros de outros setores para concentrá-los no projeto.

Uso “potencialmente letal” da Inteligência Artificial

(Fonte: Jornal do Brasil/Reprodução)(Fonte: Jornal do Brasil/Reprodução)Fonte:  Jornal do Brasil 

O Google abandonou o Projeto Maven em 2018, após 4.000 funcionários assinarem uma carta exigindo que a empresa se retirasse, alegando que a iniciativa representava um uso “potencialmente letal” da inteligência artificial.

Após a ação, a empresa anunciou um conjunto de princípios éticos que deveriam reger o uso da IA, não permitindo que esta fosse utilizada para armas ou vigilância. O Google manteve contratos militares, porém, somente para segurança cibernética, busca e resgate.

Capacidade Conjunta de Guerra na Nuvem (JWCC)

Em um documento que descreve o JWCC, o Departamento de Defesa dos EUA diz que espera, dos provedores de nuvem, o acesso a “dados cruciais de guerra” com uma variedade de níveis de confidencialidade (incluindo informações secretas e ultrassecretas).

O programa ainda exige que os candidatos sejam capazes de “fornecer serviços de análise de dados avançados que permitem com segurança a tomada de decisão baseada em dados de nível tático”.

Segundo o The New York Times, não está claro se os militares violariam os princípios da IA do Google, mesmo que tenha sido dito que tecnologia deva apoiá-los em combate. No entanto, as regras do Pentágono sobre o acesso a dados confidenciais poderiam impedir a empresa de saber como sua tecnologia está sendo usada.

O que dizem os funcionários

A União de Funcionários da Alphabet se pronunciou contra o contrato, dizendo que irá lutar e vencer, de novo. “Nossas condições de trabalho incluem nossas preocupações éticas. Os trabalhadores devem ter total transparência sobre os impactos do nosso trabalho no mundo real e nosso trabalho não deve ser usado para perpetuar a violência em casa ou no exterior”, explica o sindicato.

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